25 Apr 2024

Publicado em TITO COSTA
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03/03/2012

Basta ler o noticiário político na imprensa para ter-se a certeza de que a presidente Dilma continua refém de Lula e das siglas partidárias que lhe dão apoio no congresso para preservação da tão apregoada governabilidade. Mas ela tem sido firme no enfrentamento de questões em que deve prevalecer sua autoridade de presidente. A tão falada faxina que tem feito nos primeiro e segundo escalões do governo tem revelado sua intenção de formar uma equipe sua, sem interferência, pelo menos aparente, de seu antecessor e padrinho político. As recentes nomeações de duas figuras polêmicas mostram como a presidente vai pavimentando seu caminho com pessoas de sua inteira confiança. Sua amiga e velha companheira de prisão durante a ditadura, Eleonora Menicucci, empossada na Secretaria de Política para as Mulheres, foi logo dizendo-se em favor do aborto, das relações homoafetivas, da Comissão da Verdade, e de outros temas explosivos, desagradando setores militares e religiosos. Mas, tendo Dilma se posicionado, na campanha eleitoral quando candidata, contrariamente ao aborto, ficou decidido que essa matéria é questão de governo e que o entendimento da ministra passa a ser exclusivamente pessoal. Outra nomeação polêmica foi a de Maria do Rosário para a Secretaria de Direitos Humanos, ambas abertamente favoráveis à apuração dos malfeitos do regime ditatorial.
Episódio recente envolvendo uma nota dos Clubes Militares (de militares na reserva) contrária à nomeação de Eleonora Menicucci desagradou a presidente que, na condição de comandante em chefe das Forças Armadas, exigiu retratação dos descontentes. E assim se fez com a interferência apaziguadora do Ministro da Defesa Celso Amorim. O fato, que não chegou a abalar as instituições, ficou circunscrito a um reduto limitado, mas nem por isso alheio ao acompanhamento dos rumos da política do governo sobre assuntos significativamente controvertidos.
E, assim, a comandante Dilma vai demonstrando que pretende marcar seu nome na História, talvez sem alimentar rancores ou desforras por fatos passados, mas com a firmeza da verdadeira revolucionária que foi e que não nega suas origens. O tempo dirá se a primeira mulher presidente do Brasil foi mesmo algo diferente no sentido de mudar conceitos na maneira de governar, ou se sucumbirá diante de reações imprevisíveis de parcela considerável de setores diversos da sociedade descontentes com ela, com o PT, e com a atuação de rumo sindicalista hoje presente nos mais diversos escalões do governo central.

Tito Costa é advogado, ex-prefeito de São Bernardo do Campo e ex- deputado federal constituinte de 1988. E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

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