Luiz José M. Salata Opinião

A perda dos três ícones do jornalismo esportivo

Os torcedores brasileiros de todos os times de futebol, perderam três ícones da crônica esportiva: o narrador Silvio Luiz, o apresentador Antero Greco e o radialista Washington Rodrigues, também conhecido como Apolinho. O vibrante e festejado Silvio Luiz, faleceu no último dia 16 de maio, no Hospital Oswaldo Cruz, onde esteve internado desde o dia 8, com problemas de completa paralisação dos órgãos. Muito co-nhecido e criador de bordões como “Olha no lance” e “Pelo amor dos meus filhinhos”, “Foi, foi, foi, foi ele”, com bordões e humor, os quais deixou eternizados. Foi um dos maiores nomes do jornalismo esportivo brasileiro.
Durante um período, sua voz tam-bém foi usada para orientações de trânsito no aplicativo de direção Waze. Outra marca de Silvio foi ter deixado as transmissões esportivas menos sérias. Ele protagonizou o primeiro palavrão da televisão no país. Silvio participou da transmissão de seis Copas do Mundo e nove Olimpíadas, e apresentou programas esportivos no Grupo Bandeirantes, na Record, no SBT e na Rede TV. Foi vencedor de dois prêmios Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo), um como narrador de TV, em 2015, e outro pela indicação da diretoria do concurso, em 2010. Em 2012, venceu o Prêmio Comunique-se como melhor locutor esportivo.
A ligação com o futebol foi além das telas e dos rádios: aos 31 anos, se formou como árbitro na Federação Paulista de Futebol e apitou partidas durante cinco anos. Silvio também foi ator. No final da década de 1980, fez dois papéis em novelas da TV Record, com a marca de que fez de tudo na televisão e no rádio. Deixa a esposa Márcia e três filhos. Marcou pela grande inovação nos seus comentários e narrador. Não deixou herdeiros na profissão. Antero Greco, o equilibrado e técnico nos seus comentários, também faleceu, e no mesmo dia do Silvio Luiz, após percorrer os principais jornais do país, ficando conhecido como comentarista e apresentador da ESPN, formando uma parceria histórica com o jornalista Paulo Soares. Protagonizou momentos hilários.
Era formado em jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, iniciando sua carreira profissional nos anos 1970, no jornal “O Estado de S. Paulo”, onde foi revisor, repórter, chefe de reportagem e editor de Esportes, e também no jornal “Folha de S.Paulo”. Atuou ainda como editor e colunista no então Diário Popular. Foi comentarista de futebol na Rede Bandeirantes, com passagem marcante pela ESPN Brasil, onde foi um dos primeiros contratados da emissora na década de 1990. Tornou-se apresentador do principal programa da casa, o Sports Center, ao lado de Paulo Soares, a quem se referia como “Amigão”.
A dupla ficou marcada na bancada pelo entrosamento e episódios divertidos, em que caíam na risada durante a leitura das notícias. Tratava de um tumor no cérebro de 2022, faleceu no dia 16 de maio. Washington Rodrigues, o Apolinho, foi o criador de uma das expressões mais usadas em goleadas até hoje, o “chocolate”, além de “Geraldinos e Arquibaldos”, “Pau com formiga”, “Pinto no lixo” e “Briga de cachorro grande”. Apolinho: de comentarista a técnico do Flamengo, foi um dos mais conhecidos jornalistas esportivos no rádio. Ele comandava o “Show do Apolinho” na Rádio Tupi.
No ar desde fevereiro de 1999, o programa era líder absoluto de audiência no segmento há mais de 20 anos. O radialista era também comentarista titular da equipe de esportes da rádio e tinha a coluna “Geraldinos e Arquibaldos” no Jornal Meia Hora, de conteúdo leve e bem-humorado.
Começou sua carreira em 1962 na Rádio Guanabara, atual Rádio Bandeirantes, no programa “Beque Parado”, que falava sobre futebol de salão. Trabalhou em todas as grandes emissoras de televisão e rádio da cidade, entre elas, Globo e Nacional. Conhecido pela imparcialidade, foi um dos poucos comentaristas com grande aceitação pelas quatro grandes torcidas cariocas. Era também reconhecido na profissão, tendo recebido todos os prêmios já criados para homenagear um jornalista esportivo.
O apelido Apolinho surgiu por usar, quando repórter da Rádio Globo, um microfone sem fio que era utilizado pelos astronautas da Missão Apollo 11, de 1969. Foi um maiores do ramo esportivo. Faleceu de câncer, deixando três filhos.