O prefeito José Auricchio Júnior, São Caetano, em balanço dos quinze dias de governo, na quinta (19), divulgou a situação alarmante que foi deixada pela administração de Paulo Pinheiro, um déficit orçamentário de R$ 100 milhões.
Na ocasião, Auricchio afirmou que o orçamento de R$ 1,3 bilhão para este ano foi “superestimado” e que o município teria, na realidade, entre R$ 800 milhões e R$ 850 milhões. “Teremos que economizar no mínimo R$ 200 milhões para fechar o ano, cumprir com o pagamento das obrigações”, disse.
Para isso, anunciou que 21% do orçamento foi contingenciado. “Exoneramos 1.300 funcionários entre comissionados e terceirizados. Porém, 200 deles eram funcionários fantasmas, não foram encontrados”, disse.
A administração de Paulo Pinheiro realizou um verdadeiro rombo administrativo em São Caetano. Há diversas ações no Ministério Público. Pinheiro mantinha funcionários com super salários de até R$ 40 mil. “Alguns dos que ganhavam essa quantia ainda mantinham empresas abertas em seus nomes e eram prestadores de serviço da Prefeitura, outro realizou um contrato milionário de publicidade no valor de R$ 14 milhões”, afirmou Auricchio.
O ex-prefeito ainda tomou diversas medidas, nos últimos dias de governo, entre elas, o aumento da tarifa do transporte público, de R$ 3,70 para R$ 4,10. “O aumento foi feito sem nenhum embasamento técnico ou jurídico. Logo, revogamos, a passagem voltou a custar o mesmo valor de antes”, disse Auricchio. Ainda foi decretado aumento de mais de 20% na tarifa do rotativo Zona Azul, “injustificável”, segundo o prefeito.
Mais de 80 prestadores de serviços contratados pela antiga administração receberam um calote e cobram o pagamento dos atrasados. Além disso, segundo o prefeito, o DAE (Departamento de Água e Esgoto) da cidade apresentou irregularidades de mais de R$ 20 milhões em reembolsos, que são totalmente inexplicáveis e não autorizados pela lei. “Também foram destinados R$ 8 milhões para projetos com objetivos obscuros”.
Na Educação, há excesso de alunos nas salas, diversas parcelas de abono salarial de professores estão atrasadas. Também havia uma licitação para produtos de limpeza no valor de R$ 5 milhões. “Já conseguimos baixar para R$ 3 milhões”, disse o prefeito. Na Saúde, havia um superfaturamento em remédios de até 500%.
“Estamos vivendo uma agonia a cada dia, não houve transição de governo, nosso objetivo não é fazer nenhum juízo de valor, é apenas alertar a população de São Caetano sobre a situação deixada pela antiga administração”, finalizou Auricchio.