25 Apr 2024

Publicado em TITO COSTA
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“E as pessoas ficaram em casa/e leram livros e ouviram/e descansaram e se exercitaram/e fizeram arte e brincam/e aprenderam novas maneiras de ser/e pararam o ouviram fundo/alguém meditou/Alguém orou/alguém dançou/alguém conheceu sua sombra/e as pessoas começaram a pensar de forma diferente/e as pessoas se curaram/e na ausência de pessoas se diziam de maneiras ignorantes, perigosas, sem sentido e sem coração/até a terra começou a se curar e quando o perigo terminou/e as pessoas se encontraram lamentaram pelas pessoas mortas/e fizeram novas escolhas/e sonharam com novas visões/e criaram novos modos de vida/e curaram a terra completamente”.
E pensar que este poema foi escrito em 1869 pela irlandesa Kathleen O´Meara (1839-1888), também conhecida sob seu pseudônimo Grace Ramsay.  Ela foi escritora e biógrafa católica irlandesa/francesa durante o final da era vitoriana e correspondente de Paris da The Tablet, uma importante revista católica britânica que publica o poema cima transcrito.
Os poetas às vezes enxergam longe e veem o que nós outros não enxergamos, mas por acaso minha filha Luciana em seus exercícios de busca de novidades nesse terrível celular, novo mal de nossa civilização, descobriu o que me ofereceu para esta minha coluna, em tempos de pandemia produzida pelo coronavírus, essa ameaça atual e universal a sugerir-nos um fim de mundo e o provável começo de uma nova civilização, calcada em outros modos de vida.   Esse fim de mundo que a partir de agora alerta-nos para o inicio de uma nova era a exigir de nós outros comportamentos em outro modo de vida, queiramos ou não. Para nos dar a certeza de que estamos no limiar de tempos novos, basta saber, como já sabemos, que essa tal de pandemia abarca o mundo, sem exceção de nenhum país ou população.   
Vem a propósito o texto do poema que transcrevo para dar, inicio a esta crônica. Ele é incisivo, meio que ameaçador, mas verdadeiramente profético, na medida em que nos mostra a ideia da escritora no século passado, acima transcrita, como a adivinhar ou prever esta sacudida que estamos experimentando em nossos tempos, a prevenir-nos sobre mudanças radicais em todo o mundo, a partir de agora, nos costumes dos povos e nas ambições individuais dos aproveitadores de sempre.
Seria necessário mesmo uma catástrofe dessa envergadura a fim de alertar a humanidade para um outro modo de viver sem tantas e maiores ambições. Houve já outros alertas semelhantes, mas que não produziram melhor resultado. Quem sabe o de agora poderá nos conduzir para tempos melhores de vida e de sentimentos.

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