24 Apr 2024

A Guarda Ambiental de São Bernardo deteve, no domingo (16), um indivíduo em flagrante por cometer o crime de pesca ilegal e transporte do produto da ação predatória em área de proteção de manancial. A ação resultou na apreensão de quase 70 metros de rede, além de uma embarcação e 12 quilos de pescado.

O crime ambiental foi cometido na Represa Billings, na região do bairro Alvarenga, onde agentes da Guarda Ambiental, durante patrulhamento preventivo, flagraram um pescador profissional desrespeitando o período de defeso, que proíbe até o fim de fevereiro a pesca para espécies de peixes em reprodução, visando à proteção da fauna aquática nativa.

Na embarcação, foram encontrados aproximadamente 70 metros de rede e 12 quilos de pescado, além de diversos itens para prática da pesca predatória. As redes foram destruídas e a embarcação apreendida.

O indivíduo responsável pelo crime foi autuado em R$ 1.240 e encaminhado para o 3º Distrito Policial de São Bernardo, onde ficou à disposição da Justiça.

CRIME AMBIENTAL– Ainda no domingo, agentes da Guarda Civil Municipal prenderam outros quatro indivíduos que praticaram, de maneira ilegal, a soltura de balão de seis metros na região do Alves Dias. Com o grupo, foram apreendidos um botijão de gás, um maçarico, armações de madeira para bandeiras e velas.

O grupo foi detido e encaminhado para o 3º Distrito Policial de São Bernardo, onde irão responder pela prática de crime ambiental.

“É uma tranquilidade enorme. Com a vacina, ele poderá realizar muitas atividades com segurança. Por exemplo, ir à escola. Sem receio.” Este é o sentimento de Fernanda Dessoti Romero, de 45 anos. Seu filho Caio, de 11 anos, foi a primeira criança vacinada contra a covid-19, em São Caetano, na segunda (17), no CEM (Centro de Especialidades Médicas), no bairro Fundação.

Nesta primeira etapa de imunização de crianças de 5 a 11 anos, são vacinadas as que têm algum tipo de comorbidade. Caio está entre os cerca de 1.800 meninos e meninas de São Caetano nesta condição dentro dessa faixa etária. Além do CEM, a vacinação deste grupo ocorre também na UBS (Unidade Básica de Saúde) Ivanhoé Esposito, no bairro Barcelona.

O prefeito José Auricchio Júnior esteve no CEM para acompanhar o início da aplicação das doses para este grupo. “A variante Ômicron traz uma transmissibilidade muito grande. Mas, graças ao avanço da vacinação, os casos graves são reduzidos. Vacina é vida. E a imunização das crianças nos dá tranquilidade para o retorno das aulas presenciais, que está confirmado para o dia 9 de fevereiro, com todas as nossas escolas seguindo os protocolos sanitários”, afirmou.

O secretário municipal de Saúde, Marco Cezario, agradeceu aos profissionais do setor pela dedicação e comprometimento nestes quase dois anos de pandemia. O deputado estadual Thiago Auricchio também prestigiou o início da vacinação das crianças no CEM.

Na semana passada, a Prefeitura capacitou os 75 profissionais, que estão atuando diretamente na vacinação pediátrica. O objetivo foi esclarecer sobre o fluxo de trabalho das equipes, preparando-as para o agendamento, acolhimento e recepção das crianças; a administração correta do imunizante; e o registro das informações no sistema oficial do Estado: o Vacivida.

OUTROS GRUPOS- A Prefeitura aguarda o envio de mais doses pelo Governo do Estado para reabrir o agendamento das crianças. Pessoas pertencentes a outros grupos podem marcar a primeira, a segunda ou a dose adicional da vacina no site https://portais.saocaetanodosul.sp.gov.br/sesaud-agendamentos.

A Prefeitura de Santo André vacinou 77 crianças, entre sexta (14) e domingo (16), no primeiro final de semana de imunização infantil contra a Covid-19. As vacinas foram aplicadas no Reabilita (Centro Especializado de Reabilitação Física, Intelectual, Auditiva e Visual), localizado no bairro Campestre.

