Eleições

Ailton: “Santo André perdeu 70% da capacidade econômica”

O candidato Ailton Lima (PSB) disputa o comando da Prefeitura de Santo André. O empresário, que desde 2004, atua na política, tendo sido vereador na cidade, por dois mandatos, ainda participou como líder de governo no último ano da gestão do prefeito Aidan Ravin. Em 2014, disputou como deputado federal. Nas eleições municipais de 2016, foi candidato a prefeito e obteve 49.959 votos. Em 2018, disputou, novamente, uma cadeira na Câmara dos Deputados e conquistou 40.672 votos. Também esteve à frente de uma pasta importante, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, no primeiro ano do governo do atual prefeito Paulo Serra (PSDB). Todas essas experiências o credenciaram para disputar o comando do Paço, pela segunda vez.

Sobre o rompimento com o atual governo, em 2017, Ailton revela que deixou a administração porque não obteve aval do prefeito para fazer com que projetos saíssem do papel, entre eles o Parque Tecnológico. “Não havia vontade do atual de prefeito para que desenvolvêssemos alguns projetos. Estamos credenciados junto ao Governo do Estado para montarmos o nosso Parque Tecnológico, que infelizmente ficou só no papel. Fui colocado lá para acomodação política e não preciso disso. Nem tão pouco preciso exercer a política desta forma profissional para sobreviver. Tenho o meu trabalho, a minha empresa. Quando percebi que era somente isso, entreguei o cargo no primeiro ano. Mas, tivemos grandes entregas, em apenas doze meses de trabalho e aprendi, conheci um pouco mais a estrutura de um governo, no Executivo”, diz.

Em relação à desistência de seu vice, Aidan Ravin (Republicanos), que acabou se candidatando a vereador, Ailton não avalia que houve prejuízo na campanha. “Na realidade a troca se fez necessária em função do próprio Aidan que declinou, mas continuamos com ele dentro da chapa. Ele está fazendo um trabalho bom, por meio das redes sociais, e a vinda do Leo Kahn (Republicanos), outro médico, também demonstra a nossa preocupação com uma área essencial e que não está indo bem em nossa cidade, que é a área da Saúde”, conta.

 

Plano de Governo

Como não podia deixar de ser, em plena pandemia, a área da economia receberá atenção especial. Ailton considera que Santo André tem perdido muitas empresas, nos últimos 20 anos. “Perdemos mais de 70% da nossa capacidade econômica. Os números são estarrecedores. Cerca de 30% dos andreenses têm vivido abaixo da linha da pobreza, ganhando até meio salário mínimo. Vamos modificar esse viés e criar uma política de atração de indústrias à nossa cidade. Não mais a indústria metalmecânica, que poluía, pagava menos, e que foi embora, mas a indústria da inovação”, diz.

 

Críticas à atual gestão

Na avaliação do candidato, Paulo Serra faz um ‘governo de outdoor’. “Ele governa através das redes sociais, pois se sente mais confortável desta forma do que conversar com as pessoas no tête-à-tête”, completa. E elenca três aspectos de áreas deficitárias da cidade. “A Segurança, pois, Santo André está muito violenta. Arrecadou cerca de R$ 1 milhão com o leilão de carros oficiais, prometeu comprar viaturas e isso só foi feito neste último ano do mandato. Não fez investimento nenhum na Guarda Municipal. Os GCMs estão insatisfeitos, desmotivados e em número insuficiente. Santo André continua batendo recordes de violência”,enfatiza.

Além disso, Ailton avalia negativamente a Saúde. “Está muito mal, cambaleando. Por mais que se feche posto de Saúde, por três anos, e reabre apenas com uma fachada e imóveis novos, não há entrega medicamentos e nem médicos suficientes para cuidar das pessoas. Há pessoas na fila para fazer exames, há mais de dois anos”, afirma. Na área de Desenvolvimento Econômico, assegura que Santo André tem ‘empobrecido demais’.