Opinião

A Apple surpreende e atinge o valor de mercado de 1 trilhão de dólares

Fundada há 42 anos por uma dupla de jovens estudantes na Califórnia, a Apple Inc. se tornou a primeira empresa de capital aberto do mundo a alcançar o valor de mercado de 1 trilhão de dólares.
O fato inédito na história do mercado acionário ocorreu na Bolsa de Nova York poucos minutos antes do meio dia de quinta-feira, 02 de agosto de 2018, quando cerca de 5 bilhões de ações da empresa alcançaram o valor de 207 dólares.
Para David Kass, professor de Finanças da Universidade de Maryland, “a capitalização da Apple de US$ 1 trilhão é equivale a 5% do Produto Interno Bruto total dos Estados Unidos em 2018” – que deverá alcançar US$ 20 trilhões.
Para nós, latino-americanos, fazemos outra comparação: para se ter uma ideia do que significa o valor de mercado da Apple, é bom lembrar que a cifra de US$ 1 trilhão equivale a 62,5% do PIB brasileiro. E supera a soma dos PIBs da Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai.
O jornal New York Times relembra que há 21 anos, em 1997, essa empresa pioneira do Vale do Silício estava à beira da falência, quase dizimada pela Microsoft e seus muitos parceiros no mercado de computadores pessoais. A Apple acabava de cortar um terço de sua força de trabalho, e estava a cerca de 90 dias de quebrar, conforme relatou Steve Jobs, mais tarde.
De lá para cá, a incrível ascensão da Apple para chegar à posição de empresa mais valiosa do mundo resultou de uma reviravolta comercial, marcada pela rápida inovação, por uma série de produtos de sucesso e pela criação de uma cadeia de suprimentos sofisticada e global que mantém os custos baixos enquanto produz enormes volumes de dispositivos de ponta.
Essa verdadeira revolução foi também marcada por controvérsias e desafios. O uso agressivo de fabricantes chineses pela Apple, por exemplo, levou a críticas de que a empresa se beneficiava dos baixos salários de operários chineses e de outros países, além de roubar milhares de bons empregos industriais dos americanos. E, segundo alguns críticos, a Apple ainda deverá enfrentar numerosos desafios para continuar crescendo.

O grande ícone: Steve Jobs
A figura mais famosa e que, indiscutivelmente, representa a história da Apple é a de Steve Jobs. Mais ainda: esse líder foi sem dúvida a figura símbolo não apenas da Apple mas de toda indústria de tecnologia, em especial na época em que faleceu, em 2011, aos 56 anos, após uma batalha contra um câncer de pâncreas. E para nós, jornalistas, Steve Jobs será sempre lembrado por suas fascinantes apresentações de novos produtos.
Quanto à inovação tecnológica, desde os primórdios até o final dos anos 1980, a grande cabeça em matéria de inovação tecnológica foi Steve Wozniak, companheiro e cofundador da Apple. Ele e Jobs sempre negaram que a empresa havia nascido numa garagem como outras famosas indústrias eletrônicas – entre as quais a Microsoft e a Hewlett Packard. “A Apple nasceu num apartamento de classe média, em Cupertino” – esclareciam.
Antes de analisar esse lado inovador em tecnologia, acho oportuno avaliar alguns números sobre o desempenho e os feitos econômicos mais recentes que levaram a Apple à sua posição de campeã mundial de valor de mercado.