 "A vacinação avança em Santo André, para proteger a nossa gente. Antecipamos a aplicação do imunizante infantil para crianças de 5 a 11 anos com comorbidades, ou alguma deficiência, além de indígenas e quilombolas. Aguardamos a chegada de novas doses para iniciar a vacinação dos outros públicos, em um grande esforço para frear o avanço da nova variante da Covid-19, a ômicron", destacou o prefeito Paulo Serra.

 No sábado (15), Eduardo Oliveira Cesquim, de nove anos, foi ao Reabilita receber a primeira dose da vacina acompanhado da mãe, a analista de sistemas Ana Paula Oliveira Cesquim, de 38 anos, depois de quase dois anos de ansiedade e espera. Mãe e filho não contiveram as lágrimas após a aplicação do imunizante. Feliz por ter sido imunizado, o menino fez uma “dancinha da vacina” para comemorar o momento. “Para mim foi a melhor notícia desses últimos dois anos. Estou muito feliz pelo meu filhote estar protegido. Tenho muita esperança de isso acabar um dia”, comentou Ana Paula.

 No domingo foi a vez da Ana Luísa, de 11 anos, receber a primeira dose de esperança. Acompanhada dos pais e da irmã mais nova, ela escolheu receber a vacina no braço direito, para não atrapalhar o hábito que a pequena tem de desenhar. Em um momento de forte comoção, após a aplicação, a família se abraçou para celebrar o momento que foi tão esperado por todos.

 “Estou muito feliz, estava me sentindo muito nervosa, mas eu cheguei e vi que tinha uma mesinha e eu comecei a desenhar e fiquei mais tranquila. Eu adoro desenhar e fiz um arco-íris, eu e a minha irmã. Estou torcendo bastante para minha irmã ser vacinada, torcendo até cansar”, contou Ana Luísa, de mãos dadas com a irmã caçula que trazia esperança e curiosidade no olhar. 

 A socióloga Adriana Márcia Marcornio, de 46 anos, comemorou a vacinação da filha Ana Luísa. "Esperamos muito por esse momento, para que ela pudesse estar protegida, e estamos na expectativa que nossa outra filha Júlia também possa receber a vacina e estar protegida dessa doença. Mesmo que a possibilidade de contaminação seja menor em crianças, esse risco existe, principalmente para aquelas que têm comorbidade. Contamos os dias nesses quase dois anos de espera por essa vacina, foi uma emoção muito grande e eu estou me sentindo muito aliviada".

Além do Reabilita, a vacinação está disponível em outras sete unidades de saúde e também está sendo realizada em casa para crianças acamadas cadastradas no Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD). Pais de crianças acamadas que não são acompanhadas pelo SAD podem solicitar a vacinação na unidade de saúde mais próxima da residência.

 A vacina destinada para as crianças é da marca Pfizer-BioNTech e possui o frasco na cor laranja, para diferenciar a dose destinada aos adultos. A dose também é menor, de 0,2 ml, e é aplicada em seringas de 1 ml, também específicas para a vacinação infantil, conforme orientação do Ministério da Saúde.

 O secretário de saúde de Santo André, Márcio Chaves Pires, acompanhou o processo de vacinação e explicou sobre a importância da imunização para evitar a gravidade da doença. “Existe uma série de recomendações da Anvisa que nós estamos garantindo para preservar a saúde e a predisposição dos pais em vacinar as suas crianças. O fundamental é que há uma grande mobilização da sociedade em garantir a vacinação, então estamos proporcionando todas as condições para que ninguém tenha qualquer justificativa para não vacinar os seus filhos. A vacina é a única garantia que nós temos de evitar o coronavírus de forma grave nas nossas famílias”, pontuou.

 Sobre o agendamento - Para se vacinar é necessário realizar pré-cadastro no site https://vacinaja.sp.gov.br/ e depois fazer agendamento no site psa.santoandre.br/vacinacovid, que indicará data, local e horário da vacinação. Assim como para os adultos, o agendamento da vacinação é vinculado ao número do CPF, que é um documento obrigatório. Além disso, o certificado internacional da vacina está vinculado ao documento.

