A Unipar iniciou sua história em Santo André em 1941. A empresa é responsável pela geração de centenas de empregos diretos e indiretos no município e promove projetos sociais que impactam positivamente a vida das comunidades no entorno da fábrica. Visando a sustentabilidade em todo o processo produtivo, a Unipar anunciou, recentemente, um investimento de R$ 100 milhões em um projeto sustentável na unidade de Santo André. Pedro Röhl, diretor da Unipar Santo André, em entrevista à Folha, comenta sobre a relação da empresa com a cidade, o foco de sua gestão e a produção no município. A seguir, trechos da entrevista.
Folha do ABC – Há quantos anos a empresa estabeleceu fábrica em Santo André e por quê?
Pedro Röhl – A história da fábrica começa em 1941, quando a Solvay chega ao Brasil e se instala no município de Santo André, sob o nome de Indústria Química Eletro Cloro. A primeira fábrica foi inaugurada na cidade em 25 de julho de 1948 e produzia soda cáustica, cloro e hipoclorito de sódio. Dentro da estratégia de diversificação das atividades, a produção de PVC se iniciou em 1956; a de compostos de PVC, em 1958; e a de polietileno de alta densidade, em 1962. Em 2016, a Unipar anunciou a compra de 70,59% do capital da Solvay Indupa por US$ 202 milhões. Desta forma, passou a ser a dona da fábrica de Santo André.
Folha – Qual a relação da empresa com a cidade?
Röhl – Com uma história de cooperação e parceria, a Unipar Santo André busca contribuir com o desenvolvimento do município por meio da geração de centenas de empregos diretos e indiretos, da preservação do meio ambiente e da realização de projetos sociais que impactam positivamente a vida das comunidades do entorno, seja com recursos próprios, incentivados ou em parceria com o Conselho Comunitário Consultivo (CCC).
O CCC é um importante canal de comunicação entre a Unipar e as comunidades do entorno de suas unidades e é formado por voluntários, que são moradores ou pessoas que atuam em diferentes áreas nas cidades. Na Unipar, o primeiro CCC foi criado em 2004, em Cubatão. Em 2019, foi implementado nas unidades de Santo André (SP) e Bahía Blanca (Argentina). Atualmente, o grupo de Santo André é formado por 22 membros efetivos, incluindo moradores da cidade de Rio Grande da Serra e Paranapiacaba. O grupo se reúne periodicamente para discutir e desenvolver projetos relacionados à saúde, segurança e meio ambiente, sempre com um olhar voltado à conscientização, à preparação e ao treinamento das pessoas com o objetivo de fortalecer os laços entre a indústria e a comunidade.
A Unipar também patrocina projetos sociais na região e conta com o programa Fábrica Aberta, que já recebeu mais de 3 mil visitantes somente nesta unidade. A iniciativa tem sido fundamental na construção do relacionamento com os visitantes, mostrando abertamente a produção responsável e a priorização das práticas sustentáveis adotadas pela Unipar.
Também relevante em Santo André é o Projeto Pescar, apoiado pela companhia desde 2020. Por meio da iniciativa, jovens em situação de vulnerabilidade social participam de um programa de formação socioprofissionalizante que visa ampliar suas oportunidades de inserção no mercado de trabalho. Desde o lançamento, mais de 60 jovens já se formaram nas turmas do Projeto Pescar Unipar.
Folha – Qual a produção da fábrica de Santo André?
Röhl – Em 2021, a companhia anunciou um investimento de R$ 100 milhões em um projeto sustentável na unidade. Com essa expansão, os equipamentos agora consomem energia renovável limpa durante toda a operação, colaborando para a redução das emissões. Foram instalados um eletrolisador e um forno de ácido clorídrico na planta com reaproveitamento de energia, responsáveis por reduzir a emissão de carbono em mais de 2 mil toneladas por ano. Além disso, a capacidade de produção de ácido clorídrico (insumo muito demandado na fabricação de produtos químicos usados no tratamento de água e esgoto) foi ampliada em 15%. A expansão da unidade faz parte do planejamento estratégico da companhia que envolve a diretriz de sustentabilidade. A ação amplia a captura de carbono, utilizando energia renovável limpa para produzir cloro, soda cáustica e gerar hidrogênio verde, que é reutilizado no próprio processo produtivo, como insumo na fabricação de ácido clorídrico.
Com isso, a capacidade instalada, na planta passou de 160 mil toneladas/ano para 189 mil toneladas/ano de cloro líquido, de 180 mil toneladas/ano para 213 mil toneladas/ano de soda cáustica líquida e em escamas e de 37 mil toneladas/ano para 129 mil toneladas/ano de ácido clorídrico, além da utilização de tecnologia que consome menos energia, menos água e menos emissão de CO2.
Folha – Qual foco do sr. como diretor da fábrica de Santo André?
Röhl – O foco é proporcionar um sistema de gestão atrelado à sustentabilidade em todo o processo produtivo, onde a preocupação com o meio ambiente é introduzida em todas as etapas, como no uso de fontes de energia renováveis, no descarte de resíduos; no combate ao desperdício e muito mais.
Além disso, priorizar o desenvolvimento humano e o saneamento, impactando positivamente as localidades do nosso entorno e a vida das pessoas.
Folha – Qual mensagem gostaria de passar neste aniversário de 471 anos de Santo André?
Röhl – Em nome da Unipar, parabenizo Santo André pelos 471 anos de história. Que a cidade continue se desenvolvendo e contando com o nosso apoio para um futuro mais sustentável e com qualidade de vida para todos.