Torrinha, minha cidade natal, sempre foi servida pelos trens pontualíssimos da Cia. Paulista de Estradas de Ferro. Isso já pertence a um tempo em que a Paulista passou. Agora ainda circulam pelos trilhos desta, que foi exemplo modelar de empresa de transporte de passageiros e carga, uns trens enferrujados que são a mostra de como pode um serviço público, prestado por empresa particular degenerar a tal ponto. Trens que aguardam a construção de ferrovias para um serviço essencial ao progresso de nossas cidades ficam à espera de construção de ferrovias decentes para a circulação de trens a serviço de transporte eficiente tanto de passageiros quanto de cargas. Há notícias nos jornais com fotos a nos mostrar como que incipiente meio de transporte ferroviário para o país hoje servido por caminhões caríssimos que enfrenta péssimas estradas lamacentas atolando-se nelas como temos visto no noticiário da imprensa e televisão. Além do péssimo serviço que prestam, ainda se revela um meio caríssimo sujeito ao pagamento de pedágios que encarecem seu custo e a qualidade dos serviços de empobrecimento. Sim, porque ainda existem trens em atuação neste pobre país sem rumo e sem perspectivas. Não obstante esse quadro desolador para um país de tamanhas dimensões, temos um serviço ferroviário localizado em alguns estados com positivos resultados para atividades turísticas. Não são muitos, mas os existentes oferecem qualidade razoável e serviços de bordo alguns até de primeiro mundo. Mas o Brasil, com sua dimensão territorial bem que merece para um produtivo turismo algo muito além do que temos hoje. Este desabafo ressurge porque, estando eu agora em Torrinha, passando por temporada de recuperação de cirurgia do fêmur, continuo a ver trens aos pedaços circulando ou parados há dias ou semanas na estação local e em tantas outras, revelando essa permanente situação de saudosismo em face da ferrovia, hoje substituída por estradas de chão ou de asfalto, a maioria em péssimas condições com veículos atolados no barro como nos têm mostrado imagens na TV e nos jornais impressos para tristeza nossa.
O turismo e os trens
26/06/2020