
É difícil para as novas gerações, que têm em seus aparelhos celulares comunicação instantânea com qualquer parte do mundo, imaginar uma vida sem essa agilidade em transmitir informações. Ao voltar um pouco no tempo, em 1958, estava instalada em São Bernardo, a Central Telefônica, a antiga CTB- Cia. Telefônica Brasileira. O local era um antigo casarão na Rua Santa Filomena, 867 – Centro. Quem se dirigia ao posto telefônico, era atendido por uma telefonista que fazia a chamada para o cliente, sendo ele direcionado para uma das várias cabines do local, onde aguardava pacientemente a ligação ser completada e que, geralmente, “caía” várias vezes. Era tudo muito demorado e, em muitas ocasiões, o jeito era voltar outra hora. Nessa época o valor de um aparelho telefônico era alto – valia uma pequena fortuna e estava instalado em indústrias, algumas lojas de comércio e em poucas residências.
A partir dos anos 1960, a CTBC (Companhia Telefônica da Borda do Campo), que sucedeu a CTB, teve um aumento das linhas telefônicas comerciais. As médias e grandes empresas (como Volkswagen e Mercedes-Benz) utilizavam enormes aparelhos de PABX e as telefonistas se encarregavam de distribuir as chamadas, através de ramais, para aparelhos telefônicos de disco em baquelite preto, espalhados em diversos setores das empresas.
A história da telefonia no Brasil teve início em 1877, por esforço de D. Pedro II. Em 1895, a cidade de Bragança Paulista, devido à sua posição estratégica, possuía rede telefônica que ligava a capital ao interior. Em 13/07/1909, a prefeitura de São Bernardo concedeu à Empresa Rede Telephonica Bragantina, a exploração dos serviços telefônicos do município. Os primeiros números da linha 2 pertenceram à Tecelagem de Seda Villa de São Bernardo, de propriedade do industrial Ítalo Setti, que se esforçou para a vinda desse serviço para São Bernardo. E de início, como mostra o primeiro cartão de visita da tecelagem, está escrito: “Telephone da Paulista ou Bragantina, pedir ligação para Tecelagem de Seda S. Bernardo.” A linha funcionava, mas ainda sem um número. Nos anos de 1930, os números do telefone aparecem em uma nota fiscal da tecelagem, com os dizeres: “Telephones: 2-7 Escriptório e 2-6 Fábrica” e sob a concessão da CTB, sucessora da Cia. Bragantina. São Bernardo tinha, nessa época, 8.000 habitantes.
Por fim, telefones estridentes tocando, listas telefônicas pesadíssimas, telefonistas, orelhões por todos os cantos, fazem parte de um passado não muito distante, mas muito distinto do nosso tempo, onde a rapidez e a tecnologia, que se renovam a cada dia, imperam.
Não demorará muito para termos chips implantados em nosso corpo, substituindo os celulares, que um dia também se tornarão apenas uma página da história.
Elexina N. Medeiros D’Angelo – integrante da AME (Associação dos Amigos da Memória de São Bernardo)

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