23 Apr 2024

No domingo (18), em uma cerimônia para poucos médicos e com a presença do secretário de Saúde de São Bernardo, Geraldo Reple, na sede da APM (Associação Paulista de Medicina) de São Bernardo, foram empossados novos diretores. Na presidência assumiu Thereza Christina Machado.

No final de setembro, quando o governador João Doria anunciou que o início da aplicação da CoroVac, vacina contra a Covid-19, desenvolvida pelo Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, estava previsto para começar no próximo dia 15 de dezembro pelo Sistema Único de Saúde (SUS), milhões de paulistas e brasileiros se animaram com a perspectiva de, muito em breve, ser iniciada a imunização em massa contra o vírus que já levou à morte mais de 156 mil pessoas no Brasil, provocou tanto prejuízo à economia nacional e ainda tem deixado muita gente, idosos principalmente, trancados em suas próprias residências há meses.
Na terça (20), os brasileiros foram dormir empolgados com a notícia de que o Ministério da Saúde compraria 46 milhões de doses da CoronaVac, inclusive com nova Medida Provisória para disponibilizar R$ 2,6 bilhões até janeiro, mas acordaram com a informação de que o presidente Jair Bolsonaro desautorizou o ministro Eduardo Pazuello e jogou gelo no otimismo da véspera.
Na quarta (21), todas as expectativas foram frustradas. Bolsonaro afirmou que o governo federal não comprará a vacina CoronaVac. De acordo com ele, antes de ser disponibilizada para a população, a vacina deverá ser “comprovada cientificamente” pelo Ministério da Saúde e certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “O povo brasileiro não será cobaia de ninguém. Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem”, escreveu Bolsonaro em publicação nas redes sociais.
Com isso, ficou evidente que a disputa política eleitoral ficou acima do interesse nacional. Bolsonaro já tem se dedicado ao projeto de reeleição em 2022 e, como Doria poderá ser seu rival na disputa pela presidência, acordos e negociatas com o governador paulista, ainda que em prol dos brasileiros, como o caso da CoronaVac, não devem ganhar força, podendo, até mesmo serem minados.
O secretário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, informou que “houve uma interpretação equivocada da fala do ministro da Saúde” e não houve qualquer compromisso com o governo do Estado de São Paulo no sentido de aquisição de vacina contra a Covid-19. Franco esclareceu que é “mais uma iniciativa para tentar proporcionar vacina segura e eficaz para a nossa população, neste caso como uma vacina brasileira” e se estiver disponível antes da vacina da AztraZeneca/Oxford ou da Covax. “Não há intenção de compra de vacinas chinesas”, ressaltou.
O fato de a vacina ser elaborada em parceria com laboratório chinês, também atrapalhou as negociações. Bolsonaro possui “fortes laços” com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que acumula desafetos com a China. O interesse em alinhar o Brasil com os Estados Unidos é forte, ainda que isso possa atrapalhar o agronegócio nacional, que depende, em grande parte, da própria China.
Além de tudo isso, a CoronaVac, ainda, aguarda análise técnica e aprovação da Anvisa, o que pode não sair tão rápido quanto o previsto. Ou seja, mais uma vez os brasileiros vão amargar o peso da influência política e das pretensões eleitorais numa decisão de caráter sanitário, que envolve a saúde e o destino de milhões de vidas.

Renovação
Todos os 27 partidos com representantes no Congresso terão candidatos formados ou associações a movimentos de renovação política, nestas eleições, segundo levantamento realizado pelo jornal O Estado de S.Paulo. Do total de 33 partidos brasileiros, 29 siglas têm candidaturas ligadas a grupos como RenovaBR, Rede de Ação Política Pela Sustentabilidade (Raps), Agora, Livres e Acredito. Esses candidatos apostam mais na chancela desses movimentos no poder de influência dessas iniciativas na política, do que nos partidos que estão filiados.

Na mira
Ao menos 30 candidatos a prefeito, nas principais cidades do País, têm discutido a implantação de programas de transferência de renda para a população mais pobre, nos moldes do auxílio emergencial do governo federal, mas com variações nos valores e no alcance dos beneficiados. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Manaus, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre, candidatos já incluíram em seus programas ou sinalizaram a intenção de criar repasses de R$ 100 a R$ 600 por mês.
 
