
A gerente de Relações Institucionais da Braskem Sudeste, Alexandra Gioso, em visita à Folha, na terça (18), concedeu entrevista exclusiva, na qual falou sobre a transformação que a química exerce na vida das pessoas, o desafio econômico do setor químico no cenário nacional e mundial, e destacou os projetos realizados pela empresa, que transformam a vida pessoas na comunidade, sejam pelo empreendedorismo, capacitação profissional, no desenvolvimento da economia circular ou na inclusão social. Alexandra também menciona as principais conquistas da Braskem em 2024 e antecipa algumas novidades para o próximo ano. Confira.
Folha do ABC- Como a química e o plástico estão presentes nas vidas das pessoas e qual a atuação da Braskem, com suas quatro unidades, na região do ABC?
Alexandra Gioso- A química está em todo lugar, em tudo que a gente olha tem química, desde a parede da sua casa, do seu escritório, ao carro que você anda, o que você usa de higiene pessoal, na saúde, no setor alimentício, enfim, a química está em todo lugar e o plástico também.
Então, a Braskem é uma empresa petroquímica que trabalha com a geração de matérias-primas de primeira e segunda geração químicos e as resinas plásticas. O plástico que está no nosso dia a dia, o polietileno, o polipropileno e essas plantas tanto em São Paulo, com as quatro plantas no ABC, mas também a gente tem planta em Cubatão e em Paulínia. E a Braskem também tem as outras regionais em estados do Brasil, regional da Bahia, de Alagoas, a regional do Sul e a do Rio de Janeiro. Então, a Braskem está no Brasil todo e também fora do país.
Folha- Qual a importância da indústria química no cenário econômico nacional e qual o impacto dela na vida das pessoas?
Alexandra- Neste momento, é importante a gente entender como cidadão mesmo. Então, a gente já falou da transformação que a química tem na vida das pessoas, mas existe um desafio importante que é econômico.
E o que é o Brasil, não só para o setor químico, mas para o setor industrial como um todo. A indústria química é uma indústria de base, portanto, ela tem um papel fundamental na economia do país. Mas, uma indústria forte, seja ela qual setor que for, ela torna o país mais competitivo e a gente tem um trabalho de posicionar o Brasil, o governo, entidades e a indústria também com seu papel privado, de também entender qual o papel dela na vida, no próprio país, no desenvolvimento do país.
Então, hoje, a gente tem que olhar para essas políticas, trabalhar junto com o governo, colaborando em vários aspectos para que a gente possa ter competitividade no setor.
É o momento de que a gente tem uma invasão dos importados no país, a gente perdeu um mercado importante nos últimos anos e a implementação de medidas que possam assegurar a produção da indústria nacional, não só como disse para o setor químico, mas para outras indústrias que também produzem matérias-primas importantes para manutenção de outras cadeias produtivas. É importante, para que a gente possa ter um país mais desenvolvido e se posicionar melhor no mercado internacional.
Folha- Qual a produtividade da Braskem no ABC?
Alexandra- Na Braskem, temos em torno de mil integrantes. Desses mil integrantes, parte está dentro da P7, que é a Polietilenos, a número 7 em planta da Braskem. O Estado de São Paulo é um grande produtor de polietileno e abastece vários setores industriais da cadeia. Então, a participação da P7 na economia do Estado de São Paulo e do Brasil é muito relevante.
Cada setor tem um percentual de participação, o polietileno é empregado em vários setores industriais. Não consigo te dizer o percentual de cada setor, mas com certeza ele é bastante representativo, a produção de resinas é bastante orientativa para o Estado de São Paulo e para o Brasil.
Folha- Neste ano, a Braskem também inaugurou o Centro de Pesquisa em Biotecnologia nos Estados Unidos. Além dele, quais são as conquistas da empresa neste ano de 2024?
