23 Apr 2024
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“As pessoas que encontramos profundamente, nos transformam, nos modificam, nos constroem”. Quanta verdade na clássica mensagem de Saint Exupéry. Propicia uma reflexão amarga sobre os relacionamentos. Eles também machucam. Podem acelerar aquela deterioração natural, imposta pela passagem dos anos.
Há inúmeros matizes de convívio. Costumo dizer que amigo é o familiar escolhido. Não se poderia errar. Se os laços de sangue são condicionamentos imutáveis, a relação amistosa depende de seleção.
Encontros consistentes ajudam a encarar a angústia existencial. No fundo, é permanente o questionamento insuscetível de resposta definitiva: por que nasci? O que estou fazendo neste mundo? Para onde irei depois? O que me aguarda, senão a terrível incerteza? Partilhar momentos ameniza o indisfarçável mal-estar.
Aparentemente, há jogos de “ganha-ganha”. A reciprocidade é possível. Cada qual pode oferecer ao outro uma vantagem na contabilidade consumista que impregnou a atual maneira de existir.
Só que as situações se alteram. Aquele que detinha poder, autoridade e influência, mereceu as gloríolas mesquinhas da tática das homenagens, já não ocupa função, nem cargo, nem reveste importância na hierarquia a que se apegam os peregrinos da fama.
Então é suficiente um pretexto para uma separação. Já não se vislumbra o que poderia sustentar uma relação agora desequilibrada. Quem serviu já não serve mais. O fim afigura-se próximo para aquele que acelera o declínio. Tem pouco a oferecer. O horizonte resplende promissor para quem continua em rumo ascendente.
Não perdurou o tantas vezes proclamado afeto. Prossigamos ambos nas trajetórias em direções antagônicas.
Outros relacionamentos padecem de evidente desigualdade na proporção das expectativas. A alma sensível tem a pretensão de semear sensibilidade no espírito de quem procura outros valores. Alguém adentra com a intenção de lapidar uma contingente rusticidade e espera verdadeira cumplicidade, situação que dignifica um relacionamento. Prestigia a nobreza de minúsculos diferenciais. Delicadezas, gestos singelos, mas significativos.
Só que a proposta não ressoa. Responde-se com mais do mesmo. A persistência de aparentes insignificâncias, que denunciam a indestrutível rudeza, ou incapacidade de devolver sutileza. Uma incompatível hierarquia axiológica, suficiente para decepcionar o espírito talvez excessivamente melindrável e gerar estupefação no parceiro, que sequer consegue compreender o que se passa. O silêncio se converte na única linguagem.
A gangorra fragílima dos afetos se submete a uma indecifrável álea. Não se aprende na escola a fazer boas escolhas no campo da afeição. Inexiste ba-lança capaz de detectar o investimento amorável com que cada qual inicia e mantém uma relação. Não é fácil conviver. Há de se ter a capacidade de perdoar. O perdão é uma virtude exaltada, mas pouco praticada. O predomínio do “eu” veda iniciativas de retorno. E a continuidade dos dias se impõe, na rotina triste de quem sempre soube ser irreversivelmente só.
À espera de verazes profundos encontros, que transformem, modifiquem e construam. Se possível, com o mínimo ferimento d’alma.

