MIRANTE

17 DE NOVEMBRO DE 2012

Abstenção
Um servidor aposentado da Câmara de Santo André anda estranhando o alto índice de abstenções ocorrido nas eleições em Santo André. No segundo turno, total de abstenções foi de 20,0%, somando 110,7 mil votos. Segundo ele, um seu parente, Nelson Sacilotto, que faleceu há algum tempo, ainda está na lista de votação da 17ª seção da 156ª Zona Eleitoral. Ele acredita que as informações entre os cartórios devem estar com problemas nas trocas de informações.

Engatinhando
As grandes construtoras de São Paulo e empresas do setor imobiliário, nas eleições municipais da capital, doaram R$ 7,6 milhões aos comitês do PT e do PSDB, que disputaram o segundo turno. Esse total representa 62% das doações que foram depositadas nas contas abertas das duas legendas. Na última década, as construtoras paulistanas tomaram conta do ABC construindo dezenas de torres e lançando centenas de unidade no mercado local. Isso, evidentemente, vai aumentar substanciosamente a população das cidades locais. No entanto, a classe política do ABC, principalmente os que disputaram eleições recentemente, ainda estão engatinhando no sentido de conseguir verbas junto a essas poderosas construtoras. Quer dizer, os políticos locais ainda não estão preparados em passar o chapéu junto a essas construtoras nas campanhas eleitorais locais.

Compensação
No ABC, no entanto, há um partido que consegue realizar eventos de primeira linha passando o chapéu junto aos empresários locais. Nestas eleições, em Santo André, a equipe do prefeito eleito de Santo André, deputado Carlos Grana (PT), conseguiu realizar a difícil façanha de promover um jantar no restaurante Baby-Beef Jardim, na quinta (26), antes da eleição de segundo turno. O preço, em forma de adesão, de cada convite foi R$ 20 mil. A entrosada equipe do futuro prefeito Grana vendeu 100 convites, mas comparecimento chegou a 92 empresários. Nenhum partido local, até agora, conseguiu uma façanha dessa natureza. Nem o prefeito Ravin e nem o prefeito José Auricchio.

Secretários
Os meios políticos de Santo André, nas conversas entre amigos, procuram “indicar’ pessoas que irão ser convidadas para o secretariado do futuro prefeito Carlos Grana (PT). Assim, já comentam que o vereador Paulinho Serra será o secretário de Obras; o candidato a prefeito pelo PDT, Raimundo Sales, será o secretário da Cultura; a futura vice-prefeita, Oswana Fameli, deverá ser a titular da secretaria da Educação ou então irá disputar o cargo com Bete Siraque (PT), vereadora eleita, esposa do deputado Vanderlei Siraque e que também é professora. Um grupo de empresários locais, que indicou o empresário da área gráfica e ex-governador do Rotary, Mário Cesar de Camargo, como vice de Grana, também disputa uma secretaria.

Só dia 15
O prefeito eleito de Santo André, Carlos Grana, na terça (13), visitou a seccional da OAB de Santo André, presidida por Fábio Picarelli, candidato à reeleição, em frente ao Paço Municipal. Na entrevista com a imprensa, no final da visita, Grana afirmou que qualquer nome apontado como secretário em seu futuro governo é mera especulação. Afirmou, também, que no dia 15 de dezembro, sábado, irá anunciar, em entrevista coletiva, todo seu secretariado. No entanto, um jornalista perguntou ao futuro prefeito se alguém do pessoal de Santo André, que está na Prefeitura de São Bernardo, poderia ser indicado para alguma secretaria, Grana, ao responder, gaguejou…

Reduto
O PT tem, agora, um forte reduto eleitoral num bairro em Santo André. O prefeito eleito obteve 65% dos votos no bairro Jardim Riviera.

Como fica?
Depois que o PT perdeu a prefeitura de Santo André, dezenas de servidores foram aproveitados pela atual administração de São Bernardo. Esse grupo de servidores ajudou bastante o prefeito Luiz Marinho (PT) a realizar uma boa administração, que resultou numa tranquila reeleição. Agora, esse pessoal de Santo André, depois que o PT foi derrotado em 2008, está bastante interessado em regressar depois da estrondosa vitória de Grana na eleição recente. Se isso acontecer, a prefeito Marinho vai perder boa parte da equipe e também aguardar durante alguns meses o entrosamento da futura equipe. E isso demora.

Mudança
A equipe de transição do prefeito eleito em São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), já começa a ter peso nas tomadas de posição, mesmo estando fora do poder. A equipe procurou remanejar em 100% as verbas previstas no Orçamento Municipal para o próximo ano, da ordem de R$ 1,03 bilhão. Isso aconteceu porque o Orçamento foi realizado pela área financeira do prefeito Auricchio e também outros prefeitos já fizeram 100% de remanejamento das verbas.

Especulações
No dia-a-dia nos meios políticos e também entre os que acompanham de perto a política em São Caetano, há um enorme volume de nomes que deverão ocupar o secretariado do futuro prefeito. Assessor do futuro prefeito, porém, revela que “esses nomes são meras especulações”.

Câmara
Também está na mídia, quase que diariamente, a disputa pela presidência da Câmara de São Caetano. Até agora, entre os 19 vereadores eleitos, estão na luta Jorge Salgado (PTB) e o atual presidente Sidão Bezerra (PSB), o Sidão da padaria. Mas, há muitos outros interessados, que esperam a hora certa para lançarem seus nomes. No entanto, o futuro prefeito, com sua experiência como vereador, deverá ter forte in fluência na indicação do futuro presidente.