Eleições

Marcelo Oliveira: “Temos uma possibilidade muito grande de vencer as eleições”

Confira a entrevista na íntegra

O prefeito de Mauá e candidato à reeleição, Marcelo Oliveira, recebeu a Folha, em seu escritório político, na terça (22). Na ocasião, falou sobre a campanha, os apoios recebidos, os projetos para o segundo mandato, caso eleito, investimentos do governo federal, a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na reta final da campanha e sobre a situação do PT nestas eleições. “Mauá está no caminho certo. Tenho muita esperança que a gente continue avançando com as políticas públicas. Onde o PT governa, conseguimos enxergar a diferença que faz na vida das pessoas”, garante Marcelo. Confira.

FOLHA DO ABC- Qual avaliação o sr. faz deste primeiro turno das eleições, e agora, da reta final da campanha do segundo turno?

Marcelo Oliveira- Quero agradecer aos 93.374 votos no primeiro turno foi uma votação muito expressiva ficamos em primeiro lugar e a nossa campanha continua no segundo turno temos avançado, dialogado com bastante pessoas, conversando com aqueles que votaram em branco votaram nulo que votaram nos outros candidatos que disputaram as eleições para que possa votar no nosso nome, para que a gente continue transformando a cidade.

Então, é uma campanha alegre, uma campanha da esperança, uma campanha da verdade pautada nas realizações que nós fizemos em Mauá e que nós temos para o futuro.

FOLHA- Neste segundo turno, o sr.está focando nos bairros onde foi mais votado para ampliar esse universo de votos ou onde foi menos votado?

Marcelo- Nossa campanha está em toda a cidade. Temos focado em dialogar com os candidatos que já foram disputar as eleições, que ficaram em terceiro, quarto, quinto colocado, mas estamos andando a cidade inteira.

É claro que tem algumas regiões que o número de eleitores são maiores, como o Parque das Américas, o Jardim Zaira, o Eixo Barão, a gente tem andado bastante. Das 84 urnas locais de votação, em 11, ficamos em segundo e ficamos em primeiro em 73.

Então, a gente tem dialogado onde não conseguimos avançar, a diferença foi pequena de 30 votos, 40 votos, 50 votos, para que a gente possa também vencer nesses locais e fortalecendo também onde nós vencemos as eleições.

FOLHA- Mauá tem um grande número de obras em andamento. Recentemente o sr.mesmo falou que Mauá é um “canteiro de obras”. Quantas obras são no total e quais delas têm investimentos do governo federal?

Marcelo- Temos ainda o programa que está funcionando de asfaltamento de ruas, de colocação dos bloquetes, tem o ginásio de esporte sendo construído, tem o nosso Terminal de Ônibus Central, tem também a realização do nosso Ginásio de Esportes, no Jardim Zaíra.

Estamos com os projetos em andamento, da construção de escola, da creche no Oratório, das 320 unidades habitacionais também no Oratório, uma Unidade de Saúde no Lusitano, um viaduto na entrada do Jardim Zaíra, na Barão de Mauá, com a Castelo Branco. Também estamos realizando os projetos de muros de contenção, que são mais de 21 milhões, para que a gente possa melhorar as encostas na cidade.

Tem muitas obras ainda na cidade acontecendo, outras estão por vir. E as obras realizadas pelo governo federal, que nos ajudou, por exemplo, o Complexo da Ilha Santa Cecília, tem recurso da Prefeitura, mas tem recurso do PAC de 2023, que passaram esse governo e não conseguiram realizar. Temos, também, essas obras que vão acontecer de Habitação no Oratório, que é recurso também do governo federal.

Os R$ 159 milhões de urbanização na área do Chafic, também é do governo federal. Então, tem uma mistura de dinheiro do governo federal, de emendas de deputados que conseguimos, convênios que fizemos também com o governo do estado e recursos da Prefeitura.

É uma mistura de recursos onde a gente conseguiu dialogar, conseguimos, no nosso governo conversar com todo mundo para que a cidade continue crescendo, continue avançando. Então, virou um canteiro de obras e, sem dúvida nenhuma, vai ter muito mais obras, assim Deus permitindo, no próximo mandato.

FOLHA- O Plano de Governo para o segundo o mandato do sr., contempla projetos e ações para todas as áreas. Mas, quais áreas terão maior foco e por quê?

Marcelo- Construímos duas escolas no governo, pegamos dois anos de pandemia, conseguimos construir duas creches, que contemplam em média 800 crianças. Reformamos 38 creches e faltam quatro ainda. Investimos pesado na Educação. Nesses últimos anos, foi quase 29% do orçamento. A lei diz que você tem que investir no mínimo 25%.

