19 Apr 2024


Custo de vida das famílias de baixa renda aumentou 6,54%

Publicado em Negócios
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O custo de vida do estrato social mais pobre da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) aumentou exatamente o dobro do que o do mais rico em 2020. É o que mostra a pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Enquanto a alta foi de 6,54% para a classe E entre dezembro de 2019 e o mesmo mês de 2020, ela ficou em 3,27% para a classe A.

Foi a classe D, no entanto, que experimentou o maior aumento dos preços no seu orçamento: 6,76%. Dela em diante, conforme se sobe entre os estratos, a taxa cai: 4,68% para a classe C e 3,44% para a classe B.

Para a Federação, a principal explicação para isso está na inflação dos preços dos alimentos, que também foi quase duas vezes maior para os mais pobres: enquanto registrou crescimento de 15,32% para a classe E, foi de 8,85% para a classe A. O mesmo se vê nos dados dos demais estratos: 15% de alta para o orçamento da classe D; 11,24% para a C; e 8,08% para a B.

Os estratos de renda mais baixas sentem os efeitos da inflação dos alimentos com mais intensidade porque, neles, a distribuição das despesas familiares é mais concentrada. Além disso, em um momento de pandemia como o atual, são eles que tendem a aumentar a demanda por produtos alimentícios, já que passam a cozinhar ainda mais em casa. No acumulado do ano, o custo de vida ficou 4,44% mais caro na RMSP, puxado principalmente pela inflação nos alimentos (10,90%).

Custo de vida por Classe Social (CVCS)/Dezembro de 2020

Ainda, para a FecomercioSP, este ano será desafiador em relação aos preços – não apenas por causa da lentidão da recuperação econômica, mas também pelas restrições em meio à segunda onda da pandemia de Covid-19 no Brasil.

Custos com moradia ficam maiores

Além dos alimentos – que passaram a ser mais demandados por causa da quarentena –, outros custos ligados à vida doméstica também encareceram em 2020, mostra a pesquisa. Na comparação entre dezembro de 2019 e o mesmo mês do ano passado, o grupo de artigos do lar teve alta de 9,45%, enquanto o custo da habitação (aluguel, contas de luz, água, etc.) aumentou 4,84%.

Da mesma forma, o aumento nos preços foi sentido com mais intensidade pelas camadas com menos recursos: no caso dos itens domésticos, ele foi de 8,89% para a classe E e de 9,8% para a classe D; enquanto chegou a 8,34% para a classe B e 5,57% para a classe A.

Na habitação, o custo subiu 5,45% para a classe E, mas não chegou a 4% (3,95%) para a classe A. Pesou para esse resultado o retorno da tarifa da bandeira vermelha cobrada pelas agências de distribuição de energia no segundo semestre do ano.

Varejo e serviços também sobem

Além dos alimentos, outras atividades varejistas na Grande São Paulo também tiveram altas significativas nos preços em 2020, como mostra o Índice de Preços no Varejo (IPV) da FecomercioSP. No acumulado do ano, a inflação dos preços do setor foi de 7%. O grupo mais inflacionado, assim como nos outros indicadores, foi o de alimentos e bebidas (18,02%), mas chamam atenção também os aumentos nos preços de artigos domésticos (10,1%) – demandados especialmente em meio à quarentena. Já a inflação dos serviços foi bem menor: 1,76% entre dezembro de 2019 e o mesmo mês de 2020, com maior alta vinda da habitação (3,94%), resultante do aumento de 9,34% na energia elétrica em 2020.

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