Alexandra- Acho que não só especificamente o Centro de Pesquisa, que vai ajudar muito a gente usar a inovação e a tecnologia a favor da gente poder trabalhar a partir de carbonização, mas a Braskem investe muito, e não é de agora, em sustentabilidadee inovação, elas estão ligadas.
Folha- A ecoeficiência na produção e a responsabilidade ambiental são vertentes da Braskem. Como essa questão tem avançado e como a Braskem tem atuando na mitigação das mudanças climáticas?
Alexandra- Estamos utilizando na nossa produção 100% da água de reuso. Temos nosso compromisso até 2030 em relação a diminuir a emissão de gases de efeito estufa. As atitudes sustentáveis, também, acho que a gente ser autossustentável parcialmente na energia também foi um investimento importante da Braskem no ano passado.
Além disso, poder, também, no nosso processo produtivo ser sustentável na energia que a gente utiliza no nosso processo, que é o ‘Projeto Vesta’, que foi um investimento que a Braskem fez para que pudéssemos ser menos dependentes da energia que é fornecida e a gente poder produzir, em momentos, por exemplo, quando tem chuvas e a gente tem a queda de energia, conseguimos utilizar esse sistema para que possa trazer a nossa operação cada vez mais confiável, evitar problemas na operação e transtornos.
Temos um sistema de segurança que qualquer problema no processo produtivo, quando falo problema é interrupção, tem um sistema que é utilizado, um sistema seguro, de confiança, que é o flare, mas quando ele liga, acaba trazendo um incômodo para a comunidade do entorno. Então, com esse sistema que a gente investiu, que é o Vesta, isso reduziu, a gente ficou um ano sem acionar o flare.
Isso foi um marco super importante para a Braskem e além de a gente não perder, quando a gente acionou o flare, a gente está queimando matéria-prima. Além da gente não perder o investimento, o do processo, o custo disso, a gente também não causa esse incômodo para a população.
Folha- A Braskem também está conectada e próxima à comunidade no entorno de suas unidades. São desenvolvidos diversos projetos que têm um impacto social relevante. Poderia nos contar sobre eles e como transformam a vida das pessoas?
Alexandra- Nossa preocupação fundamental é com a comunidade, e essa é a área que está dentro da minha competência na Braskem, de trazer sempre um olhar também para a comunidade. Então, nosso trabalho é junto, de escuta, junto às lideranças comunitárias, é um trabalho institucional de trazer projetos que realmente possam transformar e impactar as pessoas na comunidade. Posso dar alguns exemplos de projetos que a gente desenvolve com a comunidade.
Temos pilares de trabalho: empreendedorismo, geração de renda, economia circular, inclusão social. Então, empreendedorismo, por exemplo, temos o ‘Empreendedoras Braskem’, um programa que foi para sua quinta edição, capacitando mulheres para que possam melhorar o desenvolvimento dos seus negócios, isso causa uma transformação não só para o entorno, mas também para a própria família. Então, a ‘Empreendedoras Braskem’ é uma iniciativa que tem gerado muito sucesso e, a cada ano que passa, mais empreendedoras buscam este programa. É uma pena que fazemos uma vez só no ano, porque, como prestadores desse trabalho, também com a comunidade, a gente gosta muito de receber essas mulheres na planta e passar o momento com elas, que ficam, aproximadamente, três meses na Braskem, convivendo com a gente no dia a dia. É um processo de transformação para essas mulheres e, para nós, também, aprendendo sempre com elas.
São vários projetos que a gente atua, temos um trabalho que é feito com as escolas, com a parte de voluntariado, com projetos que a gente olha para a comunidade e entende como podem impactar e ajudar financeiramente.
Temos o ‘Plastitroque’ na comunidade, que buscamos fomentar que a população traga o seu resíduo. Em troca disso, são entregues kits de limpeza e alimentação. Então, pegamos esse resíduo que a comunidade separa durante o mês e levamos para um outro projeto que é o ‘Ser Mais’, nas cooperativas, no seu desenvolvimento como empresa, e também com os catadores, trazendo qualificação. Cada vez que temos uma edição do ‘Plastitroque’, esses resíduos são destinados para as cooperativas que a Braskem incentiva.
