03/03/2012
Mais do que uma data com caráter festivo, essa data tem a marca de lutas pela igualdade de direitos no trabalho e também políticos como poder votar, além de se oporem à I Guerra Mundial. A origem do Dia das Mulheres está ligado a essas lutas que se iniciaram na Rússia pré-comunista, mas destaca-se também a sua aliança nas lutas anti-nazifascistas
Independente destes fatos outros marcaram as lutas feministas em busca de respeito e igualdade. No Ocidente, o marco dessa data é um fato trágico, também envolvendo operárias, na cidade de Nova Iorque, assassinadas quando lutavam por melhores condições de trabalho, redução da jornada e melhorias salariais.
Essas manifestações se espalharam pelo mundo, com significativa repercussão no Brasil. Em 1905 três mulheres de Minas Gerais se alistaram e votaram nas eleições, mas esse direito só seria plenamente reconhecido no País na década de 1930.
A importância de um dia dedicado exclusivamente às mulheres se faz presente inclusive na mitologia. “As mulheres da Ática tinham o direito ao voto na época do rei Cécrope I, que fundou uma cidade e nela brotaram uma oliveira e uma fonte de água. Consultado pelo rei, o oráculo de Delfos destacou que a oliveira significava Minerva e a fonte de água Netuno, e que os cidadãos deveriam escolher entre os dois qual seria o nome da cidade. Convocados a votar, os homens votaram em Netuno e as mulheres em Minerva, e venceram por um voto. Irritado com a situação Netuno atacou a cidade com as ondas. Para apaziguar o deus, as mulheres de Atenas aceitaram três castigos: perderam o direito ao voto, nenhum filho teria o nome da mãe e que ninguém as chamaria de atenienses.
Essa história mitológica serve para demonstrar a sensibilidade da Mulher e a sua inquestionável importância na formação da sociedade e no equilíbrio social Em benefício de maridos e filhos, da integração familiar abriram mãos de direitos conquistados legitimamente.
No Brasil, como na mitologia, as mulheres são maioria. Representam hoje 52% da população, maioria que, ainda, não reflete na representação política.
A inserção das mulheres no Brasil no dia a dia de antigamente era pelo exercício da função de professora. Hoje ocupam lugares de comando em grandes empresas, no Ministério Público, no Judiciário, mas não vemos essa mesma inserção na política, apesar de termos uma presidente da República, a presença das mulheres nos Executivos e Estaduais e Municipais, e o mesmo corre na Câmara dos Deputados, Senado Federal, Assembléias e Câmaras Municipais é ínfima.
Alimento a certeza de que uma maior participação da Mulher na vida política do país irá contribuir para implementar a ética pública devolvendo a política seu papel de construir o bem comum.
William Dib é médico cardiologista, foi prefeito de São Bernardo (2003-2008) é deputado federal e coordenador regional do PSDB no ABC.
