20 Apr 2024


Morando: “Fizemos um governo para melhorar a vida das pessoas”

Publicado em Política
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O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, em entrevista exclusiva, fez uma análise dos três anos e sete meses de governo, e quais as diretrizes da sua gestão, neste último ano do mandato. Ainda detalhou como a cidade tem enfrentado a pandemia. “Conseguimos garantir que ninguém ficasse sem leito hospitalar”, revelou. Otimista, Morando acredita, com esperança, que a crise econômica irá passar, mesmo com uma perda que supera os R$ 300 milhões em arrecadação, e que a cidade poderá continuar a crescer no ritmo que estava antes.

 Folha do ABC - O sr. chegou ao último ano de governo deste mandato. Como avalia essa trajetória frente à administração da cidade?

Orlando Morando - O primeiro ano foi muito difícil. Tivemos que fazer um ajuste financeiro para poder quitar as dívidas da gestão anterior. Herdamos a cidade com R$ 200 milhões de restos a pagar, vencendo logo nos primeiros dias de governo. Fizemos um grande ajuste, economizamos R$ 100 milhões, nos 100 primeiros dias, praticamente um milhão por dia. Planejamos o mandato. Estamos chegando ao final deste ano com tudo aquilo que prometemos realizado, em todas as áreas. Na Educação, zeramos a fila da creche, criamos o programa ‘Educar Mais’, reformamos mais de 50 escolas, inauguramos creches, que estavam abandonadas na gestão anterior. Na Saúde, entregamos dois hospitais, o novo Hospital Anchieta, que será um hospital oncológico, mas por enquanto, irá continuar atendendo as vítimas da Covid-19. Entregamos o Hospital de Urgência, cuja construção começou no início da minha gestão e está inaugurado. Além disso, entregamos três unidades do Centro de Atenção Psicossocial e Outras Drogas (Capes), recuperamos UBSs, colocamos o Hospital de Clínicas para funcionar com a sua capacidade total, o que não ocorria no passado, quando 1 ou 2 andares, apenas, funcionavam. Também entregamos o Pronto Atendimento do Taboão, que a gestão passada fechou e devolvemos à população. Já temos 15 UBSs trabalhando até às 22 horas. Na área da Mobilidade Urbana, entregamos o maior corredor de ônibus que a cidade já viu. São oito corredores de ônibus entregues, quatro viadutos, dentre esses o complexo Tereza Delta e um enorme programa de recapeamento para recuperação de bairros, por inteiro. São mais de 200 km de vias recuperadas, com asfalto novo. Na Habitação, entregamos 957 unidades habitacionais. Na área de Esporte e Lazer, lançamos o maior programa que a cidade já conheceu. Temos 18 Arenas Parques entregues, 39 Praças Parques, o novo Parque da Juventude e o novo Parque dos Ipês, que foi iniciado e entregue também na minha gestão. Nessa semana, entregamos mais um Parque Linear, o Alvarenga Peixoto. A cidade tem áreas de lazer por todos os cantos; recuperamos o teatro Elis Regina, com uma completa reforma e, em setembro, começa a funcionar a Fábrica de Cultura.

Ainda temos o piscinão do Paço, que era um símbolo, pegamos a obra completamente abandonada, o que não poderia acontecer, foi concluída. Hoje, além da questão do combate às enchentes, ficou maravilhoso, o espaço se tornou uma nova área de lazer na cidade. Destaco também as duas unidades dos restaurantes ‘Bom Prato’, entregues na nossa gestão, o do Centro, que foi o primeiro do Estado, dia e noite, e o do bairro Assunção, que inauguramos no período da pandemia. Entregamos 11 mil escrituras, no Programa de Regularização Fundiária da cidade. Passamos a entregar o Programa mais Luz. Vamos colocar 30 mil pontos de LED na cidade. O LED, além de clarear o dobro, gasta 50% a menos energia elétrica, o que é extremamente importante. Tudo isso sintetiza que fizemos um governo pautado em melhorar a vida das pessoas, um governo que cuida de gente.

