Nos primeiros seis meses deste ano, a balança comercial do Estado de São Paulo teve um superávit de US$ 2,9 bilhões. Houve crescimento de 11,8% das exportações, para US$ 28,7 bilhões, e alta de 4% das importações, para US$ 25,8 bilhões, ambos em relação ao primeiro semestre de 2016. A análise é do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) e do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp sobre o desempenho das 39 diretorias regionais do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).
No mesmo período, a balança comercial do país registrou superávit de US$ 36,2 bilhões, crescimento significativo na comparação com os US$ 23,7 bilhões vistos no primeiro semestre de 2016, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A venda de produtos brasileiros no mercado internacional foi responsável pela entrada de US$ 107,7 bilhões no período, uma expansão de 19,3% também na comparação anual. Já as importações acumularam US$ 71,5 bilhões, uma alta de 7,3% contra o primeiro semestre do ano passado.
Segundo o diretor titular do Derex, Thomaz Zanotto, o aumento das exportações refletiu a existência de um Plano Nacional de Exportações (PNE), que há dois anos integra ações estratégicas como o Reintegra, os mecanismos de financiamento às exportações e as atividades da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
Ele afirmou que pela primeira vez em algum tempo a taxa de câmbio apresenta previsibilidade, mesmo que siga apreciada em relação a outras moedas. “A conjunção destes dois fatores resultou no aumento das exportações de diversos setores da indústria da transformação”, completou. Além disso, a safra recorde na agricultura também é um fator importante para o resultado positivo.
Líder do Estado em volume de exportações, o município de São José dos Campos acumulou US$ 4,3 bilhões de janeiro a junho, um avanço de 48% contra os US$ 2,9 bilhões registrados no primeiro semestre do ano passado. A região foi destaque na venda de combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação, matérias betuminosas, ceras minerais (49% da pauta exportadora), além de aeronaves e aparelhos espaciais e suas partes (39,2%). Na outra ponta, as importações da diretoria regional de São José dos Campos representaram US$ 1,2 bilhão, um recuo de 45,9% contra os primeiros meses de 2016. Este ano, a cidade ficou com a 7ª colocação em volume importado pelo Estado.
Na segunda posição do ranking de exportações, a capital paulista somou US$ 3,9 bilhões, valor 10% menor que os US$ 4,3 bilhões vistos em 2016. A pauta de São Paulo foi puxada pelos açúcares e produtos de confeitaria (32,1% do total vendido). Na pauta importadora, a diretoria regional ficou com o primeiro lugar do Estado, com um aumento de 11,2% das compras no exterior, principalmente no setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, para US$ 4,9 bilhões.
Finalmente, Santos ficou com o terceiro lugar em exportações no primeiro semestre, com US$ 2,4 bilhões, 18,9% mais do que os US$ 2 bilhões exportados nos mesmos meses do ano anterior. As vendas de destaque do município foram os açúcares e produtos de confeitaria (36,5%). Sobre as importações, a diretoria regional totalizou US$ 541,2 milhões, um aumento de 50,2% sobre os US$ 360,3 milhões importados no primeiro semestre de 2016, sob pressão dos combustíveis (68,7% da pauta). Ainda assim, Santos conquistou o segundo maior superávit da balança comercial de janeiro a junho deste ano, com US$ 1,9 bilhão, 12,1% superior ao superávit do mesmo período do ano passado.