Negócios

ABC lança Pesquisa de Sondagem Industrial

Estudo avalia evolução do setor no ABC, identifica desafios e revela perspectivas dos empresários

Estudo reúne diversos indicadores voltados ao setor industrial e revela as perspectivas dos empresários para os próximos seis meses
(Foto: Divulgação)

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), em parceria com a Strong Business School, promoveram, na segunda (23), o lançamento da Pesquisa Sondagem Industrial. O estudo, que avalia a evolução da indústria na região do ABC e Baixada Santista, reúne diversos indicadores voltados ao setor industrial e revela as perspectivas dos empresários para os próximos seis meses.

Segundo o professor de Economia da Strong e coordenador da pesquisa, Sandro Maskio, a pesquisa traz indicadores confiáveis para compreensão do setor industrial.

“A pesquisa trata de indicadores conjunturais, com avaliações de gestores industriais realizadas mensalmente e que trazem várias informações sobre o desempenho do setor industrial, como produção, emprego, variação de estoque, disposição para investimentos e nível de confiança do empresário. Essas informações permitem fazermos uma avaliação da trajetória em curto prazo do setor industrial”, afirmou o economista. O estudo será feito trimestralmente.

De acordo com os dados apresentados na primeira edição da pesquisa, a indústria de transformação do Grande ABC cresceu 8,2% em 2024, acima do desempenho da indústria no Brasil (8,3%). Ainda segundo a pesquisa, o setor industrial teve alta na produção no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mês anterior. Em abril, a utilização da capacidade instalada chegou a 76%, três pontos acima de março e superior ao mesmo período do ano passado. O estudo ainda mostrou alta na ampliação de novos investimentos no setor industrial, cujo índice estava 48,3 pontos em fevereiro e passou a 56,8 pontos em abril.

Apesar da melhora, empresários do setor relataram piora nas condições financeiras, com queda nas margens de lucro em abril, impulsionada pelo alto custo dos insumos e desvalorização cambial. Executivos do ABC destacaram a alta carga tributária como principal obstáculo ao crescimento, com juros elevados, falta de capital de giro e dificuldade de acesso a financiamentos, além da insuficiência da demanda interna, seguida por insegurança jurídica, competição com importados e falta de mão de obra qualificada.  “Os desafios permanecem. A escassez de mão de obra qualifica e os custos elevados dos insumos revelam um cenário complexo, em que a retomada produtiva convive com gargalos estruturais que precisam ser enfrentados com políticas públicas e estratégias empresariais”, afirmou Maskio.

De acordo com diretor titular do CIESP Santo André, Norberto Perrella, já existem estes indicadores no mercado, pois a pesquisa é feita nos âmbitos federal e estadual. Com o lançamento no ABC, será possível obter os indicadores para a região. “Hoje, temos falta de indicadores que possam nos ajudar no direcionamento de algum trabalho em prol da indústria da região do ABC. O grande ponto positivo é que agora teremos uma orientação melhor daquilo que podemos melhorar na indústria da região”, comentou Norberto.

“A pesquisa é muito importante para nortear o setor para o próximo período, identificando os desafios, gargalos e problemas, para as indústrias se planejaram melhor. Ainda mais nesse momento, em que o governo federal e governo estadual vêm planejando políticas indústrias para ajudar a enfrentar os desafios que o setor tem hoje”, completou Aroaldo Silva, presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC.

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