 

Folha - Como a pandemia atrapalhou seus planos de governo e afetou a cidade? Qual o prejuízo estimado na perda de arrecadação?

Morando - Conseguimos garantir que ninguém ficasse sem leito hospitalar. Isso é mais que essencial e, ainda hoje, temos uma boa disponibilidade tanto em enfermaria quanto em UTI. Estamos mantendo uma média de 60% de ocupação nas UTIs dos cinco hospitais destinados à Covid-19 (Hospital de Clínicas, de Urgência, novo Anchieta, Pronto-Socorro Central e o HMU). A inauguração do Hospital de Urgência veio na melhor hora possível, estava programado, seria o novo Pronto-Socorro e a nossa ousadia permitiu mantermos o PS e, ao mesmo tempo, continuar com ele exclusivamente para isso. Dou um destaque enorme para o nosso Plano de Assistência. Fomos a única cidade que garantiu, para todos que perderam a sua atividade econômica, a manutenção de cestas básicas, enquanto não foi autorizado o retorno ao trabalho. Isso valeu para ambulantes, transportadores escolares e, vale até hoje, para motoristas de aplicativo. Todos, não deixamos nenhum segmento descoberto. Além do programa de assistência que foi feito pelas SAS (Secretaria de Assistência Social), através do Cadastro Único (CadUnúnico), com apoio das cestas básicas, que foram enviados pelo Estado,  o maior destaque é o ‘Cartão Merenda’. São Bernardo foi a primeira cidade do País a transferir o valor da alimentação para os pais, garantindo a saúde alimentar das crianças nos seus lares. Já entregamos quatro cargas, R$ 28 milhões já foram investidos e, garantimos à população que enquanto não retornar às aulas, vamos manter o benefício. Ao todo, já entregamos 55 mil cestas e continuaremos enquanto os setores não voltarem. Os planos de entrega não foram atrapalhados com a pandemia. Estávamos com tudo já organizado. O que atrapalhou foi a economia da cidade. Tivemos uma perda na arrecadação muito forte, tendo que fazer ajustes para poder cumprir os compromissos. É muito triste, porque são trabalhadores que perderam os empregos. Esse, para nós, é o impacto mais agressivo. Esse sim é realmente bastante ruim, mas para o andamento daquilo que estava programado para cidade, conseguimos honrar tudo. Devemos chegar ao final do ano com uma perda que supera os R$ 300 milhões em arrecadação. Posso dizer que a pandemia está controlada, mas o problema não está resolvido e esse controle se dá pelas ações da administração, mas também com o apoio da população. Enquanto não tiver vacina todos têm que ter a responsabilidade de colaborar. Caso contrário, a pandemia explode e podemos retroceder. No caminho que estamos indo, iremos nos manter nesse platô, inclusive com perspectivas de avançar para a fase verde do Plano SP. Estamos indo bem, mas estar indo bem não quer dizer que o problema está resolvido. O vírus continua no ar, continua circulando, então, estamos fazendo todo o esforço para ter o melhor controle dele. Não dá para comemorar nada ainda.

 

Folha - Qual o presente que o sr. gostaria de dar à população de São Bernardo, neste aniversário?

Morando - Tudo que estamos entregando e o otimismo. Apesar de todas as dificuldades, o povo brasileiro é forte. Tenho certeza que a crise econômica será vencida, os empregos vão voltar e o vírus irá se estabilizar. A vacina chegará esse ano ainda, seja importada ou produzida pelo Instituto Butantan e, a vida vai voltar ao normal, que as pessoas não percam a fé e, muito menos, a sua crença que o Brasil vai superar e a nossa cidade irá continuar crescendo, com certeza.

 

(A entrevista foi concedida na segunda (10) de agosto e publicada na versão impressa no dia 14 de agosto)

Última modificação em Quinta, 20 Agosto 2020 10:02
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