Finalizando o mês de fevereiro, já com o espírito do carnaval que bate às portas, na quarta, (26) de fevereiro, o Centro de Memória de São Bernardo, da Secretaria de Cultura, da Prefeitura de São Bernardo, promoveu mais um encontro de Conversas de Memória. E, como não poderia deixar de ser, o tema foi “O Carnaval em São Bernardo”, mais precisamente o Carnaval de Rua, também motivado pelo fato de que este ano, após um hiato de vários anos, a cidade decidiu voltar a apoiar oficialmente o Carnaval de Rua, organizando desfiles/apresentações de blocos carnavalescos.
Ao longo desses anos todos, o tema tem sido recorrente nos encontros realizados na época de Carnaval, contudo, a dimensão específica e fascinante, na construção da memória, é que ela não é estática, sempre tem novas e diferentes perspectivas, novos elementos, novas interpretações… é um construir e re-construir constante!
E, como os blocos estão em alta na cidade, eles predominaram nas lembranças, com destaque para o Bloco “Taí”, criado por integrantes da torcida do time de futebol Aliança Clube, no início da década de 1980.
Nessa época, os blocos precisavam ter toda uma formalização, com registro em cartório, diretoria e estatuto, onde definiam sua área de atuação (prestação de serviços culturais).
Para desfilar, havia necessidade de ter enredo, o que envolvia pesquisas, confecção de fantasias etc. Um dos enredos do Bloco Taí foi sobre Martinelli e a Vera Cruz.
O Bloco Taí cresceu bastante e se transformou em uma escola de samba, primeiro mantendo o nome “Taí” e depois como São Leopoldo (que também é um clube de futebol no Jordanópolis).
Houve outros blocos que foram lembrados: Juca Pato, Zulu, Dragões de Ouro (que tinha a bateria composta pela vitoriosa banda do colégio Cacique Tibiriçá e como porta-bandeira Flora Vertamatti).
Os blocos se viravam como podiam para arrecadarem recursos: rifas, bingos, sorteios. Muitos eram contratados para, depois do desfile, tocar em clubes, animando bailes carnavalescos.
Havia na Marechal Deodoro o denominado “Quarteirão do Sossego”, junto à loja de materiais esportivos Cassetari, onde os carnavalescos de todos os blocos se reuniam e desciam Marechal, contando com a participação de comerciantes, que, inclusive, patrocinavam doando camisetas…
A “passarela do carnaval” não foi sempre no mesmo local: Marechal Deodoro, Faria Lima, Kennedy, Robert Kennedy, Vera Cruz, Aldino Pinotti…
Com o surgimento das escolas de samba, a comissão de carnaval da Prefeitura organizava os desfiles, sendo que no domingo desfilavam as escolas de samba e na segunda-feira os blocos. Na terça-feira era a apoteose, com o desfile de todos: escolas e blocos.
Foram lembrados vários nomes de pessoas importantes para o Carnaval da cidade, tanto funcionários da prefeitura, quanto carnavalescos, com destaque para Dona Natália, que esteve por muitos anos à frente da liga das escolas de samba…
Enfim, como sempre, o Carnaval desperta muitas lembranças, muitas alegrias, muitas saudades…
E a reunião foi concluída com a presença do prefeito Marcelo Lima e da Secretária de Cultura Samara Dinis, que lá estiveram para conversar com os participantes/memorialistas e prestigiar o encontro de Conversas de Memória.
Um feliz carnaval para todos!
Jorge Magyar
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