Cabeças pensantes

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Há nesse governo da República um mal estar constante em face dos rumos pretendidos pelo presidente e alguns de seus principais auxiliares, especialmente em integrantes de seu ministério,  até este momento por razões que escapam de sua vontade. A começar pelo principal deles que é o presidente da República. Se dependesse só dele os rumos a traçar para o governo já estaríamos fechados nos estreitos limites da possível liberdade, sobretudo na área  cultural. Alguns de seus ministros, a maioria, estariam prontos para acudir aos desejos do chefe respondendo com a brutalidade de censura ao comando, contido por enquanto, por razões independentes de sua vontade.
Há fatos concretos, e não são poucos, a mostrar o que seria o atual governo se não houvesse um freio nas suas vontades, fundado nas bases democráticas ainda vigentes. Vejamos: no estado da Rondônia, governado por um feroz inimigo das liberdades, foi determinado o recúo anunciado pela Secretaria da Educação de "recolhimento" de uma decisão superior segundo a qual deveriam ser recolhidos, para não chegar aos alunos, livros com conteúdo considerado inadequado. Quem assim os considerou foram diretores e professores e esses livros eram, simplesmente, de autoria de Machado de Assis, Euclides da Cunha, Mário de Andrade, Nelson Rodrigues, Rubem Fonseca, Carlo Heitor Cony  e mais alguns outros. Autores estrangeiros também foram incluídos na lista da censura. Felizmente, o corte não se concretizou por razões que não dependeram da vontade dos censores. Por causa disso, revoltados  eles tentaram punir os autores da decisão de permitir a leitura, no que foram contidos por alguém de inteligência superior à  deles, censores. Bateram à porta do Supremo Tribunal Federal, onde a questão está aguardando julgamento,  pois o Ministro da Educação que patrocina a discussão perante a Justiça tem contra si pedido de impeachment por ter participado da censura, numa atitude  própria de um regime fascista, que parece ser das tendências ministeriais, sem nenhum disfarce.
O ministro da Educação, no caso, é Weintraub que tem se posicionado, à frente da pasta que dirige, de maneira absolutamente  incompatível com as liberdades democráticas ainda vigentes entre nós. Ele pode ser tido como mero faschistoide, mas tem estado atento na censura que lhe seja permitida pelo governo a que serve.
Não obstante essas graves manifestações de sua excelência, o deputado Eduardo Bolsonaro o considera o melhor ministro da educação "de todos os tempos". Dize-me com quem andas ...
E assim seguem de forma inteiramente mal orientada questões fundamentais no campo da cultura, para só ficarmos por aqui, por ora, lamentando o descaso do atual governo por matérias dessa importância  -  e não são poucas.

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As vezes fico quebrando a cabeça pensando no que vou escrever para vocês. Nem sempre acho minhas ideias felizes. Enfim, agradar aos gregos e troianos é difícil.
Recebi uma linda mensagem pelo WhatsApp. Veio sem o nome da autora, mas hoje em dia, é só acionar o Google e logo temos a resposta.
O texto é de uma médica geriatra: Dra. Roberta França.
Na minha idade, temos que nos controlar num encontro entre amigos, para não cansarmos os demais falando sobre nossas dores.
O assunto é contagiante, e a nossa cruz é sempre maior do que a do outro.
Assim, melhor falarmos sobre filhos, netos, cinema, música, enfim, dores deixamos para nós.
E hoje vai esse texto maravilhoso para pensarmos...
 
"Quando tudo dói, a dor não é física
Quando ainda era acadêmica ouvi de um professor algo que nunca esqueci  "quando tudo dói a dor não é física"...
Talvez eu não tenha dimensionado naquele instante a grandeza desse diálogo.
Hoje geriatra, vivenciando diariamente a rotina dos meus pacientes, vejo o quanto esse olhar me abriu para compreender cada um que chega com dores por todo corpo; muitas vezes não sabendo nem por onde começar ou sequer explicar como acontece.
Ouço com atenção às queixas de dores de cabeça, no estômago, musculares, ósseas, palpitações, náuseas, coceiras...
Depois faço apenas uma pergunta "o que está realmente acontecendo com você?".
Após um minuto de hesitação e até espanto, a maioria cai num choro convulso e doloroso. Deixo o choro libertador acontecer e então no lugar das queixas álgicas ouço término de relações, perdas de pessoas queridas, problemas financeiros, medos, angústias e ansiedades...
Novamente lembro-me da frase "quando tudo dói a dor não é física"... Não é!. A dor é na alma...
Tudo que nos faz mal e guardamos, por um mecanismo de defesa, vai sair de alguma forma... muitas vezes em forma de doença!.
É nosso corpo físico gritando pelo resgate da nossa alma...
É nosso corpo nos confrontando com nosso eu...
É nosso corpo nos mostrando o que não vai bem...
É nosso corpo dizendo "olhe pra você "
As vezes é difícil compreender e até acreditar nisso. Normal! Estamos tão mentais, tão obcecados pela objetividade que só mesmo adoecendo, doendo, machucando é que paramos para valorizar nossas sensações e nos perceber...
Ninguém gosta de sentir dor, ninguém quer adoecer, todo mundo teme se machucar...
Alertas!
Quantos alertas nosso corpo precisa nos enviar para olharmos pra ele, de verdade!
Sejamos mais atentos, gentis e cuidadosos com nosso corpo...
Sejamos mais atentos, generosos e amorosos com nossa alma...
Toda dor é real...
Toda dor é tratável. ..
Todo corpo deve ser templo...
Toda alma deve ser leve...
Medicina Geriátrica
Espero que leiam... pensem... avaliem... e aproveitem para modificar seu jeito de pensar.
Um abraço, Didi

