19 Apr 2024

Publicado em TITO COSTA
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A guerra de 1939/1945 teve seu final acelerado pelos trágicos bombardeios atômicos americanos nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. A devastação causada ao povo dessas duas cidades parecia indicar que a humanidade tomaria juízo promovendo, desde logo, séria revisão dos perigos da energia atômica. Por perversa ironia da sorte, as radiações mortais de que o Japão foi vítima naquela guerra, resultam agora de usinas atômicas instaladas em Fukushima para a produção de energia elétrica. Notícias que nos chegam de lá são alarmantes indicando que a crise nuclear não tem perspectiva de ser debelada pelo menos a curto prazo. Os reatores danificados em razão do terremoto e do tsunami de 11 de março de 2011 estão revelando dificuldades no sentido de conter a expansão de suas cargas mortíferas: o iodo radiativo invadiu o mar, o ar, atingindo plantações ao redor de Fukushima ameaçando regiões inteiras a mais de vinte quilômetros desse local.
No Brasil tivemos mostra do estragos dessas radiações. Na cidade de Goiânia, em agosto de 1987, houve um acidente com uma cápsula de Césio-137 jogada no lixo por alguém que nem sabia de que se tratava e colhida depois por incautos catadores de papel, que se tornaram vítimas das radiações dessa peça.  Na época, entre as mais desencontradas noticias sobre os efeitos danosos do petardo, surgiu a comovente história da menina Leide das Neves Ferreira, de seis anos, vitimada por contaminação e ingestão do tal Césio-137 em níveis altíssimos: ela comeu pão com as mãos  contaminadas pelo pó do Césio. Hospitalizada no Rio de Janeiro, onde morreu, os médicos revelaram que no quarto escuro onde a colocaram via-se uma aura azulada em torno dela por efeito do Césio que continuava a irradiar seus raios mortais.
Não resta dúvida de que um sério perigo ronda a humanidade neste momento da história do Homem na Terra. O cinema já explorou o tema em filmes antigos como “O Monstro do Mar” (1953), “A Hora Final” (1959), para lembrar apenas dois dos vários que se dedicaram a essa triste profecia.  Afinal, essas radiações poderão perseguir e matar populações inteiras, só que o processo será lento e penoso, na medida em que os raios tóxicos vão atingindo a água, o ar, plantações inteiras de alimentos, crianças e adultos que não terão lugar para se esconder. Como lembra o cronista Ruy Castro, “diante dos ataques oportunistas das radiações a todos os órgãos do corpo, resta a dúvida: será que vale a pena continuar vivo?”.  É bom não esquecer que temos no Brasil as Usinas Atômicas de Angra dos Reis, no Estado do Rio.  E os entendidos daqui nos garantem, como os técnicos do Japão garantiam lá, que esses monstros mortíferos da nossa era não representam perigo. Acredite quem quiser.

Tito Costa é advogado, ex-prefeito de São Bernardo do Campo e ex- deputado federal constituinte de 1988. E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Última modificação em Sexta, 01 Abril 2011 16:24
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