Falar sobre mudança de cultura dentro de uma empresa é sempre um desafio. Agora, promover essa mudança com foco na saúde das pessoas, o desafio aumenta.
Afinal, qual a relação entre o faturamento da empresa e o peso médio das pessoas? Entre o EBITDA e os níveis de colesterol? Nenhuma!
Então, por que tratar de saúde das pessoas, se isso teoricamente, não é responsabilidade da empresa? Qual o dever legal dela?
A Saúde Ocupacional existe para oferecer suporte a essa demanda, garantindo condições seguras e adequadas de trabalho.
As questões, cultura, saúde e resultados financeiros são importantes, mas não são as únicas. Some-se a elas a consciência que a empresa deve ter, quanto ao papel que lhe cabe a desempenhar na sociedade.
Um CEO inescrupuloso e diretores focados exclusivamente em resultados financeiros, podem até gerar lucro no curto prazo, mas criam ambiente de medo e pressão extrema.
No cenário acima, as pessoas/profissionais não colaboram de forma sustentável e a perenidade da empresa não se sustenta. O que se tem no médio e longo prazo, é uma equipe desgastada, desmotivada e doente. Adeus saúde e muito menos a promoção da saúde.
A relação entre saúde e desempenho organizacional está mais do que comprovada.
Estudo do McKinsey Health Institute revelou que apenas 49% dos funcionários globalmente se consideram realmente bem, levando em conta aspectos físicos, sociais, mentais e espirituais. Além disso, um em cada cinco empregados relata sintomas de burnout, um estado de esgotamento físico e emocional diretamente ligado à produtividade reduzida e ao aumento da rotatividade.
Empresas que ignoram esses fatores acabam pagando um preço alto, seja na forma de absenteísmo, menor engajamento e/ou maior taxa de turnover.
Há uma ilusão de que é possível ga-nhar dinheiro à custa da saúde das pessoas e, depois, simplesmente “comprar” saúde, quando necessário.
Diante desse cenário, existem basicamente duas opções:
- A empresa mantém um ambiente de alta pressão, buscando pessoas que aceitem essa condição e se sujeitem ao impacto sobre a sua saúde; ou
- A empresa muda sua cultura, promovendo um ambiente em que as pessoas possam crescer de forma sustentável, alinhados ao seu propósito e da empresa.
O desenvolvimento profissional passa não apenas pela construção de um bom currículo e pelo aprimoramento do conhecimento técnico, mas também pela valorização e promoção da saúde e por consequência, da qualidade de vida. E aqui contamos com a nova plataforma Performa da MicroPower, para a gestão do desenvolvimento de pessoas e de sua aprendizagem.
Saúde é uma só! Desde momentos de descanso até a prática de exercícios físicos, tudo contribui para o bem-estar e, consequentemente, para a produtividade e o engajamento das pessoas.
Não se trata de discurso motivacional. Há pesquisas que indicam uma correlação positiva entre a satisfação dos funcionários e o desempenho organizacional. Estudo da Universidade da Califórnia descobriu que pessoas felizes são, em média, 31% mais produtivos, três vezes mais criativos e realizam 37% mais vendas em comparação com seus colegas menos satisfeitos.
Além disso, pesquisa do Gallup revelou que empresas com funcionários felizes registram 50% menos acidentes de trabalho, sugerindo que o bem-estar contribui para um ambiente mais seguro, eficiente e eficaz.
Embora os números exatos possam variar entre os estudos, a tendência geral indica que investir no bem-estar e na satisfação dos funcionários traz benefícios significativos às empresas, incluindo aumentos na produtividade, criatividade e segurança no trabalho.
Cuidar da saúde dos funcionários pode até ser considerada uma questão de conformidade legal – oferecer um programa de qualidade de vida é um compromisso com a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável da empresa, da comunidade e da sociedade em geral.
Bonito na teoria, mas e na prática no Brasil?
Na prática, o cenário econômico e político incerto coloca ainda mais pressão sobre o trabalhador brasileiro. O aumento no custo de vida, o estresse do dia a dia nas grandes cidades, com os problemas de transporte, violência, enchente e outros, tornam mais difícil colocar a saúde como prioridade. Promoção da Saúde então, está ainda mais distante.
Diante desta realidade, como a pessoa consegue se quer pensar em programa de meditação, sessões de quick massage e tanto outros, com a tensão do dia a dia?
Para promover a saúde de forma coe-rente e consistente, é preciso enten-der e respeitar as necessidades reais do corpo e da mente. Mais do que oferecer benefícios isolados, as empresas devem investir em educação, promoção de saúde e conscientização, ajudando pessoas a enxergar a saúde como a “chave” para a felicidade e o sucesso, pessoal e profissional, mas nesta ordem, como no livro: O Jeito Harvard de ser Feliz.
A mudança cultural passa por sensibilizar e incentivar a mudança de paradigma para uma nova consciência da relação das empresas com as pessoas, ou melhor ainda, delas para com a empresa.
Abordaremos em próximos artigos, aspectos para uma efetiva Promoção da Saúde.
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