AME Memórias de São Bernardo

A antiga Padaria Royal da rua Marechal Deodoro

Padaria Royal em 1986 (Foto: Carlos Laranjeira – publicada pela TV São Bernardo)

A antiga Padaria Royal, instalada num local privilegiado, bem em frente à Praça da Matriz de São Bernardo, na esquina da Rua Mal. Deodoro com a Rua Pe. Lustosa, ali permaneceu por décadas. Um de seus proprietários foi o Vitalino Godinho. As primeiras instalações deste comércio datam dos anos de 1950 – eram pequenas no início e vendiam pães salgados e doces, alguns confeitos e serviam café no balcão. Com um terreno grande de sobra atrás da panificadora, foi construída a cancha de bocha, um jogo muito apreciado pelos italianos e seus descendentes. Na década de 1970, a padaria foi ampliada, modernizou suas acomodações e criou sua confeitaria própria de bolos e doces de boa qualidade, com muita procura.
Natal e Ano Novo as encomendas para assados eram muito grandes e os maiores pedidos eram para o pernil assado, que também fazia muito sucesso, no dia-a-dia, servido no lanche da tarde sobre o balcão em formato da letra U. Elizabete Gianotto diz que nunca mais comeu um sanduíche de pernil tão saboroso como o da padaria Royal. Marcos Picon se deliciava com as coxinhas no seu lanche da tarde e o café tirado na hora. A movimentação era intensa, principalmente aos domingos pela manhã, onde famílias encontravam-se para um café após a missa.
Assim, o lugar foi se transformando num ponto de encontro de pessoas conhecidas na cidade, como Attilio Pessotti, autor do livro “A Villa de São Bernardo”, que, entre um café e outro, contava aos amigos como o meu marido Vicente D’Angelo, sua vivência na São Bernardo da primeira metade do século XX. Durante a semana, funcionários das lojas vizinhas, chegavam antes do horário de trabalho para sua primeira refeição – o famoso pão na chapa acompanhado de café com leite.
Os moradores do Centro, como eu, e frequentadores do comércio local faziam fila para comprar a bengala, o filão ou os pãezinhos que saíam quentinhos exalando aquele delicioso cheirinho de pão fresco. Mas antes que acabasse o século XX, a padaria deu lugar à uma loja de calçados. Perdemos a padaria mais central da cidade.

Elexina N. Medeiros D’Angelo – integrante da AME (Associação dos Amigos da Memória de São Bernardo)

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