Na mira I
Além do discurso oficial de tentar contribuir para a retomada econômica, os candidatos também estão de olho nos ganhos políticos do auxílio. A aprovação do presidente Jair Bolsonaro subiu de 29% para 40% entre dezembro do ano passado e setembro último, segundo pesquisa da CNI/Ibope.

Posição
O presidente Jair Bolsonaro, na quinta (22), voltou a criticar o governador João Doria, reforçando seu posicionamento de que a vacinação contra a Covid-19 não deve ser obrigatória. “Realmente, impor medidas autoritárias, só para esses nanicos projetos de ditadores, como esse cara de São Paulo aí”, disse.

Encolhido
O faturamento do turismo já encolheu 33,6% no faturamento real acumulado de janeiro a agosto deste ano. Levantamento do Conselho de Turismo da FecomercioSP a partir dos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o resultado negativo, até agora, foi puxado principalmente pelas viagens aéreas (retração de 68,8%) e por serviços de hospedagem e alimentação (-43,2%). No período analisado, o setor de turismo faturou pouco mais de R$ 70,4 bilhões, em 2019, e as receitas já estavam em R$ 106,1 bilhões nesta época do ano, o que representa um prejuízo de R$ 35,7 bilhões.

Murcho
O famoso “senador da cueca”, Chico Rodrigues (RR), é do DEM e isso já atingiu a corrida do partido para lapidar a sua imagem e disputar prefeituras importantes, mirando as eleições de 2022. Vale lembrar que o DEM é o partido dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre; da Câmara, Rodrigo Maia; do prefeito de Salvador, ACM Neto; da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina; do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; do presidente do Conselho de Ética do Senado, Jayme Campos. Todos, com planos ambiciosos na política, optaram pelo silêncio.

Biometria
Por causa da pandemia de Covid-19, a Justiça Eleitoral excluiu a biometria como meio de identificação nas eleições deste ano. Mesmo assim, a coleta dos dados biométricos continuou a aumentar em 2020. Em dezembro do ano passado, pouco mais de 113,5 milhões de pessoas tinham feito o procedimento, o equivalente a 76% do eleitorado. Em agosto deste ano, quando foi encerrado o registro para as eleições municipais, 117.594.975 pessoas estavam identificadas pela biometria, 79.5% do eleitorado.

Reeleição
De acordo com pesquisa realizada pelo Ibope/TV Globo/Estadão sobre as eleições para a Prefeitura de São Paulo, seis em cada dez moradores são a favor da regra que permite a reeleição para prefeitos. A medida foi articulada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Já líderes de 16 dos 24 partidos com representação na Câmara e no Senado apoiam o fim da reeleição.

Visita
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, esteve em Mauá, na quarta (21). Na ocasião, Lupi cumpriu agenda ao lado do candidato a prefeito, Donisete Braga (PDT) e de sua vice, a ex-vereadora Teka Ferreira. Após, a Justiça Eleitoral de Mauá indeferir o pedido de registro de candidatura de Donisete, por problemas com a documentação do partido coligado, Pros, já foi anunciada a saída da sigla da coligação.

Corrida
As setes cidades do ABC têm, ao todo, 3.724 candidatos a vereador, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). São Bernardo é o município que possui maior número de postulantes à Câmara de Vereadores, são 872; seguido por Mauá, com 640; Santo André, com 611; Diadema, com 601; Ribeirão Pires, com 391; São Caetano com 372 e Rio Grande da Serra, com 237.

Apoio
A expectativa da equipe de campanha para a reeleição do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), é definir o pleito já no primeiro turno, em 15 de novembro. Já a intenção do seu adversário nas urnas, Luiz Marinho (PT) é de levar a decisão para o segundo turno e, para isso, comenta-se, nos bastidores, que não estaria descartado o apoio do também candidato a prefeito, Rafael Demarchi (PSL).
 
Bens
Apesar da declaração de bens do candidato a prefeito de São Caetano, Mario Bohm (Novo), ter chamado a atenção, com total de bens em R$ 21 milhões, de acordo com a última atualização do TSE, Bohm recebeu apenas R$36.264 (o que representa 9,65%) em recursos para a campanha, sendo R$ 3,5 mil em doação de pessoas físicas e R$ 28.800 (79,42%) em recursos próprios.