É até um ponto onde o ex-prefeito tem um problema nas contas de reprovação, nas quatro contas, tanto no Tribunal de Contas, como também na Câmara Municipal. Então, vamos continuar com foco na Educação. Além de construir as creches, cursos profissionalizantes através do Instituto Federal que o presidente Lula irá encaminhar para nós. A partir do ano que vem, já vamos ter aulas.

FOLHA- Agora, no segundo turno, o sr. recebeu apoio de vários prefeituráveis, Zé Lourencini, Amanda Bispo e também de parte da bancada dos vereadores do PSDB, entre outros. Como o sr. avalia o impacto desses apoiadores neste segundo turno e também em relação ao número de votos?

Marcelo- A vinda de mais pessoas para nos ajudar, para fazer parte de um projeto de reconstrução da cidade, para melhorar a qualidade de vida do nosso povo, era muito importante. O Zé Lorenzini, a Amanda,candidatos a vereadores de outros partidos, também, que estiveram com nossos adversários, agora, estão conosco.

Isso demonstra que estamos no caminho correto de melhorar a qualidade de vida do nosso povo. Por isso, tem chegado bastante apoio para a gente. Como disse, inclusive, quem apoiou o candidato está disputando o segundo turno com a gente. Isso vai fortalecendo para que possamos, cada vez mais, apresentar para a nossa população o nosso Programa de Governo,que realmente é um Programa de Governo que muda, continua mudando a cara da cidade, continua melhorando. Da forma que encontrei uma cidade totalmente abandonada e, hoje, obra para todo lado, um olhar com carinho à população.

Então, os candidatos que têm vindo nos ajudar, com certeza estão fortalecendo um projeto que a gente acredita e eles também acreditam que é o melhor para a cidade.

FOLHA- O sr. vai disputar, agora, o segundo turno com o mesmo adversário de urnas das eleições de 2020. Na ocasião, quando houve o primeiro turno em 2020, ele venceu o primeiro, mas perdeu no segundo e não se reelegeu. Agora, o sr. encerrou o primeiro turno, com 45,1% dos votos e ele 35,5%. Qual a avaliação do sr. sobre este novo embate?

Marcelo- Não é novidade para a população da cidade, nem para nós no meio político,que no segundo turno nos encontraríamos de novo. Vejo uma candidatura que teve um governo que foi ruim, ele, pessoalmente como prefeito, foi fraco.

Não teve nenhuma obra para poder dialogar com o nosso povo. Copiou a maioria dos projetos do nosso Plano de Governo. Vou dar três exemplos. A creche no Oratório, que já está no Diário Oficial do governo federal. A Unidade de Saúde no Lusitano, que também está no Diário Oficial. E as 320 unidades habitacionais, que já foi feita a licitação, vai começar, com investimento do governo federal.

Então, podemos avaliar que as propostas são copiadas nossas. Já tínhamos a impressão que ele iria para o segundo turno com a gente. A diferença é muito grande do período que ele governou para o que nós governamos, de como eles organizaram a cidade, de como ele deixou a cidade, da situação dele, tanto jurídica como também das prisões que aconteceram.

É muito diferente um governo do outro. Vejo que temos uma possibilidade muito grande, se assim Deus permitir, de vencer as eleições, de poder mostrar para a população qual é a diferença, como nós fizemos na outra eleição de 2020 e, agora, em 2024.

Saímos numa situação diferente da de 2020, éramos oposição, começava um momento de pandemia, campanha muito difícil de se fazer. Essa, tivemos oportunidade de dialogar com a população, conseguimos 45,13% dos votos, isso nos ajuda muito a dialogar com a população e vai dando força pra gente poder continuar, demonstra que estamos fazendo as coisas certas.

Mauá, depois que passou a ter o segundo turno, quando passou de 200 mil eleitores, nunca foi definida uma candidatura no primeiro turno e a situação dele, para mim, é lamentável de estar podendo disputar as eleições. Quem teve as quatro contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas, depois rejeitado pela Câmara. Em Mauá perdeu no TRE, tentou recursos em São Paulo, tentou recurso no Tribunal de Justiça em Brasília, não conseguiu, foi para o Supremo Tribunal Federal, perdeu. Agora, nessas eleições, todos os recursos estão para poderem ser avaliados no TRE, provavelmente, essa semana antes da eleição e no Supremo Tribunal Federal. No TSE a situação dele já é pacificada que não pode ser candidato.

O prefeito que tem as condições dele, rejeitadas no Tribunal de Contas e rejeitadas pela Câmara, não pode ser candidato, por dois motivos importantíssimos. Primeiro, não investiu os 25% mínimo da Educação. E não pagou o precatório. Então, só esses dois pontos que são importantes, já tiram ele da eleição. Mas, infelizmente, está nessas condições e sendo candidato.

