Todo ser humano consciente precisa assumir a condição de verdadeiro agente de transformação. O mundo está cada vez mais desafiador e perigoso. Rompantes quixotescos podem produzir males intensos. Guerras fratricidas continuam a proliferar. Milhões morrem vitimados pela violência. Outros milhões padecem de fome. Quantos milhões de refugiados climáticos estão procurando abrigo em outras plagas.
Para subsistir neste cenário que, se bem observado, é verdadeiramente dantesco, é preciso atentar para os reptos lançados sobre a humanidade. Por outros humanos, mas também pelo clima, alterado por força da insensatez dos que se consideram racionais.
É mais do que urgente acompanhar a ciência, ouvir a voz abalizada dos pesquisadores, não se iludir com os que defendem a volúpia do lucro fácil, embora ao custo de vidas humanas. Todos estamos reféns dos interesses subalternos do materialismo consumista, da vocação hegemônica de alguns líderes que se esquecem de sua condição mortal e querem imprimir rumos selvagens à economia universal.
Como a imensa maioria da população mundial habita as cidades, é nestas que se deve desenvolver um consistente processo de aprimoramento do convívio. Educar para a paz, para a solidariedade, para a fraternidade. No Brasil, tem-se a condição especialíssima de a fraternidade ter sido erigida a uma categoria jurídica, pelo constituinte de 1988. Para os brasileiros, portanto, ser fraterno, considerar o semelhante um verdadeiro irmão, é um dever jurídico inafastável.
Não há como declinar da obrigação patriótica de defender valores e princípios, de assumir concretamente a concepção humilde de absoluta igualdade entre todos os humanos e da pouca diferença geneticamente existente entre os racionais e os irracionais. Todos providos de um sopro vital que os enlaça numa corrente de recíproca dependência. Eliminado um elo, toda ela se compromete e não sobreviverá.
Muita prudência, muito senso de realidade, muito pé no chão e muita humildade são necessários, para que ocorra a verdadeira conversão humanista, sem a qual não haverá futuro para ninguém. É recordar, continuamente, que não é o planeta que corre risco de perecer. É a humanidade. A Terra continuará sua trajetória. Mas prescindirá da espécie humana, se ela continuar desatinada como tem estado até agora.
Adicione um comentário