Cerca de 64% dos brasileiros deixaram de consumir ou diminuíram a frequência de consumo devido ao aumento dos preços do cardápio, segundo pesquisa da Galunion, consultoria especializada no setor de alimentação fora do lar.
O levantamento é fundamentado nos índices oficiais, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país. A sexta edição da pesquisa traz dados que mostram quais os hábitos e as preferências dos consumidores que irão prevalecer nesse momento. O estudo foi realizado de 19 a 26 de setembro de 2022, contou com 1.045 entrevistas respondidas por pessoas a partir de 18 anos, das classes ABC, em todo o território nacional.
“Com base nas respostas coletadas, o número de pessoas trabalhando registrou um aumento, já que em fevereiro eram 76% e em setembro esse número passou a ser de 82% com relação à situação dos entrevistados. Destes, 41% voltaram a trabalhar presencialmente, 23% estão em formato híbrido e 14% seguem a maior parte do tempo em casa. Tais números refletem na forma de consumo dos brasileiros. Quando perguntamos o que pretendem fazer em relação aos gastos com comida fora de casa nos próximos seis meses, ficou evidente que isso varia bastante de acordo com a classe social. Neste caso, temos a Classe A em que 35% querem diminuir gastos, 53% irão manter e 13% planejam aumentar. Na Classe B, por exemplo, há um equilíbrio entre manter e reduzir os gastos com alimentação fora do lar, com 42% e 51% respectivamente, sendo que apenas 7% desejam aumentar. Além disso, é possível observar que a maior tendência de redução está na Classe C, já que essa é a intenção de 58%, enquanto 37% querem manter e 5% aumentar os gastos”, revela Nathália Royo, especialista em inteligência de mercado na Galunion.
Diante deste cenário, a consultoria levantou a hipótese sobre qual pedido os consumidores fariam, caso pudessem, para os donos de bares, restaurantes, cafeterias e toda a cadeia de Food Service. Dois itens obtiveram destaque, já que 45% apontaram que seria importante trazer opções de pratos mais baratos e gostosos e para 33% é essencial não sacrificar a qualidade dos produtos. Além disso, 15% preferem que os estabelecimentos invistam em experiência e hospitalidade e 7% que criem maneiras de atendê-los onde quer que o cliente esteja. Um fator que chamou a atenção neste levantamento foi que, entre os critérios de escolha dos restaurantes, a opção de ter uma comida gostosa, com 61%, ultrapassou o quesito de higiene e limpeza, com 56%, que aparecia em primeiro lugar nas demais pesquisas com consumidores desde o início de 2020.
“Com relação aos hábitos de consumo durante o almoço quando os entrevistados estão trabalhando de casa, 64% comem comida em casa feita na própria residência na maioria das vezes, enquanto esta é a opção apenas por algumas vezes de 24%. Quando falamos dos hábitos de almoço no ambiente de trabalho, o estudo revela que houve uma alteração, pois a decisão de sair para comer na maioria das vezes registrou uma queda de 20% antes da pandemia para 15% neste levantamento. Já os pedidos via delivery ou take away ainda são feitos pela grande parte dos respondentes, registrando um percentual de 80%. Entre as curiosidades desta modalidade, podemos apontar que 84% das pessoas tiveram problemas com delivery nos últimos três meses e, desses, 69% foram relacionados ao tempo de entrega maior que o prometido”, explica a fundadora e CEO da Galunion, Simone Galante.