FOLHA- Agora, no segundo mandato, se o senhor for reeleito, terá uma situação bastante favorável na Câmara? Das 23 cadeiras, o sr. irá contar com apoio de 14 vereadores?

Marcelo- A nossa chapa elegeu 14 vereadores e também estamos dialogando com o vereador Leonardo. Vários candidatos a vereadores da chapa do PSDB têm nos apoiado. O Lorenzini desfiliou do PSDB antes de qualquer coisa, antes até de anunciar o apoio para mim,desfiliou do PSDB, tem lá os seus motivos particulares, não posso entrar nessa discussão, mas temos uma situação muito diferente da outra, do que quando assumi em janeiro de 2021.

Os vereadores que não foram eleitos na nossa chapa fizeram toda a composição da mesa e das comissões. É diferente da condição de hoje. Temos a maioria dos vereadores, mas vamos dialogar com todos os vereadores.

Como fui vereador, respeito muito a Câmara de Mauá. Os poderes são independentes, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, mas é claro que se dialogam para, sempre, encontrar o melhor caminho para a cidade de Mauá, para atender a nossa população cada vez mais com qualidade.

FOLHA- Na campanha do primeiro turno, o sr. contou com a presença de diversos ministros do governo Lula, deputados federais, deputados estaduais, mas faltou a presença do presidente da República.  Agora, neste segundo turno, Lula esteve em Mauá. Como o sr. avalia o peso do presidente Lula na sua campanha nessa reta final? Há a expectativa de uma arrancada final de votos?

Marcelo- O presidente Lula tem uma agenda extensa. Então, é compreensível que, em alguma cidade, ele não conseguir nem no período eleitoral,porque são muitas cidades que o PT está disputando e há os partidos que fazem parte da aliança do governo.

A vinda dele, para nós, no segundo turno, temos muito orgulho, porque é um presidente que sempre venceu as eleições em Mauá, quando foi candidato e faz parte da históriada cidade, na construção das quatro UPAs, nos muros de contenções, nas áreas de urbanização, já foram realizadas muitas coisas através do governo dele no nosso governo, poderá ser realizado muito mais do que ele já apresentou. Vamos realizar muito mais. Então, a vinda dele, sem dúvida nenhuma, é importante, até por essa relação que temos.

O presidente Lula é um amigo da cidade de Mauá e meu amigo também. Então, ele tem um carinho muito grande, ele veio e falou sobre isso, do carinho que ele tem pela cidade de Mauá, pelo ABC. Fui presidente do Consórcio, dialogamos muitos projetos para o ABC, chegou recurso para diversas áreas para ajudar, porque ele não olha que partido é, se é A, B ou C, ele encaminha porque ele sabe da necessidade das cidades para poder implementar as políticas públicas necessárias para o nosso povo.

A vinda dele, na última sexta (18), para nós é uma alegria a gente poder recebê-lo com muito carinho, tinha bastante gente. Um ato realizado em dois dias, fomos avisados dois dias antes, na quarta (16), e na sexta-feira fazer um ato onde a própria Polícia Federal disse que havia quase 10 mil pessoas no local. Podemos dizer que foi um ato de sucesso que aconteceu e ele saiu daqui muito feliz.

Luiz Marinho e Marcelo Oliveira

De licença, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, esteve, agora, em Mauá, nesta manhã de terça (22), onde participou de reunião estratégica da campanha à reeleição do prefeito Marcelo Oliveira (PT), junto ao candidato a vice, Juiz João (PSD). Na pauta estiveram as ações para os últimos cinco dias da campanha do 2° turno.

FOLHA- Nestas eleições o PT está em 9º lugar entre os partidos que mais fizeram prefeitos no Brasil, com 260 nomes. Mas, ele teve um crescimento em comparação à eleição de 2020, onde foram feitos 179 prefeitos. Agora, subiu para 260. Esse número ainda pode ser incrementado com as prefeituras que estão disputando o segundo turno, entre elas, no ABC, Diadema e Mauá. Qual análise o sr. faz sobre o desempenho do PT nessas eleições?

Marcelo- O PT está num momento até de reconstrução. Em alguns locais, prefeito de renovação, que é o meu caso, que nunca tinha sido prefeito,só candidato a vereador, mas costuma-se, em muitas das cidades, já ser alguém que sempre disputou as eleições para prefeito. O PT tem tido essa renovação, tem que reforçar cada vez mais a renovação.

