Esportes

Daniel Oristanio, o skatista arquiteto que projetou a pista do SLS Super Crown

Daniel Oristanio

Skatista desde 1997, o arquiteto Daniel Oristanio, acumula grandes projetos de pistas de skate em seu currículo. Braço direito da California SkateParks, Daniel projetou a pista de skate do SLS Super Crown World Championship, que aconteceu no último final de semana em São Paulo.

Mas a parceria com SLS não é de agora, Daniel já projetou seis pistas da Street League Skateboarding. A primeira foi em 2013, em Foz do Iguaçu (PR). “Comecei fazendo a pista em Foz do Iguaçu, em 2013, junto com a equipe da California SkateParks. Na ocasião, a Street League foi parte do X-Games. De lá pra cá, não parei mais”, relembra.

A SLS mantém o legado por onde passa. Em 2022, na etapa do Rio de Janeiro, após a competição, os obstáculos usados foram doados para o Caverna Spot, que se tornou um Centro de Treinamento para a Seleção Brasileira de Street. Em 2023, foi a vez da pista de skate do Parque Ana Brandão, em Santo André, receber os equipamentos usados. Este ano, parte dos obstáculos na SLS Super Crown serão doados para as pistas Prafinha e Quadrespra, em São Paulo, e o restante irá para secretaria de Esportes do Estado, que irá definir onde serão instalados.

“Vamos doar os obstáculos para pistas de skate de São Paulo. Uma boa parte do material é reciclado, metais, madeiras e até o próprio concreto, que depois é desintegrado e vai virar base para pavimentação. Da parte dos obstáculos, os corrimãos e caixotes, também. Eles vão para outros projetos sociais. Mantemos o legado, os skatistas poderão andar no mesmo obstáculo que os skatistas profissionais andaram no SLS Super Crown 2024”, afirma Daniel.

O arquiteto comenta sobre os diferencias da pista projetada para a edição deste ano. “É um desafio, pois fazemos muitas etapas, não só no Brasil, mas no mundo todo. É o lance de se reinventar no projeto, ao mesmo tempo mantendo o que funciona e tentando mudar para ficar diferente. Esse ano, trouxemos os corrimões longos, só que de uma maneira diferente, e o ‘gap to hubba’, que é um espaço onde o skatista tem que dar um ollie por cima do vão”, explica.  

Paulistano, Daniel revela que projetar pistas em São Paulo tem um gostinho diferente. “É uma grande satisfação, porque estamos projetando e construindo no quintal de casa. Fazemos pistas em muitos lugares, mas em São Paulo tem um gostinho diferente. É muito legal porque projetamos, construímos, aí vemos os profissionais andando durante a competição e depois o público em geral, que poderá usar os mesmos obstáculos”.

Daniel já projetou seis pistas da Street League Skateboarding (Foto: Júlio Tio Verde)

Para 2025, Daniel revela que serão entregues três pistas novas na Zona Leste de São Paulo. “Temos projetos com a California SkateParks no mundo todo. Projetos de eventos, pistas permanentes, na Europa e Ásia. Para o ano que vem, temos alguns projetos de pista pública em São Paulo, projetos de CEUs (Centro Educacional Unificado). São três que estamos finalizando agora na Zona Leste, do Jardim Imperador, Ermelino Matarazzo e do CEU Cidade Líder, que são pistas flow, com um pouco de tudo, street e também bowls, e também temos alguns projetos maiores para o ano que vem”, finaliza.