 Documentos necessários - Para as crianças com comorbidades ou deficiência permanente, no momento da vacinação é preciso apresentar laudo médico (prescrição médica, relatório médico, receitas ou exames) que comprove a condição clínica da criança, de acordo com a lista de comorbidades indicadas como prioridade.

A lista de todas as comorbidades incluídas nesta fase da campanha de vacinação contra a Covid-19 está disponível no site da Prefeitura de Santo André, no link http://tiny.cc/clcxtz.

Última modificação em Terça, 18 Janeiro 2022 09:17

A Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São (AFPESP) realizou, em sua Sede Social, em São Paulo, a cerimônia de posse dos novos membros da Diretoria Executiva para o triênio 2022/2024, Conselho Fiscal, para o mesmo período, e Conselho Deliberativo, para os seis anos compreendidos de 2022 a 2027. Na oportunidade, também foi declarada a vitaliciedade dos conselheiros que alcançaram essa condição.

O novo presidente é Artur Marques da Silva Filho, desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, doutor em direito pela USP, livre-docente pela Unesp e professor da PUC-Campinas. É membro da Comissão de Constituição e Justiça do Conselho Deliberativo da AFPESP. Os demais membros da Diretoria Executiva são os seguintes: 1º vice-presidente - Antonio Luiz Pires Neto, também desembargador aposentado; 2ª vice-presidente - Rosy Maria de Oliveira, assessora técnica procuradora do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo; diretora econômico-financeira - Lizabete Machado Ballesteros, assessora técnica de Gabinete/Chefe de Gabinete aposentada; 1º tesoureiro - Adherbal Silva Pompeo, agente fiscal de rendas aposentado; e 2ª tesoureira - Rosely Duarte Corrêa, que trabalha no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Artur Marques da Silva Filho, presidente empossado da entidade, ressaltou que a nova equipe assume com um olhar visionário, que conduzirá a associação com determinação e trabalho eficiente, de acordo com os princípios daqueles pioneiros que a formaram. “A AFPESP caminha rumo ao seu centenário. É uma honra assumir a direção da entidade e tenho plena convicção de que a equipe que assume junto a mim é formada por pessoas experientes, leais e dispostas a levar adiante os ideais da entidade.”

Os integrantes do novo Conselho Fiscal são Antonio de Jesus da Silva, Dalmar Cassapula, Glória Della Monica Trevisan, Luiz Sérgio Schiachero e William Marinho de Faria.

O Conselho Deliberativo, composto por 26 membros, tem a seguinte composição: Álvaro Rodrigues Bueno Fernandes; Ana Maria Villela Alvarez Martinez; Ana Paula Carlos Simões Guerra; Aparecida de Fátima Bosco Benevenuto; Carlos Alberto Sato; Carmen Silvia Pedroni Benatti; Claudia Cristiane da Costa Carlos; Conceição Maria de Oliveira Padilha; Ester Mirian Belo Rodrigues; Fernanda do Amaral Zaitune; Helena Niskier; Isabel Aparecida Duarte; Isabel Cristina de Oliveira Rosso; Leda Regina Machado de Lima; Luciana Corrêa; Marcelo Hideo Nakahara; Maria Auxiliadora Murad; Maria Regina Freire Martins; Matheus Falconi Fialho; Meire Eveli Tamen; Pedro lssamu Tsuruda; Rita de Cassia Silva; Rosangela Santana Shigemoto; Ruy Galvão Costa; Silvana Tognini; e Vera Lúcia Pinheiro Morgado.

Os associados que se tornaram conselheiros vitalícios são Antonio Carlos de Castro Machado, Antonio Luiz Pires Neto, Benedito Vicente da Cunha, Cassio Juvenal Faria, Luiz Reynaldo Telles e Romeu Benatti Júnior.

