Dom Pedro Opinião

A palavra do Senhor é a verdade, sua lei liberdade

No mês e setembro, mês da Bíblia, a Palavra de Deus está em pauta de modo todo especial. Hoje, meus caríssimos leitores, aos quais agradeço a paciência em seguir estas linhas com os olhos e o coração, desejo ao invés de falar da Bíblia em geral, falar de um ponto muito importante que anda meio esquecido: o Decálogo (cf. 34,28; Dt 4,13 e 10,4) ou tábuas da Lei.

   Os mandamentos formam a base da aliança de Deus com o Povo reunido no monte Sinai. O número dez não tem sentido ou valor simbólico, mas sim pedagógico, pois permite decorar estes mandamentos, contando-os pelos dedos das mãos. Nos Evangelhos, Jesus se refere a estes mandamentos e os apóstolos os indicam como obrigatórios na nova ordem da salvação trazida por Jesus Cristo (cf. Mt 19,17; Mc 10, 19; Lc 18,20; Rm 13,9 etc.).

   Deveríamos saber de cor estes mandamentos, ou seja, de coração. Eles têm valor universal como síntese dos valores religiosos e morais. Mas hoje, na sociedade que vivemos, eles estão esquecidos. Vale a pena recordar quais são estes dez mandamentos da Lei de Deus: 1. Amar a Deus sobre todas as coisas; 2. Não tomar seu santo nome em vão; 3. Descansar nos domingos e festas; 4. Honrar pai e mãe; 5. Não matar; 6. Não cometer adultério; 7. Não roubar; 8. Não levantar falso testemunho; 9. Não desejar a mulher do próximo; 10. Não cobiçar as coisas alheias.

   Foram entregues a Moisés por Deus que se apresenta como libertador. Ele tirou o povo da escravidão do Egito. Se o povo não quiser voltar a ser escravo, deve observar estes mandamentos. Eles são expressão da vontade do próprio Deus.

   Mas o que significam estes mandamentos em nossa época tão agitada? O objetivo deles é nos unir a Deus, são para nos fazer recuperar a inocência original, na qual fomos criados por Deus e que perdemos pelo pecado. Pecado que é construir uma sociedade com base no egoísmo e não no amor.

   No fundo do coração de cada ser humano está escrita a lei natural, a lei do amor, a consciência do bem e do mal, consciência perdida pela desagregação interna da pessoa. Porém, ao entregar o Decálogo a Moisés, Deus confirma a lei natural inscrita na consciência de cada ser humano, por mais que ele tente negar que a vida plena está em fazer o bem e evitar o mal. No fundo de sua consciência o homem descobre uma lei que ele não se impôs, mas que vem de fora, é a voz da consciência, a voz de Deus.

   Os dez mandamentos não são um jugo para maltratar o homem, mas caminho de crescimento e libertação, eles possibilitam uma vida mais humana, digna e honrada: “Minha lei será a vossa alegria e delícia” (Ez 36,24).

   Precisamos conhecê-los e praticá-los!

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