19 Apr 2024

Publicado em TITO COSTA
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Há uma contradição proposital no titulo acima: como pode haver ódio religioso se as religiões todas ensinam o amor, a compreensão, o perdão, a solidariedade, o temor a Deus, a fraternidade entre os homens. Entretanto, certas correntes radicais da religião islâmica pela voz de seus representantes mais categorizados propalam idéias de intolerância, com a presunção de vir a ser a crença única entre os povos da terra. A revista Veja publicou recentemente amostras do radicalismo fundamentalista trafegando na direção oposta dos ensinamentos de Maomé, que atendendo ao chamado de Deus por via do Arcanjo Gabriel fundou a religião hoje seguida em boa parte do mundo árabe e em outros países.  O Corão é o seu livro sagrado e o Islã ao mesmo tempo em que cultiva sua fé religiosa é também uma comunidade social e política, agora em maior evidência em razão das revoltas populares envolvendo vários paises do mundo árabe e adjacências. Transcrevo da publicação da Veja (nº 9 da edição 2.206, 02/03/2011) algumas das estarrecedoras afirmações e provocações do líder islamita, o Xeque egípcio Yusuf Al Qaradawi numa conferência para jovens, nos Estados Unidos, em 1995:  “Depois da libertação do Iraque, faltará conquistar Roma. Isto significa que o Islã vai retornar à Europa pela terceira vez. Vamos conquistar a Europa. Vamos conquistar a América”.  Do mesmo líder, em artigo na internet em 2007: “O plano do estado muçulmano é se expandir e cobrir toda a terra”.  Sobre a situação da mulher, tida como simples objeto: “A obediência e a cooperação da mulher são um direito do homem. À mulher é proibido se rebelar contra a autoridade masculina”. Numa conferência de clérigos muçulmanos, em 2004 declarou que as mulheres gostam de apanhar de seus maridos, mas algumas entendem ser humilhante tal prática. Em visita que fiz recentemente à Jordânia, numa comitiva de advogados, ministros e juizes de direito deparamos, na capital Amã, com um enorme cartaz no alto de uma praça com estes dizeres, em inglês:  “And whoever seeks a religion other than Islam, it will never be accepeted of him, and in the Hereafter he wil be one of the losers”. Em tradução livre: “E qualquer pessoa que adote outra religião que não seja a Islâmica, não deverá segui-la, pois que na vida eterna será condenada”. Em matéria de presunção e ameaça de prévia condenação eterna, temos aí uma sentença assustadoramente odienta.  Uma das conquistas do mundo civilizado diz respeito à liberdade religiosa, política, cultural, etc. Como se pode, então, exigir que haja um só credo e quem não segui-lo ser tido como condenado ao fogo eterno?  Os atuais conflitos sangrentos no mundo árabe têm muito a ver com o radicalismo exposto na desafiadora mensagem do cartaz na Jordânia.

Tito Costa é advogado, ex-prefeito de São Bernardo do Campo e ex- deputado federal constituinte de 1988. E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Última modificação em Terça, 22 Março 2011 09:12
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