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Punhos cerrados e um soco no ar

Expressivas figuras do PT andam tão desorientadas que até nos gestos se mostram ultrapassadas. Como se não bastasse o descrédito de seu governo, em baixa constante de popularidade e de credibilidade, insistem ainda em disfarçar seu objetivo máximo: levar avante seu projeto de poder, em vez de projeto de Brasil. Mas a sociedade acordou e parece disposta a não deixar-se enganar, mais uma vez.

Em recente encontro de petistas e da CUT na Quadra dos Bancários em São Paulo, no fim do mês de março, o ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli, em pé atrás de Lula, ergueu seu braço direito, punho cerrado, brandindo-o no ar.

Lembra-se, você que me lê, de gesto semelhante do ex-deputado pelo Paraná André Vargas, então vice-presidente da Câmara Federal? Em sessão solene da Câmara, integrando a mesa principal, ao lado do então Ministro Joaquim Barbosa, em atitude imprópria para uma autoridade que se preze, em evidente e grosseira provocação ao Ministro do Supremo Tribunal, cerrou o punho e levantou o braço direito em cumprimento aos “companheiros” que estavam no plenário. Mais tarde, colhido em falcatruas, esse deputado foi cassado e afastado de seu partido.

Há mais: os dirigentes petistas José Dirceu e José Genoino, condenados no processo do mensalão, ao entrarem na prisão da Papuda em Brasília, também manifestaram-se com a saudação arrogante: punhos cerrados e socos no ar.

Voltando agora ao encontro de petistas na Quadra dos Bancários, em São Paulo, sabe-se que coube ao Lula, à moda de certa corrente socialista francesa, que ataca o mercado, os ricos, os empresários e tudo que seja liberal e privado, manifestar descontentamento com o que eles chamam de ódio ao PT. É a velha tecla da luta de classes: eles (o PT) e os outros (o resto…).

Afinal, é bom lembrar que o PT surgiu como novidade política centrada no propósito de arejar nossas conquistas democráticas, com promessas de seriedade e honestidade no trato da coisa pública (a res publica). O que temos visto, entanto, são roubalheiras, a tomada do poder pelo poder, o aparelhamento do Estado, a descrença envolvendo toda a sociedade na atual turbulência política.

As ruas estão aí dando o alerta. Resta-nos ouvir o recado. O voto, a seu tempo, será a arma adequada, livre, silenciosa, consciente. Sem punhos cerrados, sem ódio, apenas no empenho pelo futuro do Brasil livre, fraterno, democrático, produtivo.