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Outubro Rosa, também mês do médico, com uma linda história fornecida pelo laboratório Eurofarma. Nós médicos além de sabê-la, adoramos nossa profissão.
Juramento de
Hipócrates
“Juro por Apolo Médico, por Esculápio, por Higéia, por Panacéia e por todos os deuses e deusas, tomando-os como testemunhas, obedecer, de acordo com meus conhecimentos e meu critério, este juramento: Considerar meu mestre neste arte igual aos meus pais, fazê-lo participar do meio de subsistência que dispuser, e, quando necessitado com ele dividir os meus recursos; considerar seus descendentes iguais aos meus irmãos; ensinar-lhes esta arte se desejarem aprender, sem honorários nem contratos; transmitir preceitos, instruções orais e todos outros ensinamentos aos meus filhos, aos filhos do meu mestre e aos discípulos que se comprometerem e jurarem obedecer a Lei dos Médicos, porém, a mais ninguém. Aplicar os tratamentos para ajudar os doentes conforme minha habilidade e minha capacidade, e jamais usá-los para causa e dano ou malefício. Não dar veneno a ninguém, embora solicitado a assim fazer, nem aconselhar tal procedimento. Da mesma maneira não aplicar pessário em mulher para provocar aborto. Em pureza a santidade guardar minha vida e minha arte. Não usar a faca nos doentes com cálculos, mas ceder o lugar aos nisso habilitados. Nas casas em que ingressar apenas socorrer o doente, resguardando-me de fazer qualquer mal intencional, especialmente ato sexual com mulheres ou homens, escravo ou livre. Não relatar, o que no exercício do meu mister ou fora dele no convívio social eu veja ou ouça e que não deva ser divulgado, mas considerar tais coisas como segredos sagrados. Então, se eu  mantiver este juramento e não o quebrar, possa desfrutar horários na minha vida e na minha arte, entre todos os homens e por todo o tempo; porém, se transigir e cair em perjúrio, aconteça-me o contrário”.
Caduceu - Desde 2.000 a.C. associado à medicina. A figura da serpente enrolada em um bastão tem inúmeras interpretações. O bastão pode simbolizar o reinado do espírito sobre o corpo ou a árvore da vida em volta da qual se enrola a serpente (vaidade ou morte), domada e submissa seu veneno transforma-se em remédio. Na Babilônia, a serpente do caduceu representa a renovação (pela troca de peles) e a longevidade.
A Eurofarma faz questão de homenageá-lo com o símbolo que representa os princípios dessa profissão que você escolheu.

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É frequente a afirmação de que um filho custa caro. Saúde, educação, roupas, entretenimento, é algo que onera a economia dos pais. Isso explica, ao menos em parte, a queda demográfica das últimas décadas. Quem tem juízo já não observa, com estrita fidelidade, ao mandamento “crescei e multiplicai-vos”. Hoje ele está inteiramente fora do contexto.
Todavia, é interessante observar como é que o fenômeno dos filhos tem sido encarado no decorrer da história. A socióloga Viviana Zelizer, professora da Universidade de Princeton, escreveu um livro interessante: “O preço da criança que não tem preço”. Entre 1870 e 1930, foi radical a mudança nos Estados Unidos em relação à infância.
Ela tem um ponto de vista instigante. Estudou aquilo que poderia ser chamado “evolução do preço” de uma criança. Três os critérios econômicos à disposição e plenamente mensuráveis: a) as sentenças dos Tribunais em caso de acidente com evento morte; b) os seguros de vida; c) o “mercado” de adoção. Este último, para nós, é proibido. Embora não seja raro possa ocorrer informalmente.
O que ela constatou: em 1870, a criança da zona rural trabalha desde os sete anos. O mesmo acontecia na Europa e, talvez, no Brasil do campo. Era apurável a sua utilidade econômica. Já em 1930, a criança não trabalha. A exceção é aquela que os pais levam para as fotos, para os “books”, para a TV ou às redes. O único trabalho que se reclama à criança é frequentar a escola. Perdeu o seu interesse econômico.
Conclusão: quando entra o amor materno/paterno, a criança deixa de ser um interesse econômico e passa até a ser um fardo, conforme alguns reclamam. Isso pode ser acompanhado por documentos. Antes de 1930, se a criança morresse acidentalmente, causada por alguém que se pudesse identificar, o Judiciário calculava a indenização exclusivamente em função da perda econômica. Não havia a ideia do “dano moral”, hoje inserto na Constituição da República.
Caso concreto: em 1896, os pais moveram processo contra a ferrovia da Geórgia, culpada - por negligência - da morte do filho de dois anos. O júri decidiu que não havia indenização, porque a criança não ganhava nada. Já em 1979, uma clínica foi condenada a ressarcir em 750 mil dólares pela morte de um garoto de três anos, ocorrida durante uma cirurgia.
Os juízes do século XIX achariam absurda essa quantia, já que alguém de três anos não trazia dinheiro para casa. O segundo critério, o do seguro de vida, praticamente desapareceu. Aparentemente, a ética o reprova, por considerar que a morte de um filho não tem preço e não pode ser objeto de contrato de seguro.
Já a terceira senda de pesquisa de Viviana Zelizer é o preço que os norte-americanos pagam para suprirem o amor parental que, biologicamente, não é possível. Aí, o cálculo é objetivo. Pode parecer ignóbil, mas entram no cálculo o DNA dos pais, a cor dos olhos e da pele, a aproximação a padrões estéticos impostos pelas mídias, idade, etc.
Pais sabem que filho não tem preço. Mas uma sociedade mercantilista, consumista, egoísta e narcisista, encontra fórmulas de precificar tudo. Até aqueles produtos do amor, que propiciam aos humanos a coparticipação na obra do Criador.

