A ciência está indicando que o colapso climático está próximo. Está difícil de fazer com que todos, principalmente os que têm condições de provocar reação em escala, se conscientizem dos riscos a que nossa insensatez no trato do ambiente sujeitou a humanidade.
Um dos caminhos para alcançar quem ainda não se comoveu é o das artes. Os artistas são mais sensíveis, captam sensações que outros humanos não conseguem absorver.
O interessante é que a USP, a maior Universidade Pública Brasileira se interessou pelo tema e promoveu o 4º Seminário Internacional Arte e Natureza, que deve inspirar outras escolas – de todos os níveis – a promoverem algo análogo.
Durante esse vento, o artista Bu’u Kennedy, líder espiritual dos índios Tukano, que habitam o noroeste da Amazônia e a líder comunitária Tamikuã Txihi, da reserva indígena do Jaraguá, em São Paulo, participaram do encontro coordenado pelo Professor Hugo Fortes, da Escola de Comunicações e Artes – ECA da USP.
Foram convidados pesquisadores e artistas do Brasil e do exterior para discutir as relações entre o fazer artístico e o ambiente. Palestras, debates, mesas redondas, performances, mostra de vídeos e a exposição Humus. Tudo isso pode ser replicado, com propostas locais e por iniciativa dos professores de Educação Ambiental, de Artes, de Geografia, de História, de Literatura, de Filosofia. Ou seja: todos são chamados a fazer com que o recado da natureza chegue a todos os lares.
É preciso fazer com que o tema arte e natureza tenha uma diversidade de abordagens. Motivar os jovens artistas a produzirem obras que sejam alertas à necessidade de preservação da natureza, seriamente ferida ante os nossos contínuos e intensos maus-tratos. A mescla entre Academia, arte e ativismo é essencial. E, mais do que nunca, a urgência do assunto impõe a necessidade do engajamento. Sem que a população acorde e se manifeste, e – mais do que isso – adote condutas responsáveis, o mundo não terá salvação.
As correlações entre arte e natureza são amplas e variadas. E a multiplicidade de expressões artísticas podem produzir mais e melhor do que mensagens escritas ou orais.
Em todas as cidades existem artistas. Em regra, estão mais aflitos com a situação ambiental do que os não-artistas. Podem se engajar nessa grande cruzada salvífica e fazer a diferença.
Convoque os artistas de sua cidade e faça algo semelhante. As futuras gerações agradecerão o seu empenho.
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