24 Apr 2024

Publicado em TITO COSTA
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O jornalista, escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues manteve durante muitos anos na imprensa, uma prestigiosa coluna com o título acima, que vou plagiar conscientemente.
1- Amigo meu do tempo de mocidade trabalhava como escriturário de uma empresa comercial em São Paulo. Necessitando de uma datilógrafa (nos tempos pré-computador) colocou em jornais o anúncio para a busca de profissional habilitado nessa área. Eis que numa manhã rompe no escritório menina aparentando timidez, acompanhada da mãe, candidata ao cargo. E trazia enroladinho em sua mão o diploma a assegurar-lhe a contratação.  Perguntada se sabia escrever à máquina, desenrolou o diploma e estendeu-o ao meu amigo que a atendera. Este pergunta-lhe se sabe datilografia e ela mostra o diploma.  Moça, mas quero saber se você sabe escrever à máquina. Ao que a mãe que a acompanhava respondeu: o senhor não vê o diploma?
2- Senhor já septuagenário com fama de conquistador é, como tal, reconhecido na cidade.  Reunido com a mulher e filhos num fim de noite, após o jantar, irrompe na sala a cozinheira, para surpresa de todos. Quero deixar bem claro, aqui e agora, para que todos fiquem sabendo que o senhor anda me perseguindo e me cantando. Sem se abalar com a inusitada denúncia, e com a maior cara de pau, pergunta ele a um dos filhos presentes: afinal, Geraldo, quem ganhou a última partida de futebol que nosso time disputou domingo?
3- Dois advogados discutem em audiência, sobre a partilha de bens do casal que se separava.  Um deles, procurador de uma das partes, mal educado, grosseiro, diz ao colega ex-adverso: e este penico, pode levar para sua cliente. Respondendo à provocação, diz o outro: este fica para os seus honorários.
4- Ainda advogados, em sessão de júri, em pequena cidade do interior, onde a disputa costuma atrair o interesse e a curiosidade de muitos. (Nota: Monteiro Lobato escreveu excelente conto “Um júri na roça”, num texto em que explora como ninguém as falações costumeiras do Promotor, invocando autores célebres em matéria de direito penal, para uma assistência mais que primária; assim como a pretendida erudição com linguagem rebuscada do advogado do acusado). Às tantas, no correr dos debates, ouve-se o latido de um cão. O Promotor, provocativo, dirige-se ao advogado: vossa excelência aparteou?  Resposta pronta do outro: deve ser o eco das palavras de vossa excelência.
Pode ter sido interessante, mas baixaria tem hora!

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