Daniela Manique, presidente da Rhodia Grupo Solvay na América Latina, em entrevista exclusiva à Folha, detalhou o plano de investimento de R$ 1 bilhão no país em produtos e tecnologias sustentá-veis, entre eles o os fios têxteis de poliamida biodegradável e o fio têxtil antiviral e antibacteriano, ambos desenvolvidos na unidade de Santo André.  A executiva pontuou os principais desafios que o grupo enfrentou durante a pandemia e comentou sobre a Rhodia ter sido primeira empresa do setor químico/têxtil do País a conquistar a Certificação Gold de Biodiversidade do WHC. Confira.

Folha do ABC - A Rhodia Grupo Solvay  planeja investimento no Brasil em torno de R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos. O montante será destinado a quais projetos? A planta de Santo André será contemplada?

Daniela Manique - De acordo com a estratégia de crescimento global do Grupo Solvay, todos os investimentos programados estão diretamente vinculados ao desenvolvimento de produtos, tecnologias e serviços que valorizam a sustentabilidade. Caminhamos cada vez mais para o uso de fontes renováveis e para a economia circular. A atuação da empresa no Brasil nesse sentido tem sido um exemplo. Temos lançado nos últimos anos uma série de produtos e tecnologias que são sustentáveis. Podemos destacar os solventes sustentáveis desenvolvidos em nosso conjunto industrial em Paulínia, as especialidades químicas criadas nas nossas unidades de Itatiba e Taboão da Serra e, especialmente, os fios têxteis de poliamida biodegradável e o fio têxtil antiviral e antibacteriano, ambos desenvolvidos em nossa unidade de Santo André, no ABC paulista.

Folha - Quais foram os principais desafios enfrentados pela indústria química, em especial a Rhodia, na pandemia da Covid-19 e como será o cenário pós-pandemia?

Daniela - Ao longo da pandemia nossa principal preocupação foi garantir a segurança dos nossos funcionários, tendo em vista que a indústria química foi considerada como um setor essencial e portanto autorizada a funcionar sem interrupções nesse período. Ao mesmo tempo, trabalhamos para o atendimento das necessidades dos nossos clientes tanto no Brasil quanto no Exterior, uma vez que parte do que produzimos aqui em nosso país é exportada para vários continentes. Para nossa satisfação, o engajamento dos nossos funcionários continua alto: mesmo com todas as restrições causadas pela pandemia, pudemos nesse período colocar em operação uma nova unidade industrial para a produção de solventes sustentáveis em Paulínia (SP), e desenvolvemos em tempo recorde em Santo André (SP) um novo fio têxtil de poliamida - Amni Virus-Bac OFF - que tem sido um auxiliar tremendamente importante para impedir a disseminação do coronavírus presente em superfícies têxteis. No pós-pandemia, continuaremos a trabalhar para oferecer aos nossos clientes as melhores soluções para suas necessidades, aliás, como temos feito desde que a empresa se instalou no País, há 102 anos.

Folha - A Rhodia foi a primeira empresa do setor químico/têxtil do País a conquistar a Certificação Gold de Biodiversidade do WHC (Wildlife Habitat Council). O que isso representa para empresa?

Daniela - Obter esse certificado é um orgulho para nós. Significa o reconhecimento de práticas históricas e pioneiras adotadas pela Rhodia no Brasil para preservação do meio ambiente e da sustentabilidade, em harmonia com a operação de nosso conjunto industrial de Paulínia, que é um dos maiores complexos químicos da América Latina. Quero destacar que essa conquista segue em linha com a estratégia global de sustentabilidade do Grupo Solvay, que estabeleceu como uma das dez metas do programa de ESG da empresa, denominado Solvay One Planet, de reduzir em 30% a pressão sobre a biodiversidade até 2030. Com certeza, as ações adotadas pela Rhodia qui no Brasil ajudarão a empresa a cumprir esse compromisso dentro do prazo.