Digo que a nossa vida, todo dia, está se renovando. Então, mesmo que tenha muito tempo no local, no partido, as pessoas vão ter que ir se renovando, porque tudo se renova. Hoje, o telefone que tínhamos antes era fixo quando veio o primeiro aparelho celular, era do tamanho de um tijolo. Hoje, pegamos um celular pequenininho e a gente assistia, quando era pequeno, aquele desenho dos Jetsons e muitas das coisas que a gente assistiu, não imaginávamos que iria acontecer, está acontecendo, no dia de hoje.

A tecnologia avança, os serviços mudam, também avançam, as profissões avançam e não é diferente também nos partidos políticos.

Temos avançado, melhoramos a quantidade de prefeito em relação ao que nós tínhamos na eleição passada, temos a capacidade de melhorar muito mais na próxima eleição, porque o governo federal tem demonstrado, a economia tem melhorado, estamos chegando num número de desempregados, o menor da história do Brasil, e essas melhorias têm que chegar no trabalhador. E ainda não deu tempo de chegar da forma que a gente pensava.

O governo federal está com um ano e dez meses de mandato, está a menos da metade do mandato, e as coisas estão começando a chegar. O exemplo são as obras em Mauá.

Quando começar a entregar as unidades habitacionais, o Instituto Federal, a Policlínica, as melhorias, a população começa a sentir, a economia começa a andar, começa a ter crédito, as pessoas conseguem comprar o seu bem, o imóvel ou um veículo financiado com juros menores, o salário começa a aumentar, começa a gerar emprego e renda, as pessoas começam a perceber que o governo tem avançado e isso, sem dúvida nenhuma, ajuda as prefeituras, os governos nossos do PT a disputar, os nossos candidatos a disputar as eleições.

Vejo o PT num crescimento, passamos por um momento muito difícil com a cassação da Dilma em 2016, e tinha um ataque muito grande no PT, para que o PT pudesse acabar, mas para ver como é que é um partido bem organizado, que conseguiu vencer esse momento difícil, e crescemos, não só no número de prefeitos, mas no número de vereadores. Porque esses vereadores também estão no dia a dia conversando com a população que podem ser candidatos a prefeitos lá na frente.

Então, vejo com muita alegria, com muita esperança que a gente continue avançando nas cidades, com as políticas públicas, onde o PT governa, conseguimos enxergar a diferença que faz na vida das pessoas.

FOLHA- Nestes últimos dias de campanha, qual a expectativa, a programação?

Marcelo- Às 4h30 da manhã, estava na estação de trem.Nosso grupo vai até 22h, praticamente, todos os dias, com caminhadas, caminhão de som, reuniões, visita nas feiras, visita nas indústrias, nos comércios. Estamos muito animados, porqueconseguimos transformar a vida das pessoas, conseguimos melhorar a qualidade de vida na reconstrução da nossa cidade e queremos continuar as cidades que tiveram continuidade, elas melhoraram muito.

Em cidades onde não houve continuidade, pioraram muito e o maior exemplo é Mauá. Quando o Oswaldo foi reeleito de 1996 até 2004, a cidade teve uma grande transformação, de lá pra cá, entra um prefeito, sai outro e o que aconteceu na cidade? Todo mundo percebe como ela ficou. A população das outras regiões, tirando o sarro da cidade. Mauá virou chacota até pelo que aconteceu com esse prefeito.

Mauá tinha virado uma cidade abandonada. Conseguimos ampliar os empregos, são 17 mil empregos a mais no saldo de 2021, até agora. Estamos recebendo indústrias, comércio, serviços para a nossa cidade,por isso conseguimos gerar empregos. Melhoramos as nossas vias, reformamos as nossas escolas, investimos mais em Educação, investimos mais na Saúde, temos muito mais para investir.

Então, isso significa que a nossa cidade está no caminho certo.É claro que há bastantes desafios ainda para vencer, da forma que encontramos a cidade, tem muita coisa para fazer ainda, para nós construirmos, muita coisa para poder aproximar o funcionário público da população,ter um trabalho sempre mais humanizado de atendimento, mas sem dúvida nenhuma, esses poucos dias que temos da eleição, são cinco dias, iremos continuar trabalhando, mostrando para a populaçãoa diferença, tanto pessoal, minha, o candidato, como também dos governos que ele realizou e que nós estamos realizando.

É claro que, já tem alguns dias, que o nosso candidato me ataca todo dia e ele não ataca o governo, ataca a minha pessoa. Infelizmente, tem acontecido isso em alguns lugares, e em Mauá não é diferente, o ataque tem sido realizado contra a minha família,contra a minha pessoa, mas isso não vai nos amedrontar.

 Não vamos ficar com medo por causa disso, vamos continuar firme falando a verdade para o nosso povo da esperança, da fé, de continuar governando a cidade, sempre, com o maior objetivo, nosso, que é melhorar a qualidade de vida do nosso povo.