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O carnaval de Veneza teve a abertura no sábado, dia 08, com o voo do Anjo, e se estende até o dia 25, com o voo do Leão. O desfile náutico iniciado nas águas do Gran Canale em direção ao Rio di Cannaregio  apresenta o tema: o jogo, o amor e a loucura. É muito mais antigo do que se pensa, feito de uma magia e de respeito pelas tradições que o tempo não consegue apagar. Segundo as anotações dos registradores da Sereníssima, a festa foi instituída por volta dos anos de gestão do Dodge Vitale Falier. O carnaval, cujo nome é composto pelas palavras carnem  e lavare, é uma festividade associada ao catolicismo, embora não seja  reconhecida pela Igreja, como um evento religioso. A data remonta ao fim do século XI, época da qual datam as primeiras referências escritas sobre sua celebração. Propôs  que, antes do início da quaresma, a população tivesse direito  a usufruir de um período de jogos, brincadeiras e diversão pública. Não era novidade, pois os romanos já realizam esse tipo de festa, nos chamados dias de Saturnali, quando festejavam o deus Saturno, com festas e subversão dos papéis: os escravos tomavam o lugar dos patrões por certo período, ou seja, para que nobres e plebeus se misturassem em um momento de diversão anônima. Com o apoio definitivo das autoridades, o carnaval teve adesão por parte dos venezianos, não só entre as altas esferas sociais, que viam nas máscaras uma excelente oportunidade para se exceder livremente, mas também entre as classes mais baixas e integrantes do clero, que aproveitavam para se fantasiar de monstros, demônios e muitas outras figuras. Mas, foi em 1296, que o Senado veneziano formalizou o carnaval com um decreto que declarava que o último dia antes da quaresma fosse de festa. Porém, a população já começava a comemorar o carnaval meses antes, em dezembro. A oficialização do evento trouxe uma série de usos e costumes, além de caracterizá-lo como uma verdadeira oportunidade de novos negócios. Nesta época, já existiam, por exemplo, as escolas ou confrarias dos mascareri, os artesãos que produziam as máscaras e fantasias para os foliões. A euforia do carnaval estava no papel que ele incorporava. Um momento de abandono da própria identidade. O anonimato permitia aos venezianos  de serem quem eles queriam ser pelo menos durante esse período do ano. Os homens usavam a bauta, uma roupa com uma espécie de capa  que cobria todo o corpo. O rosto era escondido por uma máscara branca triangular, com uma abertura que não os impedia de comer e beber, mas era suficientemente fechada para alterar até mesmo a voz de quem a usava. As mulheres a moretta, uma máscara preta de veludo oval, mas para elas o silêncio que reinava  pelo fato de ser encaixada no rosto por meio de um botão que devia ficar dentro da boca da mulher, o que impedia de se expressarem. Não esquecer as célebres personagens tão cultuadas: pierrôs, colombinas e arlequins. A liberdade muitas vezes era exacerbada: atos imorais, golpes, pequenas ações criminais aconteciam, mas eram controlados pelas autoridades. Em certo período as máscaras chegaram a ser proibidas durante a noite, nos lugares sagrados  e nas casas de jogos. Mas, nos teatros o uso das máscaras era obrigatório para todos. A população veneziana continuou fantasiando-se por séculos, quando o carnaval de Veneza atingiu seu auge no século XVIII, quando famílias inteiras de nobres e até mesmo da realeza juntavam-se à folia. Nessa época, os governantes passaram a permitir os fantasiados durante todo o semestre, em vez de apenas nos dias previstos no calendário. Com a queda do potencial econômico de Veneza, o evento passou a perder certa importância, sendo o golpe final a proibição de sua celebração por Napoleão, em 1797, ao conquistar a cidade. Com isso, sofreu um longo período de ostracismo até a retomada a pleno vapor no século XX, ficando reincorporado ao calendário veneziano, oficialmente, a partir de 1979, quando deu-se um autêntico renascimento carnavalesco. Um claro sinal  disso foi a proliferação  de lojas de máscaras, motivo de preocupação dos comerciantes italianos com a concorrência chinesa na produção dos artigos. As autoridades venezianas se dando conta do forte apelo turístico do carnaval na cidade, deram um grande incentivo investindo na promoção com um grande programa festivo que inclui desfiles na Piazza San Marco, regatas de gôndolas  e desfiles com barcos alegóricos, concursos de fantasias e de máscaras, e blocos nas praças principais. Assim, a magia do carnaval de Veneza revive a antiga tradição veneziana quase milenar de se mascarar e ser anônimo por alguns dias, participando das festas que devolvem à cidade seus tempos mais áureos e coloridos.

