As prévias presidenciais do PSDB, que serão realizadas em 21 de novembro, têm provocado uma disputa acirrada entre os governadores João Doria (São Paulo) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul).

Até o momento, Doria tem apoio de cerca de 63% do eleitorado do partido, segundo dados de sua assessoria, mas a assessoria de Leite passou a informação que o gaúcho já obteve 62% de apoio do eleitorado, Doria 37% e Arthur Virgílio, ex-senador do Amazonas, cerca de 1%.

No ABC, os prefeitos tucanos das maiores cidades, se dividiram. Enquanto Orlando Morando, de São Bernardo, Claudinho da Geladeira, de Rio Grande da Serra, e até o ex-prefeito José Auricchio, São Caetano, irão apoiar o governador João Doria, Paulo Serra, de Santo André, declarou apoio ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

O prefeito de Santo André anunciou, na última semana, que, inclusive, será o coordenador da pré-campanha de Leite no Estado de São Paulo. Serra organizou, recentemente, ao lado do prefeito Felício Ramuth, evento em São José dos Campos para reunir os apoiadores do Vale do Paraíba, que contou com a presença de Leite. O tucano anunciou ainda que está organizando visitas de Leite às 11 regiões administrativas de São Paulo, para as próximas semanas.

Segundo Wilson Pedroso, coordenador geral da Campanha das Prévias de João Doria, isso não representa uma cizânia entre os tucanos do ABC. “O PSDB é um partido grande e democrático. Não há cizânia. Há respeito pela pluralidade de ideias. É fato que Doria tem ampla maioria”, revela.

Apesar do governador de São Paulo não ter obtido o apoio de caciques tucanos, como o ex-governador Geraldo Alckmin, que está de saída do partido; do deputado federal Aécio Neves (MG), do senador Tasso Jereissati (CE); nem da senadora Mara Gabrilli (SP), Pedroso não acredita que isso possa prejudicar a campanha de Doria. “Fernando Henrique Cardoso é presidente de honra do PSDB, duas vezes presidente da República, um dos políticos mais respeitados do País. E declarou seu apoio a João Doria mais de uma vez. Assim como outras lideranças tucanas, como o vice-presidente nacional do PSDB, deputado federal Domingos Sávio, do PSDB mineiro, e a presidente nacional do PSDB Mulher, Yeda Crusius. Ainda teremos o apoio de diversos outros líderes do partido”, destaca.

O recente apoio do presidente da Câmara de São Paulo e líder do PSDB na Casa, vereador Reginaldo Tripoli, ao governador gaúcho, que tenta formar uma frente “anti-Doria” em São Paulo, também não preocupa o coordenador geral. “Isso é um caso isolado, em um universo de 1.203 vereadores no Estado de São Paulo. Portanto, está bem distante de ser a formação de uma frente”, conta.

Em relação ao número de apoiadores contabilizados, efetivamente, para Doria, Pedroso é enfático: “A hora de fazer essa conta é nas urnas. Agora é hora de dialogar com filiados tucanos, de ouvir nossa base nos quatro cantos do Brasil. O mais importante é que o PSDB sairá ainda mais fortalecido e unido para 2022”.

Apoio dos prefeitos do ABC

Dos dois prefeitos tucanos do ABC, Morando e Claudinho, que irão apoiar o governador João Doria nas prévias, apenas o prefeito de Rio Grande da Serra comentou sobre o tema. Procurados, o prefeito de São Bernardo e o ex-prefeito de São Caetano não quiseram comentar sobre o apoio a Doria.

 “Apoiarei o governador João Doria, principalmente por ter se mostrado um grande gestor no combate a pandemia e por todo trabalho que vêm desenvolvendo no estado de São Paulo e principalmente em Rio Grande da Serra e no ABC. É o maior partido do Estado de São Paulo, sério, integro e comprometido com as necessidades da sociedade. O partido no âmbito municipal está alinhado em apoio ao governador João Doria. O PSDB é um partido respeitado no país inteiro e após a efetivação de João Doria como candidato as pesquisas vão mostrar que ele é única via”, disse Claudinho da Geladeira.