Deu nos jornais: um Promotor de Justiça da cidade de Martins, a trezentos e oitenta quilômetros de Natal, Rio Grande do Norte, lançou a idéia de aproveitar carne de jumento para fazer churrasco. Explica-se: ele vem estudando o assunto nos últimos anos como maneira de valorizar o animal que vem perdendo utilidade para serviços do campo, substituído pelas motos (sinal dos tempos…). Diz o membro do Ministério Público acreditar firmemente na potencialidade econômica do jumento e chegou a promover em sua casa um churrasco com carne desse animal, para tanto convidando autoridades locais e imprensa. Consta que gostaram.
A idéia que tem favoráveis e contrários despertou o interesse de empresários potiguares, pois encomendaram estudos sobre a viabilidade econômica para a criação de jumentos em razão de chineses terem demonstrado interesse na importação de 10 mil cabeças por ano. A idéia dos chinos, segundo nota na imprensa sobre a questão, é consumir a carne e o leite e, ainda, aproveitar o couro.
O Japão também já demonstrou interesse pelo assunto, sendo que o fornecimento da mercadoria seria por um frigorífico de Pernambuco, custando trinta reais por cabeça.
Jumento, asno, burro, jegue, são denominações do mesmo animal dependendo da região onde se criam, especialmente no nordeste. Dizem que há um certo parentesco deles com o cavalo, pois o jumento macho pode fecundar a égua, mas a fêmea (mula) é estéril.
Nos meus tempos de Grupo Escolar em Torrinha tínhamos como vizinha da escola uma padaria que criava um jumento. Ele zurrava a cada hora, a gente ouvia e, se fosse na hora do recreio, era aquela gozação maliciosa com o colega que estivesse mais perto: olha ele está te chamando.
Cuidei de registrar, neste espaço, a idéia do Promotor potiguar pelo inusitado que encerra. É ousada e apoiada na realidade da região onde vive, pois ali proliferam jumentos, uma fonte de renda e de riqueza perfeitamente aproveitável.