Domingo de Páscoa e Criciúma (SC) vibrou com as finais do STU National. A etapa do circuito brasileiro de skate fez parte dos 100 anos de emancipação política administrativa da cidade, centenário comemorado em 2025. A primeira etapa do ano do STU National foi marcada por ações de sustentabilidade, com plantio de mudas de árvore, e vitória de grandes destaques do skate nacional.
No Park, Pedro Carvalho fez história. Em uma volta praticamente perfeita, Pedro arrancou dos juízes nota 95,05, conquistando seu primeiro título de STU. “Criciúma tem um espaço muito especial no meu coração. É um lugar em que já consegui bons resultados e até parecia que esse meu primeiro título era para sair aqui. E, hoje, minha família toda pegou o carro cedo e veio de Floripa pra cá: meu pai, minha mãe e meu irmão. Minha irmã ficou assistindo de casa. Eles me apoiam a vida inteira, sempre foram o meu maior suporte. Foram anos de batalha, já corro desde o início do STU National, e não poderia estar mais feliz”, disse.
Com estilo próprio, com alta velocidade e manobras muito altas, Pedro revela uma história curiosa que acabou o moldando como skatista. Ele tinha apenas 9 anos quando participou de seu primeiro evento mundial, o Red Bull Generation, em Florianópolis. Naquele momento, uma simples dedicatória de um ícone do esporte mexeu com a cabeça daquele garoto sonhador. “Assim que eu corri, o Greyson Fletcher, que é de uma família muito incrível de surfe e skate, assinou um pôster pra mim e escreveu ‘To Pedro, skate hard, skate fast’. Ou seja: andar é difícil, ande rápido. Desde então, sempre coloco essa frase na minha lixa. Era muito novo e isso ficou guardado na minha mente. Pedro Barros também é um skatista assim e me espelho muito nele. É um estilo que me marca e me sinto bem andando assim”, encerrou.
No pódio masculino ficou Pedro Carvalho, Kalani Konig e Rafael Tomé. Assim que receberam seus troféus, os três seguiram para um dos jardins do Parque da Prefeitura para plantarem mudas de árvores da Mata Atlântica. A espécie nativa de Pedro tem o nome popular de Ingá-Feijão, e uma placa ficará para sempre ali marcada com o seu nome, o que acontecerá com os três primeiros de cada modalidade desta edição. Esta é uma das muitas ações realizadas entre STU e Criciúma, cidade marcada pelo comprometimento com a sustentabilidade.
No Park feminino, Isadora Pacheco, catarinense de Florianópolis, vice em 2022 e terceiro lugar em 2021, 2023 e 2024, enfim sagrou-se campeã.
No Street, Maria Almeida e Ivan Monteiro foram os campeões. A skatista natural de Salvador (BA) só tinha sido campeã de uma etapa do STU em Porto Seguro, em 2024, praticamente a sua casa. Com um skate no pé muito consistente, foi dela também a maior nota nas semifinais de sábado. Neste domingo (20), ela figurava em segundo, atrás de Duda Ribeiro, até a última rodada das três voltas a que cada finalista tinha direito. No fim, a nota 86,86, somadas volta e Bomb Trick, a manobra extra ao fim de cada linha.
“É muito bom começar o circuito brasileiro já com um resultado tão bom. Vai me dar mais confiança para as próximas etapas. E um pouco de tranquilidade também, porque sou uma pessoa muito agitada. Como disse ontem, venho trabalhando esse meu nervosismo, andando feliz, com sorriso no rosto, ouvindo minha música e bem mais concentrada. Espero continuar assim”, disse Maria.
Já no Street masculino, Ivan Monteiro confirmou o favoritismo do skatista a ser batido neste ano. Mal sabia ele, mas, já na sua primeira volta, nenhum dos outros cinco finalistas conseguiria nota maior que a sua. Numa linha em que encaixou com perfeição todas as suas manobras, além de uma Bomb Trick que lhe rendeu uma nota bem alta, recebeu um 92,59, suficiente para vencer pela primeira vez em Criciúma.
“Estive aqui em 2023 e não cheguei à final. Aquilo mexeu muito comigo, fiquei pra baixo, sabia que podia ter feito muito melhor. Voltei a Criciúma no ano passado e terminei em segundo. Agora, posso dizer que me preparei ainda mais para conquistar esse título. Muito feliz de poder começar o STU National com o pé direito”, comemorou Ivan.
No Paraskate Street, mais um título para Felipe Nunes, referência mundial no esporte.
FINAL – RESULTADO PARK MASCULINO
1º – Pedro Carvalho – 95,05
2º – Kalani Konig – 94,51
3º – Rafael Tomé – 89,56
4º – Nicolas Falcão – 89,00
5º – Ian Poleto – 87,67
6º – Gustavo Picaski – 87,00
FINAL – RESULTADO PARK FEMININO
1ª – Isadora Pacheco – 86,83
2ª – Fernanda Tonissi – 85,24
3ª – Helena Laurino – 83,00
4ª – Sofia Godoy – 81,99
5ª – Lua Vicente – 76,73
6ª – Marina Lima – 74,83
FINAL – RESULTADO STREET FEMININO
1ª – Maria Almeida – 86,86
2ª – Duda Ribeiro – 86,08
3ª – Isabelly Ávila – 78,82
4ª – Gabi Mazetto – 75,66
5ª – Carla Karolina – 62,84
6ª – Pamela Rosa – 55,15
FINAL – RESULTADO STREET MASCULINO
1º – Ivan Monteiro – 92,59
2º – Gabryel Aguilar – 89,39
3º – João Lucas Alves – 83,81
4º – Marcelo Batista – 80,37
5º – Sebastian Simonetto – 76,12
6º – Ismael Henrique – 44,45
FINAL – RESULTADO PARASKATE STREET
1º – Felipe Nunes – 94,77
2º – Tony Alves – 88,72
3º – David Soares – 81,00
4º – Kauê Augusto – 78,93
5º – Renato Miguel. –75,37
6º – Ítalo Romano – 72,55
7º – Daniel Amorinha – 65,89
8º – Leo Almeida –44,82
Foto: Júlio Detefon – STU
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