Tanto na capacitação, também, financeiramente, para que esses resíduos possam ser recolhidos por eles e, também, transformar a comunidade em direção de emprego e renda. É um programa que a gente gosta muito e que a gente traz a economia circular.
Há o Programa de Educação Ambiental nas escolas. Acreditamos que, desde pequeno, a gente promove a educação. Ele é importante para que a família possa, indiretamente, através de seus filhos, aprender também.
Fomos além, neste ano. Levamos a educação ambiental e o ‘Formando laços’, que fazemos dentro da empresa para as famílias dessas escolas. Foram impactadas mais de mil famílias. É um olhar que promove não só a capacitação, também a inclusão social e a economia circular.
E claro, buscamos capacitar também pessoas para trabalhar na indústria, não só na Braskem, mas no Polo Petroquímico e no setor industrial no ABC. Então, tem vários trabalhos que a gente roda com o Senai em capacitação.
Há o trabalho junto com o SESI, para promover o lazer e esporte para a família, temos projetos de qualidade de vida, por exemplo, que é um trabalho que a gente faz de atividades físicas com pessoas da terceira idade. A gente tem o Embaixador do Esporte, que são atividades de esporte com crianças. Essa parceria de longa data com o SESI, enfim, por aí vai.
Temos o ‘Costura Criativa’, junto com o Senai, também, capacitando costureiras para que possam, também, promover economia circular.
Então, além da capacitação, promovemos a economia circular porque, neste projeto, usamos uniformes que não são mais utilizados na Braskem e conseguimos proporcionar uma confecção de produtos como bolsas, mochilas, enfim. Capacitamos de forma criativa, trazendo criatividade no processo produtivo, além de promover a economia circular dos uniformes, que não são mais utilizados pelos integrantes da Braskem.
Há, também, o projeto é o ‘Valorize’, que busca cadastrar fornecedores para que a gente possa fazer a divulgação interna na Braskem e que os integrantes possam utilizar cada vez mais fornecedores do entorno. Chegamos a mais de 240 fornecedores cadastrados. Então, essa é uma lista que os integrantes da Braskem e terceiros podem utilizar para fomentar as empresas do entorno.
No programa ‘Formando Laços’ devemos bater a meta do ano passado, são mais de 3,2 mil pessoas na planta. Também é um número super importante, nos aproximando da comunidade, fazendo com que a química seja entendida, trazendo oportunidade para que essas pessoas conheçam o processo, conheçam a planta e elas ficam mais confortáveis em estar do nosso lado.
Folha- E para 2025, além da continuidade de todos esses projetos, o que está previsto?
Alexandra- Buscamos, sempre,escutar a comunidade, entender o que faz sentido pra comunidade pra desenvolver sinergia e para que a gente possa, cada vez mais, transformar vidas,mas, também, estar em conexão do que realmente é necessário para que essa comunidade se desenvolva também, junto com a gente.
Mas, há novidades, projetos novos saindo do forno. Temos parceria nova com o Sebrae, que vai poder capacitar empreendedores no entorno, temos parceria com as Prefeituras do ABC. Também temos um projeto para fornecedores da Braskem, quevão poder passar por um processo de reciclagem profundo.
Enfim, além de todos os projetos que vão continuar, tem a 6ª edição do projeto Empreendedoras. Temos o ‘Costura Criativa’, temos projetos de inclusão social, economia circular, qualificação profissional, também continua. Então, em 2025 a gente busca continuar fazendo o trabalho de sempre, impactando as pessoas no entorno.
Neste ano, a gente fecha com quase 18 mil pessoas impactadas no entorno. Acho que é importante a gente olhar para isso, todos esses projetos e que a gente possa crescer esse número. Não olhamos só para o crescimento, olhamos, porque, de fato, isso impacta na vida das pessoas.
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