Imigrante Italiano

Wilson Davanzo, presidente da Sociedade Cultural Ítalo Brasileira, na quarta (19), às 20h, junto com sócios e convidados, comemora o Dia da Imigração Italiana, com missa em Ação de Graças, seguida de coquetel e homenagem a Antonio Brancatelli, sócio italiano mais antigo. Haverá também homenagem póstuma a Romano Romanini e Fábio Piagentini. Tudo acontecerá na sede da entidade, em Santo André.

 

Otimismo

O excesso de otimismo dos brasileiros é tanto que vêm lhes causando mal e fazendo com que gastem parte do pouco dinheiro que têm procurando ajuda, como ser um vencedor, como ser milionário, como ter carrões, viajar, estar bonito nas redes sociais, etc. Com isso, recorrem aos livros de autoajuda, psiquiatras, ou o que está na moda “coachs”. Só que não existe milagre em um país onde o brasileiro não tem acesso a lazer, ao emprego, cada vez mais escasso, moradia e onde a violência não dá trégua.

 

Jaqueta emoji

A Ford criou, na Europa,  a jaqueta emoji, traje a ser usado por ciclistas e que enviará mensagens aos motoristas de veículos por meio de um painel de LED instalado nas costas. A jaqueta vem acompanhada de controle remoto sem fio a ser fixado no guidão. Resta saber se chegará ao Brasil.

 

Descarte

É de causar arrepios. Todos os dias, em frente às residências e  estabelecimentos comerciais na rua João Pessoa, Centro de São Bernardo, corre uma enxurrada, chovendo ou não. São águas muitas vezes limpas  ou em forma de esgotos, que são descartadas por duas torres residenciais e comerciais que foram construídas na Rua Américo Brasiliense. Ao invés de correr por baixo do asfalto, a água corre na rua e ainda traz junto tudo o que é descartado nas guias, como garrafas pet, copos e sacos plásticos, fraldas descartáveis usadas e até peças de roupas. Tudo desemboca em uma boca de lobo que fica no cruzamento das ruas Municipal com a João Pessoa. Pode?

 

Doação

A Apae de Santo André, na quarta (5), recebeu doação de dois guinchos. A iniciativa foi da deputada estadual Carla Morando, junto com o empresário da Capital, Anael Fael. Os equipamentos serão instalados em um pavimento da Apae e irá melhorar o serviço de manuseio entre os profissionais e os assistidos.

 

Repaginada

Se já era uma tentação entrar na Padaria Portuense, em São Caetano, nos finais de tarde e se deparar com uma belíssima mesa posta, logo na entrada, com deliciosos bolos, pães, sonhos e a tradicional rosca de creme, receita da família, que faz sucesso há mais de 30 anos, e ocupar uma das mesas para um bom café, em breve, ficará ainda melhor, com o novo espaço. A padaria está passando por obras e logo estará repaginada. 

 

A Instituição Sicredi, na quarta (12), promoveu palestra com os temas: proteção de dados, cenário econômico de 2020 e investimentos. A palestra foi proferida pelo advogado Wagner Jenny, membro da Comissão de Direito Digital da OAB-SP. Após, o evento foi encerrado com almoço no restaurante Requinte Cadore, nas dependências do Hotel Blue Tree, em Santo André.


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