O deputado federal eleito, Vinicius Poit (Novo), 12º deputado federal mais votado do Estado, 25º do Brasil, e o primeiro do ABC, em entrevista exclusiva à Folha do ABC, revelou que o ABC teve um peso muito forte na sua campanha e que, no seu mandato, irá: “derrubar muros e construir pontes, mesmo com aqueles que pensem diferente”. Confira.

Folha do ABC - Você foi o 12º deputado federal mais votado do Estado (25º do Brasil) e, da região do ABC, foi o primeiro mais votado, com 207.118 votos, um verdadeiro fenômeno, desbancando tradicionais políticos da região. Como você avalia essa conquista?

Vinicius Poit - É resultado de muito esforço e trabalho duro. Comecei a pré-campanha dois anos antes, rodando São Paulo e visitando cidades em todos os cantos do Estado. Conversei muito com lideranças e com a população. Aliado a isso, tive um trabalho forte nas redes sociais. Costumo dizer que abusei dos 3 “Ss”: suor, saliva e sola de sapato.

Folha - A base sua base eleitoral foi São Bernardo? Qual a relação com o município?

Poit - A minha base foi a capital de São Paulo, no entanto, o ABC teve um peso muito forte na minha campanha. Nasci e cresci em São Bernardo. Concluí o ensino médio em um tradicional colégio em Santo André. Da região, mais especificamente de Diadema, também é a empresa fundada pelo meu pai, a Poit Energia. De lá ela se mudou para São Bernardo e se tornou a maior empresa de geração de energia da América Latina. Só aos 20 anos mudei para a capital para ficar mais perto da faculdade que cursei, a FGV. No entanto, ainda respiro e acompanho de perto os ares do ABC Paulista. Minha mãe, que é médica, mora em São Bernardo e leciona na Fundação ABC.   

Folha - O ABC, ou especificamente São Bernardo, serão prioridade no seu mandato? Na sua avaliação, quais as demandas da região?

Poit - São Bernardo e todo o ABC serão prioridade no meu mandato. Fico indignado ao ver que o local que era conhecido como um dos mais desenvolvidos do país, por conta das indústrias automobilísticas que aqui se instalaram, agora virou um retrato da crise brasileira. Por isso, quero trabalhar para dar incentivo à inovação e para desburocratizar a abertura de startups na região, impulsionando a geração de empregos locais. Vou lutar para impulsionar o desenvolvimento local e trazer mais recursos, principalmente para as áreas de infraestrutura e mobilidade. Quero ressalvar também que o trabalho contínuo dos voluntários e dos líderes locais do NOVO é de fundamental importância. Temos que fazer um trabalho a quatro mãos, não adianta ficar esperando um salvador da pátria.

Folha - Na região, somente três outros deputados federais foram eleitos, Alex Manente (PPS), Luiz Carlos Motta (PR) e Vicentinho (PT). Haverá diálogo ou ação conjunta de trabalho com eles? Por quê?

Poit - Sim, haverá diálogo com todos. Já conversei inclusive com o Manente e com o Vicentinho, faltando o contato apenas com o Motta. Quero derrubar muros e construir pontes, mesmo com aqueles que pensem diferente. Costumo dizer que pobreza e miséria não tem partido. E vou conversar com todos que quiseram lutar contra isso. Assim como com aqueles que lutam por educação básica, saúde e educação de qualidade para todos.