AME Memórias de São Bernardo

A Feirinha do Verde e Artesanato do Riacho Grande

@@@<

Um de nossos passeios dominicais em família, nos anos 1970 e 80, era feito na Feira do Verde e Artesanato do Riacho Grande -bairro rural de São Bernardo – onde podíamos passar algumas horas nos deliciando com pastéis, bolinhos, caldo de cana, doces de abóbora, cocadas, brigadeiros e outras gostosuras vendidas nas barracas de alimentação. Eu sempre comprava panos de prato, todos pintados ou bordados à mão. Mas havia outras barracas com enfeites feitos de durepox – uma novidade daquela época – e outros confeccionados em gesso e todos coloridos. As tribos indígenas, instaladas além da balsa, estavam presentes vendendo seu lindo artesanato peculiar.
Assim todo o tipo de trabalho manual nos era apresentado: bolsas e sacolas de tecido, bonecos, roupas – hoje inusitadas, como as batas hippies longas ou curtas – muitos produtos esculpidos em madeira e em couro e muito mais. Não havia ainda a invasão de produtos industrializados – tudo era autêntico e produzido na cidade por artesãos. Em 1977, a prefeitura de São Bernardo autorizou e o Lions Club se incumbiu de organizar toda essa feira, que se encontra há 48 anos no mesmo local, à Rua Araguaia, 110, no Riacho Grande. E para lá nos dirigíamos aos domingos.
Por gostar muito de plantas, eu não resistia e visitava as barracas que as vendiam e comprava algumas delas. Entre as muitas variedades, exibiam-se flores, mudas de árvores frutíferas e folhagens – estas as minhas preferidas. Desde o início, a grande frequência da feira se devia ao local aprazível à beira da Represa Billings que, nesta semana está completando 100 anos. Após comprar o que queríamos, íamos passear com nossos filhos Fernando e Rafael, que se divertiam brincando com bola na areia da prainha. Depois, a caminhada ao redor da represa, era um passeio muito bom, pois podíamos ver o pôr do sol e os pássaros enfeitando o céu e buscando seu refúgio ao final da tarde. No retorno para casa, tínhamos que solucionar o mesmo problema de sempre: como colocar todas as folhagens que compramos dentro do automóvel? Bom, deixávamos uma parte com o dono da barraca e assim, voltávamos no próximo domingo, para buscá-las, iniciando tudo novamente…

Elexina Neri de Medeiros D’Angelo – integrante da AME (Associação dos Amigos da Memória de São Bernardo)

Adicione um comentário

Clique aqui para adicionar um comentário