24 Apr 2024

Publicado em TITO COSTA
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Cena de um velho filme americano de cujo nome nem me lembro: um assaltante entra num supermercado metralhando pessoas indistintamente. Surge um policial e abate com tiro certeiro o bandido matador. Um jornalista que estava por perto pergunta ao policial: por que você fez isto? Responde o policial: vá perguntar aos pais daquela menina morta pelo bandido, estendida ali naquele canto.  A grita de certos setores da imprensa, no mundo todo e por aqui também quanto à morte de Bin Laden lembra a cena do filme  referido.  Muita discussão tem surgido sobre a legalidade da execução do famoso terrorista, no Paquistão, por forças norte-americanas que teriam invadido território alheio para matar o autor intelectual da destruição das Torres Gêmeas em Nova Iorque, no dia 11 de setembro de 2001. Ali também houve invasão de terroristas a bordo de aviões americanos por eles seqüestrados destruindo prédios e matando dezenas ou até centenas de pessoas, sem a menor preocupação como o  “direito de defesa”.
Alegam os anti-americanos de plantão, na imprensa e fora dela, sobretudo em meio a intelectuais da ainda chamada “esquerda festiva”, que não se pode falar, no caso, que “justiça foi feita”. Um cronista diz na Folha de S.Paulo (05/05/2011): “Os EUA invadem um país, fuzilam um inimigo sem julgamento, jogam o corpo do sujeito no mar e estamos conversados. Já o resto do mundo dito civilizado assistir a tudo com tamanha complacência apenas sinaliza o que está por vir”. Outro cronista também na Folha de S. Paulo, mesma edição, questionando a legalidade dessa operação, registra: “O comando Seal entrou no país sem consultar ou informar o governo paquistanês (como ele sabe disso ?), matou o terrorista com dois tiros e jogou o corpo no mar, quando as leis internacionais prevêem prisão, processo, direito de defesa e, finalmente, pena. Nada disso foi respeitado”. Digo eu: esses cronistas não escondem sua posição preconceituosa em relação aos EUA e, decididamente,    vivem no mundo da lua.
Que tal lembrar, por exemplo, que o terrorismo fanático-religioso, sem dar bola para leis internacionais, processo, direito de defesa, provocou, recentemente, entre tantos outros atos de barbarismo, a explosão de um trem de metrô em Madri e outro igual em Londres, matando centenas de pessoas inocentes sem dar-lhes o direito de defesa.  Vá lá que os americanos, já apelidados como “policiais do universo” cometem seus abusos em matéria de guerras, invasões, sem respeito à diplomacia ou a regras do direto internacional. Mas exigir obediência a “legalidades” quando se trata de verdadeira guerra contra o terrorismo fanático/religioso e seus mentores, convenhamos que só pode ser fruto de raivosa prevenção contra os americanos e seu governo. Faltou só exigir do presidente Barak Obama o pedido de desculpas ao terrorismo por tão ousada forma de descumprir leis internacionais e ignorar o direito a processo legal, garantida a ampla defesa.  No dizer popular: era só mesmo o que faltava ...

Tito Costa é advogado, ex-prefeito de São Bernardo do Campo e ex- deputado federal constituinte de 1988. E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

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