Entre os dias 22 de janeiro e 13 de fevereiro de 2022 (sempre aos sábados e domingos e nos dias 24 e 25 de janeiro, feriadão do aniversário de São Paulo) a Vinícola Góes, em São Roque (SP) realizará a sua Festa da Vindima. Serão três horários a cada dia: 10h, 11h30 e 13h. A tão aguardada festa celebra a colheita das uvas e envolve os turistas que revivem as antigas tradições de colher os frutos no parreiral e de pisar as uvas, ao som de músicas típicas portuguesas e italianas. Em um cenário bucólico dos parreirais que celebram a nova safra, e em área especialmente preparada para a refeição e degustação, os visitantes se empolgam e muitos resgatam suas próprias biografias.

“Em 2021, em respeito aos cuidados que a Pandemia inspirou, não pudemos compartilhar essa experiência única com os turistas. Mas retornamos em 2022 com atrações diferenciadas para quem esperou ansiosamente as atividades voltarem ao normal”, destaca Luciano Lopreto, diretor comercial da vinícola.

Durante o passeio a empresa consegue mostrar o trabalho no campo e toda a produção dos rótulos Góes, oferecendo uma programação completa e exclusiva. Esta edição do evento conta com ilhas interativas, wine bar, trilha ecológica e espaço kids, entre outras atividades.

O passeio

Os visitantes são recebidos na sede da empresa, onde conhecem a história da Vinícola Góes. Neste momento inicia o encontro e a vivência com as tradições que fazem o mundo do vinho tão peculiar. Em seguida, o turista é levado para os parreirais em um trenzinho com música típica, deixando para trás o movimento da cidade e aproveitando o clima agradável do interior. No decorrer do percurso, em um bate papo descontraído, são apresentadas curiosidades sobre o plantio, as variedades de uvas e a colheita.

Entrando no parreiral, os participantes irão colher as uvas utilizando tesouras específicas, já protegidos pelos chapéus e tendo em mãos as cestas, como os antigos camponeses faziam. Ainda no vinhedo, acompanhados pelo enólogo Fábio Góes, será possível conhecer os segredos do plantio das videiras e da produção de grandes vinhos. O passeio segue na fábrica, com informações sobre o processo de produção dos vinhos e uma das atrações mais esperadas: a famosa pisa da uva. Todos são guiados para reviver a história de como tudo começou na produção dos vinhos, da maneira mais tradicional: pisando as uvas com os pés em grandes tinas e ao som de músicas típicas. Após a pisa, acontece um brinde para comemorar a safra. Depois os participantes seguem para o almoço português harmonizado e depois da refeição existem espaços de descanso e convivência para o turista curtir o clima da Vinícola Góes.

Para retornar à sede da empresa, o wine bus, um ônibus temático, estará disponível a cada 30 minutos.

 Ilhas Interativas

Os parreirais da Vinícola Góes são cercados pela Mata Atlântica. Por isso, a vinícola preparou um espaço especial para que os turistas sintam a presença da natureza em todos os momentos.

No local, os visitantes desfrutam da área de entretenimento, onde estão dispostas as Ilhas Interativas, compostas por várias atividades, como: wine bar, apresentação de dança, música ao vivo, espaço de doces e sorvetes, espaço kids com monitores e muito mais. Para os aventureiros há uma pequena trilha ecológica e para os que procuram descanso há vários pontos de repouso.

O passeio completo inclui:

  • Transporte exclusivo de trenzinho até a fazenda;
  • Tour com o enólogo com explicações da produção de vinhos;
  • Chapéu para sua experiência na colheita das uvas;
  • Degustação com diversos rótulos da empresa;
  • Música ao vivo;
  • Wine Bar;
  • Taça de vinho para o brinde e comemoração da colheita e pisa da uva;
  • Almoço típico português completo com a linha premium de vinhos e sucos da Vinícola Góes à vontade;
  • Garrafa do vinho que será feito na pisa da uva do grupo, que ficará pronto entre outubro e novembro de 2022.

 Valores:

R$ 345,00 por pessoa;

R$ 172,50 crianças de 5 a 12 anos;

Crianças até 4 anos não pagam;

Crianças de 5 a 12 anos acompanhadas de 2 adultos pagantes, não pagam.

