Leandro Petrin Opinião

A eleição presidencial nos Estados Unidos

   Na terça (5) será realizada a eleição presidencial nos Estados Unidos. Ao contrário do Brasil, em que o presidente é eleito diretamente pelo voto popular ao obter a maioria dos votos válidos (seja no primeiro ou no segundo turno de votação), nos EUA, o sistema eleitoral é indireto e funciona por meio do Colégio Eleitoral, onde cada estado possui um número específico de delegados proporcional à sua população.

  Embora na eleição norte-americana os eleitores votem nominalmente nos candidatos à presidência, na prática, estão escolhendo delegados de seus estados que irão votar no Colégio Eleitoral. Quando um candidato vence em um estado ele leva o voto de todos os delegados. Vencerá aquele que conquistar ao menos 270 dos 538 votos possíveis. Esse sistema reflete o federalismo dos EUA, permitindo que cada estado tenha autonomia na definição de algumas regras eleitorais, como métodos de contagem de votos, inscrição de candidatos e formatos das cédulas de votação.

   Desta forma, a eleição é amplamente decidida em estados conhecidos como “estados pêndulos” ou “swing states“, que alternaram o seu apoio entre candidatos democratas e republicanos em diferentes eleições. Os “swings tates” são fundamentais porque oferecem grande número de delegados e são imprevisíveis. A vitória nesses estados pode assegurar uma margem decisiva para atingir os 270 delegados, tornando-os o foco das campanhas, pois, diferentemente dos estados com tendência consolidada, como Califórnia (democrata) ou Texas (republicano), os resultados nesses estados oscilam e podem mudar o desfecho da eleição.

   Para a eleição presidencial de 2024, os principais estados pêndulos são Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin. Esses estados são decisivos, pois apresentam histórico de alternância entre os partidos Republicano e Democrata em eleições recentes, e os candidatos direcionam grande parte de seus esforços e recursos para vencer nesses locais. Combinados, esses sete estados oferecem um total de 93 votos no Colégio Eleitoral, suficientes para inclinar o resultado geral da eleição.

   A candidata Democrata Kamala Harris concentra-se em temas como saúde, justiça social e questões ambientais, que têm grande apelo em estados como Michigan e Wisconsin, onde os eleitores tradicionalmente valorizam políticas de apoio aos trabalhadores e proteção social. Ela também aposta em maior engajamento das comunidades afro-americanas e latinas na Geórgia e Carolina do Norte, ampliando o registro de eleitores e visitando essas áreas frequentemente.

   Já o candidato Republicano Donald Trump foca em temas econômicos e de segurança nas fronteiras, especialmente em Arizona e Nevada, onde as preocupações com imigração e segurança fiscal são temas fortes. Ele também está direcionando sua campanha para estados do RustBelt(cinturão da ferrugem), como Michigan e Pensilvânia, promovendo uma agenda de revitalização industrial e proteção de empregos locais, buscando apelo junto à classe trabalhadora.

   Ambos os candidatos estão investindo milhões em publicidade e realizando visitas constantes a esses estados, alocando poucos recursos em regiões seguras onde o resultado é mais previsível. Essa abordagem visa maximizar a influência sobre os eleitores indecisos e garantir os votos do Colégio Eleitoral necessários para vencer a disputa.

Adicione um comentário

Clique aqui para adicionar um comentário