25 Apr 2024

Publicado em TITO COSTA
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Somente para quem não presta atenção aos movimentos do poder, as coisas podem deixar de ser consideradas em sua verdadeira causa. Por exemplo: a chefia da casa civil do palácio presidencial em  Brasilia é hoje ocupada por um militar o general Walter Braga Netto, até então chefe do estado Maior do Exército. Pode parecer um contra senso um militar exercendo funções na Casa Civil, mas é a realidade atual no Brasil. Podemos até compreender que o presidente Bolsonaro queira estar cercado, no governo, por pessoas de sua confiança, mas também não precisa exagerar ao ponto de, aos poucos, cuidar de militarizar a administração pública, que é um poder civil, por excelência, num regime democrático em que assuntos de governo sejam tratados de acordo com sua natureza e destinação: se temos uma Casa Civil na formação da estrutura governamental, temos também um Ministério da Guerra, ou equivalente, geralmente ocupado por um militar. O Civil e o Militar são duas esferas de formação de um governo devendo ser entregues ao comando  de um cidadão civil e um militar, cada um do âmbito  da natureza de sua especialização. O atual governo, no entanto, resolveu misturar atribuições de poder virando de ponta cabeça a ordem natural das coisas.
É da natureza dos governos ter poderes estanques exercidos por pessoas sempre de cada especialidade, salvo exceções muito bem caracterizadas, para que a máquina administrativa do Poder seja tangida da melhor maneira, tanto quanto possível. Seria até natural que nosso atual presidente, sendo capitão reformado do Exercito, tenha mais confiança em pessoas de origem da caserna, mas não é admissível que depois de uma longa permanência no cargo de membro do poder legislativo, como deputado federal por seis mandatos consecutivos, não tenha feito ligações com pessoas de outras esferas com quem certamente conviveu, além de companheiros de farda. Impossível que encontre 'traíras' entre pessoas de sua convivência, de sua confiança, pois afinal amigos de verdade serão sempre coadjutores, ou quando não o sejam, serão com certeza torcedores para que suas atividades políticas possam ser exemplo para seguidores e mesmo que, não sendo seguidores, confiam no poder de seu comando frente à máquina da administração pública.
O presidente declarou, recentemente, que daria 'cartão vermelho' a algum de seus ministros que estivessem usando essa importante função como membro de seu governo com propósito  meramente eleitoreiro.
Pelo menos, em relação ao seu atual chefe da casa civil, militar respeitado por sua conduta no exercício de tantas e tão importantes funções a que se dedicou, na sua carreira militar, seguramente Bolsonaro não terá nenhuma decepção. Nem nós brasileiros que  nele confiamos até porque é pessoa de formação rígida desde a disciplina  da caserna, até onde seja reclamada sua atuação firme no exercício de qualquer função pública, como agora na Casa Civil do governo federal. Até mesmo como anteparo a eventuais  presumíveis propósitos antidemocráticos  do  capitão Bolsonaro. Que, de resto, ele não esconde, nem  mesmo dissimula. E continuará a demonstrar, como vem fazendo até agora, sérias restrições ao regime das liberdades democráticas que estão a impedí-lo de bater o martelo para impor um sistema repressivo de governo como já tivemos no longo período do regime militar que vigorou desde  1964 até o advento da abertura pela Constituição atualmente vigente entre nós, felizmente.

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