AME Memórias de São Bernardo

A memória da cidade a partir do filme: “Seu Marotti a glória do alameda”

Participantes do encontro de Conversas de Memória

Na quarta (29) de outubro, como faz mensalmente, o Centro de Memória de São Bernardo, da Secretaria de Cultura, da Prefeitura de São Bernardo, promoveu mais um encontro de Conversas de Memória, tendo por tema aspectos da memória da cidade, a partir do filme SEU MAROTTI a glória do alameda.
Curta metragem do cineasta Milton Santos, realizado com recursos provenientes da Lei Paulo Gustavo, o filme em questão apresenta vários momentos e ações da vida de Luiz João Marotti, um dos mais antigos moradores da cidade, com atuação destacada em vários segmentos: cultura popular, religião, futebol etc.
Do alto dos seus 94 anos, completados em 31 de outubro, Marotti vai passeando pela cidade onde nasceu, relatando parte de suas memórias, que são, também, memórias de muitos que em São Bernardo construíram suas vidas.
O nascimento na Rua Marechal Deodoro, então parte do Cam-nho do Mar, uma vez que a Via Anchieta ainda não cortava a cidade; a infância e os estudos no velho grupo escolar, localizado onde se encontra a Praça Lauro Gomes; a participação, junto com o pai, na Procissão dos Carroceiros, da qual continua até hoje participando com sua bicicleta levando a imagem da Santa; o trabalho como entalhador nas fábricas de móveis, revelando dons artísticos; as festas juninas e as danças de quadrilha; o futebol que deu origem, há 80 anos, ao Clube Alameda Glória; o futebol feminino, que propiciou o surgimento de inúmeras jogadoras, sendo ele um grande incentivador, quando ainda havia pouco espaço para essa modalidade feminina… Enfim, as múltiplas faces de uma vida inquieta, criativa, inspiradora, com sonhos e empolgação.
As quadrilhas juninas, tendo à frente Marotti e sua esposa, Vicentina, foram marcantes, levando o nome da cidade para outros locais e, inclusive, a programas de televisão. Muitos presentes tiveram a oportunidade de assistir as apresentações e, até mesmo, participar das danças.
Participante assíduo dos encontros de Conversas de Memória, Marotti, tanto no filme, como pessoalmente, compartilha de suas memórias, motivando outros relatos, despertando memórias e ajudando na construção das memórias coletivas do povo de São Bernardo.
E o cineasta Milton Santos, também presente ao encontro, que em suas obras procura contar histórias e marcar memórias, tanto em documentários, quanto em obras de ficção, teve a sensibilidade de registrar e divulgar traços da trajetória de um patrimônio vivo de São Bernardo: Luiz Marotti.
Assim como Luiz Marotti, todos também têm suas memórias, tão importantes para a construção das diversas memórias da cidade e que não podem ficar guardadas, mas, sempre que possível devem ser compartilhadas com todos. Memórias guardadas morrem… convém contá-las.

Jorge Magyar

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