O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), realizou, na quarta (29) de junho, a Prestação de Contas dos seis meses do seu quarto mandato, em buffet da cidade, onde reuniu mais de 1,5 mil pessoas.

Na ocasião, Auricchio iniciou seu discurso falando sobre o “erro inequívoco” do Poder Judiciário, que foi revisado e recuperado judicialmente, mas que deixou um lastro operacional, pois lhe foi tirado 25% do seu mandato, ou seja, doze meses. O prefeito elogiou o trabalho realizado pelo prefeito interino, o vereador Tite Campanella (Cidadania), que, nas suas palavras, "cumpriu à risca o programa de governo”.

Auricchio também fez uma análise do cenário global, com fatores externos como a guerra europeia e seus reflexos no país e em São Caetano, somando à situação, que o prefeito classificou de “fase controlada da epidemia de Covid”, pois a pandemia está em vigência, em “fase controlada”, de acordo com o tucano.

Na avaliação do prefeito, o país está passando por um “ciclo vicioso”, no qual há o agravamento das condições de vulnerabilidade social, com o número crescente de moradores em situação de rua, o aumento do sentimento de insegurança e que esta situação de “desconforto” é notória em diversos municípios com mais de 100 mil habitantes no Brasil. “São Caetano não está fora deste circuito. Temos que entender que essa bolha que gostamos de viver em São Caetano, com a Covid, com esses fatores externos, infelizmente, estamos nos remetendo a um cenário que é negativo e é infelizmente, global e nacional”, revelou.

Auricchio afirmou que, em São Caetano, o sentimento é de que “ninguém pode ficar para trás” e, fazendo jus a isso, tem focado em quatro áreas: social, com o fomento do terceiro setor e com intervenções diretas; econômica, com a preservação e indução ao emprego e renda e educacional com o programa Retomada da Educação e na Saúde, com o Pró+Saúde Fila Zero.  “A obrigação do gestor, de quem faz a vida pública, é tentar mitigar e dar o maior planejamento possível para que a cidade sofra o mínimo possível. Existe vida pós-Covid. Precisamos ter união, parceria, enxergar o futuro e o que a cidade continua sendo, na nossa ótica, mas que precisa de ajustes e todo mundo trabalhando para um futuro melhor”, frisou.

O prefeito revelou também que, dentro dos próximos 40 dias, fará quatro “grandes entregas”. São elas: o Parque Matarazzo (no bairro Fundação), Atende Fácil Saúde, Complexo Educacional Santa Maria (duas escolas) e CISE Fundação. Além disso, mencionou ações de planejamento estratégico para o futuro, entre elas o Ponto-Cardio São Caetano, Complexo Educacional do bairro Mauá; novos parques, Tamoyo e Kennedy, implantação do modal cicloviário; construção de três novas unidades de Saúde da Família (Centro, Santo Antônio e Nova Gerty).

Auricchio ainda fez um alerta para a situação das dívidas municipais de São Caetano com a CPTM e o INSS, oriundas da gestão do ex-prefeito Paulo Pinheiro (União). “Trata-se de uma bomba fiscal. É uma tragédia que pode acometer a nossa cidade. É dívida atualizada de R$ 120 milhões (com a CPTM), que continua em negociação do ponto de vista de tempo, forma de pagamento, taxa de correção, garantias, enfim, tudo que cerca uma dívida entre dois entes públicos. Em relação ao INSS, a dívida (de R$ 150 milhões, sem atualizações) ainda judicializada, está em fase de julgamento em primeira instância”, explicou. Segundo Campanella, as dívidas correspondem a quase 20% do orçamento municipal. “Dá para comprometer umas duas décadas a cidade”, lamentou Auricchio.

O prefeito também demonstrou que o governo está bastante alinhado com as ações da Câmara Municipal, onde possui apoio da maioria dos vereadores. Segundo Campanella, foram mais de 2,3 mil proposituras de origem dos vereadores. “A Câmara de São Caetano anda a par e passo com a Prefeitura, com toda a sua equipe, com a gestão do prefeito Auricchio, que é quem lidera com esse processo. Trabalhamos com o objetivo de desenvolver cada vez mais São Caetano”, ponderou o presidente.

O tucano revelou à Folha, que dos seus quatro mandatos, acredita que está fazendo o melhor, mesmo com os desafios impostos pela pandemia e com os percalços jurídico que enfrentou no ano passado. “Toda mandato que a gente faz, achamos que é o melhor, mas sinto que vai indo bem, que falta um pouco de engrenagem, de lubrificação, mas está indo bem e vamos conseguir ajustar até o final deste ano para ter o segundo biênio bastante exitoso”, ponderou.

ELEIÇÕES 2022

Em ano eleitoral, o prefeito destacou o trabalho realizado pelo seu filho e deputado estadual Thiago Auricchio (PL) e ainda do governador Rodrigo Garcia (PSDB). “Por meio do Thiago, em quase quatro anos de mandato, obtivemos para São Caetano, atrás do governo do Estado, R$ 64 milhões em emendas para a Saúde, deficientes, emendas da Covid, para o novo viaduto e outras ações”, disse. O vice de Auricchio, Carlos Humberto Seraphim (PL) também ressaltou as ações do deputado. “Essa ação acentuada do Thiago é fundamental, com verbas conseguidas do governo estadual, para continuar as obras na nossa cidade. É de fundamental importância, nesta fase, pré-campanha eleitoral, que a gente mantenha um deputado da nossa cidade. Isso vai ser fundamental para continuarmos recebendo. Antes, praticamente, nunca havíamos recebido nada em recursos”, enfatizou.

O prefeito completou: “O ABC é uma potência econômica e São Caetano é uma de suas estrelas, mas nunca tivemos um parlamentar que tivesse destinado tantos recursos como o governador Rodrigo Garcia, que é trabalhador e conhece o Estado de São Paulo como poucos”.