20 Apr 2024

Publicado em TITO COSTA
Lido 686 vezes
Avalie este item
(0 votos)

Era tão bom escrever e receber cartas. Quando me mudei para São Paulo, na década de 40 (!!!), escrevia cartas a meus pais e as recebia também. Quantas vezes fui pessoalmente aos Correios para selar os envelopes com as cartas e colocá-los na caixa apropriada. Ia sempre à noite, pois durante o dia era trabalhar e, quando matriculado na Faculdade de Direito da USP, era ira às aulas pela manhã e trabalhar  à tarde.
Toda essa memória de tempos que se foram  recordo-a agora em razão dos dias atuais.  Leio num autor inglês:
“Desde o aparecimento da internet, tem havido um bocado de destruição criativa por toda parte. A umbiqüidade do correio eletrônico, por exemplo, eliminou em grande parte o que era antes um elemento central da atividade do serviço postal: as cartas. Mas, ao mesmo tempo, a demanda de serviços do correio aumentou, já que mais pessoas compram on line e os produtos são entregues nas suas casas e escritórios. Quando a destruição criativa impera, algumas indústrias acabam, outras se criam ou se transformam. E, ainda, outras aparecem. Schumpeter afirmava que os empresários são essenciais para o crescimento econômico porque só eles ousam romper o status quo para desafiar modelos de negócios convencionais”. (cf. James Geary, Uma Breve História  do Aforismo, Ed. Objetiva, SP/2006).
Ou seja,  a destruição criativa nada tem de malandragem, é sinal dos tempos. Cartas apenas para negócios. A correspondência familiar, ou entre namorados, só por meio de mensagens pelo telefone celular.
Lembro-me de uma empresa de amigos meus  comerciantes que, no tempo das cartas, remetia o pagamento de uma fatura para outra cidade ou estado, por meio de carta acompanhada do respectivo cheque. Só que, malandramente, colocava cheque para pagamento de uma outra fatura para outra empresa comercial. Confirmado o equivoco pelo destinatário este devolvia o cheque e, com as excusas de praxe, o pagador mandava outro cheque, agora correto. Ganhava algumas semanas ou até meses que  esse  era seu propósito por  meio de “inocente”  equivoco. E ainda pedia desculpas pelo engano,  ao distante credor. Essa fase e esse processo pertencem  agora ao passado que não tem volta. Malandragens do mundo dos negócios são  agora mais sofisticadas, ou nem tanto. Com razão dizem os italianos: Fata la lege trovato l´engano.  
O livro de James Geary,  acima citado sobre aforismos, tem este que  é genial atribuído a Maomé, convertido ao islamismo, quando proclamou: “Confie em Deus, mas amarre o seu camelo”. Como se diz hoje: confiar desconfiando. Mesmo que seja em Deus, segundo o aforismo creditado a Maomé.
Aforismo, como se sabe, é uma sentença, ou máxima, que em poucas palavras, uma simples frase, contém um princípio de sabedoria,  com alcance que se conserva e atravessa os tempos. 

Folha Do ABC

A FOLHA DO ABC traz o melhor conteúdo noticioso, sempre colocando o ABC em 1º lugar. É o jornal de maior credibilidade da região
Nossa publicação traz uma cobertura completa de tudo o que acontece na região do ABCDM.

Mais nesta categoria: Cuba, Venezuela, Nicarágua »

18 comentários

Deixe um comentário

Make sure you enter the (*) required information where indicated.Basic HTML code is allowed.

Main Menu

Main Menu