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Volks inaugura novas instalações do Centro de Formação Profissional SENAI

Rafael Teixeira, Ricardo Terra, Wellington Damasceno, Douglas Pereira, Ciro Possobom, Alexander Seitz, Thomas Mehringer e Hendrik Muth

O presidente & CEO da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom, inaugurou, nesta segunda (18), as novas instalações do Centro de Formação Profissional SENAI, localizado na fábrica Anchieta.

“Tudo na vida começa com uma ambição. A ambição de ter esse Centro, a ambição de ter uma faculdade. Gosto dessas provocações e fazemos isso todo dia. Tudo na vida começamos com ambição e lembro-me dessa história, logo quando assumi, e fui conhecer as instalações do SENAI e ouvi muitos pedidos de como poderíamos melhorar as instalações. Hoje, inauguramos esse espaço tão bonito, que vai ser, realmente, uma diferença tão importante na vida desses jovens e com certeza na vida da Volkswagen. É a próxima geração que vai ajudar muito a Volkswagen”, disse o executivo.

Mais de 7 mil alunos já se formaram no espaço, que existe há 52 anos. O Centro oferece duas formações com propostas inovadoras. O programa de dois anos inclui os cursos de Aprendizagem Industrial (diploma de Operador de Processos de Manufatura Automotiva, no primeiro ano) e Técnico em Mecatrônica (no segundo ano). Além das aulas com foco em inovação e tecnologia, os alunos desenvolvem projetos para aprimoramento de processos industriais. Com a nova escola, vem uma nova formação de Técnico em Mecatrônica com especialização em Veículos Elétricos.

 “Essa inauguração institucional representa muito de trajetória, história, de vínculo emocional, familiar. Meu pai trabalhou na Volkswagen desde o final da década de 1960, trabalhou na produção, e o SENAI representou para mim uma porta de entrada para a Volkswagen, que era o meu sonho desde que nasci, em São Bernardo”, diz o vice-presidente de Recursos Humanos Brasil e Região SAM, Douglas Pereira, que também foi ex-aluno do SENAI/Volks.

Atualmente, o Centro conta com 120 alunos. Para se matricular é necessário ser filho, irmão ou enteado de colaboradores Volkswagen. Ao concluir o curso, os aprendizes com boa performance nos estudos são contratados pela Volks.

 “É muito legal ver a forma como estamos investindo nas pessoas, na formação e no futuro da empresa, para que as pessoas continuem tendo o futuro que merecem através das condições que criamos para eles”, revela o vice-presidente de Operações Brasil e Região SAM, Miguel Sanches.

De acordo com o coordenador geral do comitê mundial de trabalhadores, Wellington Damasceno, a Volks se destaca por ser a primeira montadora a ter uma escola internamente. “A Volks se destaca pelo quanto valoriza ter essa história e permanecer com essa história dentro da fábrica. Também, um ponto de valorização, é a negociação coletiva. Essa discussão do SENAI e a mudança de grade que vai ter, de perfil formativo, da idade dos aprendizes passou e vai continuar passando pela negociação coletiva entre empresa, sindicato e representação dos trabalhadores”, diz.

O Centro de Formação conta com instalações modernas, com Laboratórios de Automação, de Projetos Mecatrônicos e de Tecnologia Automotiva, incluindo equipamentos avançados de IoT (internet das coisas voltada para comunicação e troca de dados de manufatura), impressora 3D e simuladores de produção. Conta também com Oficinas de Aprendizagem Automotiva, Metal-mecânica e de Eletroeletrônica & Automação.

O diretor regional do SENAI São Paulo, Ricardo Terra, avalia que o espaço representa a indústria: “Esse espaço não é uma escola, é a indústria. É a indústria na sua essência, no seu princípio. Esses alunos são o futuro de todo esse esforço que a empresa, junto com o SENAI realiza, que é para garantir, oportunizar um futuro digno, com qualificação, com o desafio de entrar numa profissão do mercado de trabalho e neste momento com profissões extremamente portadoras de futuro”.

EX-ALUNOS SENAI-VOLKSWAGEN

Ana Paula Alves Pereira, supervisora executiva na área de Otimização de Custos do Produto, ex-aluna e filha do ex-professor Zezo, conta que sonhava, mas não imaginava que fosse alcançar o sonho de trabalhar na Volkswagen. “Sonhei, mas não imaginei que fosse alcançar, por conta de ser uma empresa automobilística, mas sempre fui galgando e indo. Já são 24 anos trabalhando na Volks. O SENAI foi o abrir de portas para a minha carreira profissional, mas foi também a minha base profissional, de caráter, na formação de ser humano”, diz.

Já Peterson Vicari da Silva, gerente de Remuneração e Benefícios, diz que a escola SENAI representa uma oportunidade “muito importante” para ele. “Entrei há 30 anos atrás, pude aproveitar essa oportunidade, a escola ensinou muito mais do que a parte técnica, mas muito sobre disciplina, respeito, valores que trago e levo para a minha vida profissional até hoje e vou levar para sempre”, afirma.

Já Dorival Durante, entrou no SENAI em 1991, há 34 anos. “A nossa história como família se mistura com a história do SENAI e da Volkswagen, entrei como aprendiz. Naquela época, ainda no SENAI comecei a namorar com minha futura esposa. Ela entrou como estagiária da Volkswagen. Casamos-nos, construímos a nossa família e nasceram nossos filhos. O mais velho, o Henrique que veio a ser aprendiz no SENAI e entrou na Volks através do SENAI”, conta.

APAGÃO DA MÃO DE OBRA

Na ocasião, o diretor regional do SENAI São Paulo, Ricardo Terra, disse que o País enfrenta um apagão de mão de obra. “Estudamos esse fenômeno agora e identificamos oito vetores, mas dos vetores que mais impactam o principal deles são novas tecnologias, com novos modelos de negócio e que o que está faltando, realmente, é gente”, conta.

De acordo com Ricardo, o Estado de São Paulo tinha um fluxo migratório positivo nos anos 2000, porém, no ano passado esse fluxo foi negativo, com pessoas saindo de São Paulo. “Esse fenômeno só vai piorar para frente porque a população vai continuar encolhendo”, diz.

Na avaliação de Terra, é preciso investir em formação continuada, ou seja, das pessoas que já estão trabalhando. “Essa é a rota que o Brasil vai enfrentar, que países como a Alemanha, Suíça, Japão já enfrentam e nós começamos a vivenciar esse fenômeno. Portanto, uma escola orientada a formação inicial, mas que olhe para a formação continuada é fundamental”, enfatiza.

Para o vice-presidente de Recursos Humanos da Volks, Douglas Pereira, a empresa possui uma ótima qualidade” de emprego e não está sendo tão afetada com a escassez de mão de obra. “Naturalmente, há situações específicas e pontuais da área, mas de uma maneira geral a gente tem maior atratividade. Sempre quando temos processos seletivos temos uma procura muito alta. Então, a gente não temos sido diretamente impactados de uma maneira generalizada”, conta.

Já o presidente da Volks, Ciro Possobom, defende a educação como maneira de reverter esse atual cenário no Brasil. “A Volkswagen acredita muito na educação para formar o jovem, essas pessoas que vão realmente ajudar a construir a Volkswagen. Então, essa parceria de 52 anos, esse ambiente só solidifica que acreditamos no desenvolvimento dessas pessoas. Formar gente, educar gente e preparar essas pessoas para a Volkswagen que estamos construindo é fundamental”, destaca.

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