19 Apr 2024

Publicado em TITO COSTA
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Sempre tive o melhor relacionamento com Lula: eu prefeito de São Bernardo (1977-1982),  ele presidente do Sindicato dos Metalúrgicos conquistando posição de destaque por sua indiscutível liderança   e inegável carisma.  Fundador e inspirador do PT (Partido dos Trabalhadores)  a sigla portava um halo de esperança com propósitos declarados nos seus Estatutos de imprimir novos rumos à vida política, com seriedade e eficiência, afastando os vícios na condução da máquina pública. Muitos de nós acreditávamos em suas mensagens. A nova legenda partidária imaginava-se tão pura em suas intenções, ao ponto de apregoar, nos primeiros tempos de sua atuação, que não realizaria qualquer coligação com legendas partidárias então existentes, porque  submissas às velhas praticas administrativas na condução do Estado. Segundo pensavam seus idealizadores, dirigentes e seguidores, o partido estaria acima de todos os vícios da  política vigente – e vinha para corrigi-los e, se possível, eliminá-los.
O PT assumiu o poder federal,  nos estados e nos municípios e sabemos que promessas não foram cumpridas.  Enveredou-se a legenda e muitos de seus dirigentes pelos caminhos opostos ao de suas intenções primeiras. Com vícios ainda maiores e desvios de conduta, na contra-mão da moralidade pública.
Agora chegamos ao ponto de o grande líder, incontestavelmente líder carismático, ser levado ao banco dos réus, tantos foram e têm sido os abusos atribuídos a ele, ao partido e seus seguidores. Entanto,  ele insista em afirmar que nada sabia das irregularidades e ilegalidades transitando livremente por órgãos do governo que ele presidia, e depois sua sucessora por ele escolhida.  Apurações pelos órgãos policiais e do Ministério Público informam ter encontrado pistas e provas  que poderão levar à apuração final nos processos judiciais respectivos, com condenações dos infratores da lei.
Lula no Brasil e Lech Walesa na Polônia, dois operários que surgiram e chegaram ao poder em razão de suas lutas em favor das classes trabalhadoras.  Walesa no Solidariedade. Lula no dos Metalúrgicos no ABC paulista enfrentando  as oposições  das chamadas “classes dominantes”. Ambos lutaram no cumprimento  do árduo oficio de governar. Mas enlearam-se nas teias dessa sedutora aranha venenosa a mostrar-lhes caminhos para enriquecimento pessoal e depredação do dinheiro público.  Walesa esteve preso em 1981 quando introduziu-se a Lei Marcial na Polônia tornando ilegal o Solidariedade. Lula preso aqui quando da intervenção do Ministro do Trabalho, em 1979, no Sindicato por ele presidido. Duas situações de força  a abaterem em pleno vôo dois líderes operários.  E aqui, agora, Lula vê seu prestígio em declínio abarcado por escândalos de envolvimento em supostos crimes que a justiça vai apurar. Se Lula não deve merecer tamanha carga de pressão sobre ele e familia, que dizer, então,  de todos os que nele depositaram  confiança e  esperança sobre prometidas e não realizadas mudanças de comportamento político, da decência  e da moralidade no trato da coisa pública, tal como registrado nos Estatutos do PT ?

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