
Neste sábado (8), comemoramos o Dia Internacional da Mulher. E me recordei de como as mulheres foram encenadas em meu grupo de teatro – o Grupo Cênico Regina Pacis, de São Bernardo. Atuo nele há 57 anos, nos palcos ou nos bastidores. Participei de muitas peças e teve ocasiões em que o diretor, Antonino Assumpção, quando pensava em uma nova produção, se deparava com textos que tinham, em sua maioria, apenas personagens masculinos o que muitas vezes dificultava a escolha do elenco, pois no grupo havia mais atrizes do que atores.
Percebi, também, que o universo masculino era quase sempre o mote da história. Um tanto indignada com a situação, em 1990, como estava iniciando minha trajetória de dramaturga-diretora resolvi escrever e dirigir sobre o assunto. “Ah, Mulheres! “foi o título escolhido – era uma colagem com textos, músicas e elenco só de mulheres! Estreamos em 8 de março. O sucesso foi tanto que a temporada se prolongou por mais dois anos. Animada como resultado, alguns anos depois, escrevi e encenamos “Encontro Com Elas” – com direção de Sergio Rossetti – o espetáculo teve grande êxito de público e longa temporada.
Depois vieram “Eles no Feminino”, “Divertimenta de Mulheres” (com “a” mesmo – para tripudiar com algumas mudanças sugeridas, na época, em nosso idioma) e “Sempre Mulher”. Em cada um destes espetáculos (inclusive com elenco misto), tive a satisfação de interpretar ou de dirigir atrizes e atores queridos e maravilhosos, em que o centro era a mulher com suas lutas e conquistas, suas mazelas e seus prazeres, suas alegrias e tristezas, suas bravuras e fraquezas, seus relacionamentos familiares, amorosos, sociais, políticos.
Ou seja, a mulher sempre contemplada em todas as suas nuances, ora com muito drama, ora com muita comédia, características próprias da arte teatral. Enfim, cada uma destas montagens, o palco foi o espaço para se homenagear a mulher.
Hilda Breda – integrante da AME (Associação dos Amigos da Memória de São Bernardo)


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