Compre seu ingresso através do link:

https://www.wine-locals.com/passeios/vindima-2022-na-vinicola-goes

Um homem de 38 anos, que apresentou durante 20 dias sintomas leves de Covid-19, permaneceu por 232 dias com o novo coronavírus sendo detectado no organismo e sofrendo mutações. Se não tivesse recebido acompanhamento médico constante, mantido distanciamento social e usado máscara, poderia ter disseminado o patógeno por mais de sete meses.

O caso atípico de infecção pelo SARS-CoV-2 faz parte de um grupo de 38 pacientes acompanhados semanalmente, no início da pandemia, por pesquisadores da Plataforma Científica Pasteur-USP (PCPU). Os pacientes foram seguidos até que dois ou três testes consecutivos de RT-qPCR dessem negativo.

O estudo, apoiado pela FAPESP e publicado na revista Frontiers in Medicine, é um alerta sobre o risco de liberar pacientes com COVID-19 após sete, dez ou mesmo 14 dias do teste positivo, como previam os protocolos iniciais de combate à COVID-19. Além disso, reforça a necessidade da vacinação e de se manter o distanciamento social e o uso de máscaras.

“Dos 38 casos que acompanhamos, dois homens e uma mulher foram atípicos, permanecendo mais de 70 dias com o vírus detectável no organismo. Baseados nesse resultado, podemos dizer que cerca de 8% dos infectados pelo SARS-COV-2 podem apresentar capacidade de transmissão do vírus por mais de dois meses, sem necessariamente apresentar qualquer sintoma durante a fase final da infecção”, explica Marielton dos Passos Cunha, primeiro autor do estudo, realizado durante estágio de pós-doutorado na PCPU.

“Queríamos saber se 14 dias eram realmente suficientes para que o vírus deixasse de ser detectável. Verificamos que não. Em média, pode demorar um mês para que o teste dê negativo e, em alguns casos desse estudo, a positividade se estendeu de 71 a 232 dias”, conta Paola Minoprio, uma das coordenadoras da PCPU e líder do estudo.

Esta não é a primeira evidência de que mesmo em pacientes com sintomas leves o vírus pode permanecer ativo no organismo por mais tempo do que o esperado. No início de 2021, pesquisadores do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP) analisaram 29 amostras de secreção nasofaríngea de pessoas que testaram positivo para COVID-19. O material foi coletado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no décimo dia após o início dos sintomas e, em laboratório, inoculado em culturas de células. Em 25% dos casos, o vírus presente nas amostras se mostrou capaz de infectar as células e de se replicar in vitro. Em teoria, portanto, pessoas que tivessem contato com gotículas de saliva expelidas por 25% desses pacientes no período em que o material foi coletado ainda poderiam ser contaminadas (leia mais em: agencia.fapesp.br/35216/).

O risco parece ser ainda maior no caso de indivíduos com algum tipo de comprometimento do sistema imune. Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP descreveram, em junho do ano passado, um caso de infecção que durou ao menos 218 dias. O paciente, de aproximadamente 40 anos, havia passado por um tratamento agressivo contra o câncer antes de contrair a COVID-19 (leia mais em: agencia.fapesp.br/36173/). Em novembro de 2020, foi descrito no New England Journal of Medicine o caso de um portador de doença hematológica autoimune – também do sexo masculino e na faixa dos 40 anos – que albergou o vírus replicante em seu organismo durante 143 dias. E em artigo publicado na Cell, foi relatado o caso de uma mulher com leucemia em cujo organismo o SARS-CoV-2 continuou se replicando por ao menos 70 dias, embora ela não manifestasse mais sintomas de COVID-19.