Bicho de pé

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Rubem Alves é um escritor mineiro que morou em Campinas, onde faleceu e foi sepultado. Escreveu vários livros sobre sua vida, no tempo em que morou em cidades mineiras, mas o mais interessante é o que contém suas memórias, "O velho que acordou menino", um contador de estórias, que as descreve desde os tempos de menino até a adolescência e sua  idade adulta. Ele mesmo escreve que é um contador de estórias. Nesse livro estão reunidas passagens de sua vida, suas experiências, sua vivência como escritor e memorialista.
Nesse texto "Bicho de pé" ele conta que "todo menino tinha bicho-de-pé, eu tive muitos. Ter um bicho-de pé era uma felicidade. Como  a maioria dos meus leitores nem tenha tido a felicidade de ter um bicho de pé no dedo do pé e nem mesmo tenha ouvido falar desse minúsculo animal, trato de dar as informações devidas". Diz ele que "se trata  de uma espécie de pulga que tem especial predileção pelos dedos dos pés. Esse gosto é específico das fêmeas que, penetrando sobre a pele dos humanos, ali se põem a botar uma enorme quantidade de ovos minúsculos que formam um bolha transparente como se fosse de plástico, do tamanho de uma pimenta-do-reino. Essa bolha recebe vulgarmente o nome de "batata"."
Prossegue o autor na descrição dessa batata.  "A extração de uma batata pequena requer uma habilidade proto cirúrgica ou seja, a manipulação de uma agulha de costura cortando a pele circularmente à volta da batata até que, completando-se a operação se possa cuidadosamente proceder a conclusão da cirurgia. Sendo bem sucedida a operação puxava-se a batata que saia redonda e inteira, sendo exibida triunfalmente como um troféu, em seu lugar ficando uma cratera, que tem uma capacidade enorme de produzir prazer sob a forma de coceira. Coceira é uma estranha dor que dá prazer."  Diz ele que  "a verdade obriga-me a uma informação desagradável: o bicho de pé, para existir, precisa de sujeira. É nos chiqueiros que ele engorda. Há prazeres que necessitam de ambiente suíno para existir."
O bicho de pé, juntamente com as pulgas, eram partes normais da vida, conviviam com os humanos. De noite as pulgas faziam cócegas andando sobre a pele a procura de um lugar propicio a sua mordida hematofoga. Mas, depois vieram os inseticidas e elas se foram.  Hoje sobrevivem em lugares distantes. São animais em perigo de serem extintos. Eu posso testemunhar que tive várias vezes o tal bicho de pé principalmente quando andava descalço, nos meus tempos de menino. Quando cresci, da adolescência em diante nunca mais tive bicho de pé. Mas ele dava uma coceira gostosa no pé, ao ponto de sangrar em razão  dos esfregões na cama à noite antes de dormir.
Assim diante das várias estórias gostosas de Rubem Alves, descritas nesse livro "O velho que acordou menino" destaco esta do bicho de pé, mas me delicio sempre com suas narrativas verdadeiras e nostálgicas. Recomendo.


Última modificação em Sexta, 23 Outubro 2020 14:36

A política

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Última modificação em Sexta, 23 Outubro 2020 09:25

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