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Mentiras em campanha eleitoral

Publicado em TITO COSTA
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17/11/12

Artigo do professor de História Kevin M. Kruze na Universidade Princeton, nos Estados Unidos, publicado no New York Times (in jornal O Estadão, 07/11/12), analisa a campanha dos candidatos na última eleição americana, para registrar que a grande derrotada no pleito foi a Verdade. Segundo ele os dois candidatos a presidente Obama e Romney abusaram das mentiras certos de que o povo vai se esquecer delas, terminado o embate. Lembra que o fato não é novo em eleições naquele país. Desde o presidente Abraham Lincoln até candidatos de nossos dias, diz o articulista, houve sempre exageros de candidatos distorcendo fatos e propondo até mesmo utopias só para vencer a eleição. Referindo-se a dados de pesquisadores aponta que foram registradas 19 mentiras de Romney e 7 de Obama, mas as de Romney fora qualitativamente muito piores. E esta: "O menosprezo fundamental de seus estrategistas pelos fatos é algo totalmente novo", diz ele, lembrando que o eleitor poderia repudiar tão cínicas manipulações na hora de votar. Será mesmo assim, no país da democracia proclamada como perfeita ?
No Brasil não tem sido diferente, como de resto em todo o mundo. O comportamento humano é igual na China, como em São Bernardo, ou Torrinha, tudo dependendo das circunstâncias e dos interesses em jogo.
Em São Paulo, por exemplo, o candidato a prefeito Fernando Haddad proclamou que, se eleito, acabaria desde logo com a famigerada inspeção veicular,  que exige pagamento de 50 reais de cada veículo, cada ano, sob pena de elevada multa para o carro que não ostentar o selo do ano. Logo após a vitória, no entanto, declarou aos jornais que a extinção desse ônus deveria ficar para 2013 ou 2014.  Levou o eleitor na conversa e depois pulou pra trás, como se diz popularmente. Serra também mentiu anunciando liberalidades nas passagens de transporte público, mas  como não foi eleito, fica escusado de cumprir o prometido.
E assim, o discurso cívico nas campanhas eleitorais, idéias dos marqueteiros, ou de assessores dos candidatos, vai iludindo o desavisado eleitor sabedor, no entanto, de que mentiras sempre têm as pernas curtas e não vão muito longe. Ou seja, na próxima eleição os mais atentos tiram a forra com o mentiroso. E volta à tona a célebre conclusão não se sabe quem seja seu autor:  Pode-se enganar todas as pessoas parte do tempo; pode-se enganar parte delas o tempo todo; mas não se  conseguirá enganar a todos todo o tempo. Vale para a política e também para os negócios, o comércio, a escola, a família, ou qualquer profissão liberal. Enganar os outros não é bom, nunca. O castigo vem logo, não demora.

Tito Costa é advogado, ex-prefeito de São Bernardo do Campo e ex- deputado federal constituinte de 1988. E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

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