Ainda assim, o Ministério da Saúde reduziu nesta semana o tempo de isolamento de dez para sete dias no caso de pessoas com sintomas leves a moderados. O período de quarentena pode ser reduzido para cinco dias caso o paciente esteja sem sintomas e faça um novo teste com resultado negativo. No fim de 2021, o Centro de Controle de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, reduziu de dez para cinco dias o tempo recomendado de isolamento para assintomáticos, desde que prossigam com o uso de máscara e testem negativo para a doença

Mutações no hospedeiro

No estudo liderado por Minoprio, a diferença de tempo de atividade viral entre mulheres e homens não foi significativa, sendo de 22 dias em média para o primeiro grupo e 33 para o segundo. Dos três casos atípicos, uma mulher permaneceu 71 dias com o vírus detectável, e um homem, 81 dias. Esses pacientes não tinham nenhuma comorbidade e tiveram quadros leves da Covid-19.

O terceiro paciente atípico, do sexo masculino, permaneceu 232 dias com diagnóstico positivo para o vírus, de abril a novembro de 2020, até que três testes de RT-qPCR revelaram-se negativos. O homem é portador de HIV, vírus causador da Aids, desde 2018, mas mantém a carga viral indetectável com tratamento.

“A positividade para HIV não quer dizer que ele seja mais suscetível a outras infecções, uma vez que mantém tratamento desde o diagnóstico. Sua capacidade de responder a uma infecção por outro agente é comparável com a de qualquer pessoa, tanto que ele respondeu ao coronavírus desde o início da infecção. Não se trata de um indivíduo imunossuprimido [como pessoas em tratamentos de câncer, doenças autoimunes ou transplantados, por exemplo]”, informa Minoprio.

Segundo os pesquisadores, o fato de conviver com o HIV não explica ainda o tempo prolongado de infecção. Seria preciso avaliar muitos outros pacientes que tivessem simultaneamente HIV e SARS-CoV-2 e compará-los com um grupo controle apropriado para entender, por exemplo, se existe alguma característica genética ou imunológica do hospedeiro que estaria ligada à eliminação tardia do vírus.

Além dos testes semanais que detectaram a persistência da infecção, o paciente teve amostras do vírus sequenciadas regularmente. As análises permitiram verificar que não foi um caso de reinfecção. Além disso, mostraram que o vírus seguia não apenas se replicando como sofrendo mutações.

Durante a infecção, pôde-se mapear as estratégias do vírus para se livrar do sistema imune. Quando havia mais anticorpos neutralizantes, a carga viral diminuía. O vírus então conseguia driblar as defesas e elevava sua concentração e o ciclo então se repetia, forçando a produção de novos anticorpos e a diminuição dos vírus circulantes.

“É importante observar pacientes como esse porque podemos aprender mais sobre como o coronavírus sofre mutações, inclusive aquelas que podem dar origem a variantes de preocupação”, afirma Cunha.

O paciente do estudo foi infectado com a linhagem B.1.1.28, que entrou no Brasil no começo de 2020. Os pesquisadores não verificaram mutações nos vírus isolados do paciente que os caracterizassem como uma variante mais transmissível ou mais resistente ao sistema imune.

Esses e outros casos seguem sendo investigados pela equipe da Plataforma Científica Pasteur-USP. Os 38 pacientes analisados para esse estudo fazem parte de um banco de amostras de sangue e secreção nasofaríngea coletadas de 721 pessoas que apresentaram sintomas relacionados ao vírus.

“Novos dados vão surgir dessa amostragem e possivelmente teremos explicações mais palpáveis a respeito desses quadros atípicos”, estima Cunha.

“Esses casos são mais uma evidência de que a melhor maneira de controlar o novo coronavírus é usando máscara e evitando aglomerações. Se depois de 14 dias do teste positivo o indivíduo não é testado novamente, ele pode ter ainda vírus ativos e ser capaz de infectar outros, contribuindo para a transmissão comunitária. O acompanhamento de infectados é fundamental para o melhor conhecimento de mutações, novas variantes e da capacidade de transmissão do SARS-CoV-2”, alerta Minoprio.

O artigo Atypical Prolonged Viral Shedding With Intra-Host SARS-CoV-2 Evolution in a Mildly Affected Symptomatic Patient pode ser lido em: www.frontiersin.org/articles/10.3389/fmed.2021.760170/


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