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Paulo Francis, jornalista

Publicado em TITO COSTA
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Combativo, culto, sempre bem informado, Paulo Francis, morando em Nova York,  ali faleceu em 1997. Causa de sua morte: um processo judicial instaurado  em 1996 contra ele por Joel Rennó e outros então diretores da Petrobrás, acusados de corrupção  por constituírem  “a maior quadrilha que já  existiu no Brasil”. Essa acusação  teria sido  feita por ele no prestigiado programa de “TV Manhattan Connection”, da Gobosat, e o processo judicial  que se seguiu, causando-lhe sérios aborrecimentos que o levaram à morte.
Essa acusação de roubalheira  na Petrobrás foi um primeiro alerta  em face do desenvolvimento dos escândalos que se seguiram  no  assalto aos cofres da Companhia.  Hoje o fato chegou ao conhecimento público, em razão de notórios processos judiciais em curso na Lava Jacto, e que nós brasileiros acompanhamos  com  o desencanto natural de vermos uma das sete mais prósperas empresas em todo o mundo, reduzir-se à condição de devedora de fortunas e de esvaziamento de seu capital, assim como  de seu potencial  de produção e de serviços, inclusive , e principalmente, na área internacional.
O jornalista Nelson de Sá, da Folha de S. Paulo, compilou mais de uma série de seus artigos, enviados de NY, sob o título provocativo de “Diário da Corte” (Editora Três Estrelas/SP, 2012). Agora, nova compilação, do mesmo  Nelson, em “A Segunda Mais Antiga Profissão do Mundo” (Editora Três Estrelas/SP, 2016 - 408 págs.).
Essas edições contendo  matérias jornalísticas do polemista  Paulo Francis revelam como suas análises registravam com inteligência, humor e certas doses de sarcasmo, os principais acontecimentos no mundo. Além do mais, ele era culto, sempre bem informado, lendo em média dois ou três livros por semana.
Tive o prazer, eu e Léa, de almoçarmos com ele em Nova York, em 1981, recomendados por Samuel Wainer, saudoso amigo, com quem Francis trabalhara na “Ultima Hora”, jornal que modernizou a imprensa no país com edições em São Paulo e Rio de Janeiro.
Adotando o comunismo, na juventude, Paulo Francis passou-se para o oposto. Fez críticas ao marxismo, era sarcástico e irreverente, inclusive com  Stalin, o poderoso senhor ao tempo ,da União Soviética que sacrificou seus próprios companheiros, prendeu e matou opositores do regime, verdadeiro carrasco que planejou e fez executar Trotskli, seu companheiro da primeira hora, refugiado no México, onde foi morto por emissário preparado por Stalin.
Conta-se que nos tempos da URSS um  soldado ,vigiando o muro que separava em duas a Alemanha, pergunta ao companheiro ao seu  lado, o que ele faria se o muro fosse derrubado de repente. Reposta: eu subiria na primeira árvore ao meu alcance para não ser atropelado pelas multidões em fuga da parte oriental (Rússia) para a ocidental (EE.UU. e aliados).
O muro caiu em 1989. E nem foi preciso fugir de uma parte para a outra.  A junção se fez naturalmente, unindo as duas num só e único País.

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