Valorizar os pratas-da-casa é uma forma de reconhecimento pelo trabalho prestado em Paranapiacaba. Esse é o principal objetivo da iniciativa da moradora Brida Cezar ao criar a exposição itinerante Arte no Museu, que começou neste mês de novembro nas dependências da Casa Fox, antiga residência dos ferroviários na época da construção da linha férrea Santos-Jundiaí pela empresa britânica São Paulo Railway Company, a partir da metade do século XIX até o inicio do século XX.
A própria idealizadora é artista, escritora e moradora da Vila. Brida Cezar é natural de Rio Grande do Sul. No passado produziu espetáculos de dança e um documentário sobre as memórias da ferrovia na cidade de São Salvador, sua terra natal no sul do país, onde iniciou o trabalho em 2014. A história dela é um caso de amor à primeira vista com esse pedacinho de chão de Santo André.
Foi uma tese universitária que a levou até Paranapiacaba em julho de 2019, alguns meses antes da pandemia do coronavírus. Ao iniciar o mestrado e doutorado em Psicologia Social na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ela resolveu se deslocar até a Vila para ampliar o campo de pesquisa sobre as memórias ferroviárias no Brasil.
Em terra andreense conheceu artistas e suas relações afetivas com o local, o que a fez aprofundar ainda mais na sua pesquisa. O resultado da tese de doutorado transformou-se em um livro, intitulado “Memória em desvio: paisagens em vertigem”, lançado no ano passado pela Editora Annablume. Desde o começo de 2023, Brida Cezar passou a ser um dos 784 habitantes de Paranapiacaba, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2022, a mais recente pesquisa.
Ela se diz muito honrada e feliz em articular “a rede potente de artistas, histórias e afetos que envolvem a vila”.
A Arte no Museu vai levar 18 artistas que residem ou possuem alguma ligação mais íntima com Paranapiacaba. Cada um vai expor os trabalhos durante um mês até abril de 2027.
O primeiro da série é Tony Gonzagto. São 20 obras do morador da Vila desde os anos 2000, formado pela Escola de Belas Artes de São Paulo. O artista usa técnicas variadas nos quadros, esculturas e peças. A exposição pode ser visitada até o final de novembro.
A programação completa é esta: Dezembro de 2025 – Felix dos Santos; Janeiro de 2026 – Zé Mário Francisco; Fevereiro de 2026 – Francisca Cavalcanti (in memoria); Março de 2026 – Anita Carvalho; Abril de 2026 – Regina Miguel; Maio de 2026 – Wal Volk; Junho de 2026 – Sérgio Chistou; Julho de 2026- Rosana Martim; Agosto de 2026 – Juliana Flaminio; Setembro de 2026 – Paulo Riscala; Outubro de 2026 – Cristina Teles; Novembro de 2026 – Marino Bedin; Dezembro de 2026 – Ale Oshiro; Janeiro de 2027 – Daniela Bergamini; Fevereiro de 2027 – Rapha Rodrigues; Março de 2027 – Lisa Caboclo; e Abril de 2027 – Israel Lopes.
Após a finalização do projeto será lançado um livro/catálogo de arte. A própria Brida Cezar será responsável pela elaboração, com apoio do Governo Gilvan Ferreira e da Subprefeitura de Paranapiacaba e Parque Andreense.
A Casa Fox fica logo na entrada da parte Baixa da Vila, na avenida Fox, s/nº. Aberta aos sábados, domingos e feriados das 10h às 16h ou com agendamento prévio com os monitores. A entrada custa R$ 6,00 e a meia R$ 3,00.
Prestigiem as exposições. Vocês terão grandes surpresas sobre os olhares de Paranapiacaba!














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